Questões de Filosofia - Filosofia moderna - Ciência Moderna e Racionalismo
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir, com atenção, para responder à questão.
O homem é constituído de razão e emoção, entre outras dimensões. O racionalismo se opõe à emoção como condição de conhecimento. Entre os racionalistas, destaca-se René Descartes, que concebia “a ideia de que o homem é capaz de construir o seu próprio pensamento”. Descartes buscava encontrar uma forma para conhecer e compreender o mundo que o cercava. Para esse processo, ele estabeleceu como método a dúvida, que passou a ser conhecido como “dúvida metódica” ou “método cartesiano”. Para ele, a dúvida o levava ao ato de pensar, e o pensamento (racionalização) eliminava os questionamentos e as causas das dúvidas quanto ao conhecimento e à compreensão real do mundo.
Fonte: MEDEIROS, Daniel. Razão e emoção. Curitiba: Ed. Positivo, 2009. p. 4-5.
Esse pensamento levou Descartes, consequentemente, a estabelecer como verdade irrefutável
Leia com atenção o texto abaixo.
“[...] jamais acolher alguma coisa como verdadeira que eu não conhecesse evidentemente como tal; [...] evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção, e de nada incluir em meus juízos que não se apresentasse tão clara e tão distintamente a meu espírito, que eu não tivesse nenhuma ocasião de pô-lo em dúvida”.
René Descartes. Discurso do método, I. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 37.
Defender a evidência, a clareza e a distinção ao próprio espírito (à própria razão) como primeiro critério do conhecimento verdadeiro expressam uma posição
Francis Bacon (1561-1626): “Só há e só pode haver duas vias para a investigação e para a descoberta da verdade. Uma, que consiste no saltar-se das sensações e das coisas particulares aos axiomas mais gerais e, a seguir, descobrirem-se os axiomas intermediários a partir desses princípios e de sua inamovível verdade. Esta é a que ora se segue. A outra, que recolhe os axiomas dos dados dos sentidos e particulares, ascendendo contínua e gradualmente até alcançar, em último lugar, os princípios de máxima generalidade. Este é o verdadeiro caminho, porém ainda não instaurado.”
(BACON, F. Novum organum ou verdadeiras indicações acerca da interpretação da natureza. São Paulo: Abril Cultural, 1984, p. 16).
Assinale a alternativa CORRETA em conformidade com o texto:
A política científica hoje em curso no Brasil e em vários outros países, baseada num produtivismo galopante, indica-nos que o momento é crítico, que exige profunda reflexão e, principalmente, mudança de rotas. E isso tem que ser feito antes que seja tarde. Não podemos nos esquecer da dubiedade apontada por Derrida: o remédio que cura também pode matar. Como diz um velho ditado popular, a diferença entre o remédio e o veneno pode estar apenas na dosagem.
ORTIZ, Renato. Cientificidade, cientometria e insensatez. In: A diversidade dos sotaques: o inglês e as ciências sociais. São Paulo: Brasiliense, 2008, p. 142.
Depreende-se do texto que o autor
René Descartes (1596-1650), filósofo e matemático francês, é um dos inauguradores da filosofia moderna. Sua concepção integra o movimento de filósofos que promovem a emergência do racionalismo. Descartes desenvolve um método de análise que forneceria os fundamentos do pensamento que prevaleceria na modernidade, que consiste no ceticismo metódico.
Com esse método, Descartes:
Leia a seguir um trecho da condenação de Galileu Galilei pelo Tribunal da Inquisição:
Roma, 23 de junho de 1633.
Nós, [...] pela misericórdia de Deus, da Sta. Igreja Romana cardeais, em toda a República Cristã inquisidores gerais da Sta. Sé Apostólica com missão especial contra a herética maldade, em sendo que tu, Galileu, [...], fostes denunciado em 1615 neste Santo Ofício por admitir como verdadeira a falsa doutrina, por alguns ensinada, que o Sol seja o centro do mundo e imóvel, e que a Terra se mova também de movimento diurno (...).Te condenamos ao cárcere formal neste St. Ofício ao arbítrio nosso; e por penitência salutar te impomos que por três anos a partir de agora uma vez por semana leias os sete Salmos penitenciais; reservando-nos a faculdade de moderar, modificar, ou suspender em todo ou em parte as referidas pena e penitência.
(Extraído de: BAIARDI, Amílcar et. al. Processos cavilosos, sentença vingativa e abjura humilhante: o caso Galileu. Cadernos de História da Ciência - Instituto Butantã - Vol. VIII (2), p. 203- 206, jul./dez 2012.)
Tal condenação fez parte de um contexto marcado por:
Faça seu login GRÁTIS
Minhas Estatísticas Completas
Estude o conteúdo com a Duda
Estude com a Duda
Selecione um conteúdo para aprender mais: