Questões de Sociologia - Movimentos Sociais
Leia a charge e a reportagem a seguir.
(Adaptado de: htips:/bit.ly/3cBFghi. Acesso em:
01 set 2022.)
Em dezembro do ano passado, o presidente do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2022, Nasser Al-Khater, disse em entrevista para a “CNN” que os torcedores da comunidade LGBTQIA+ terão o direito garantido de viajar ao Catar para assistir aos jogos da competição, mas ressaltou que demonstrações de afeto não são bem-vistas.
“Eles virão ao Qatar como torcedores e participantes de um torneio de futebol e poderão fazer o que qualquer outro ser humano faria. As demonstrações de afeto são desaprovadas e isso se aplica a todos. O Catar e seus países vizinhos são muito mais conservadores e pedimos aos torcedores que o respeitem. Temos certeza que o farão, assim como respeitamos as diferentes culturas, esperamos que a nossa também seja”, disse o dirigente na época.
No começo deste ano, o major-general Abdulaziz Abdullah Al Ansari, chefe de segurança do governo do Catar, disse que as bandeiras nas cores do arco-íris, representativas ao movimento LGBTQIA+, poderão ser confiscadas dos torcedores durante o evento como forma de proteção aos possíveis ataques que eles podem sofrer.
“Se ele (um torcedor) levantou a bandeira do arco-íris e eu a peguei dele, não é porque eu realmente quero insultá-lo, mas para protegê-lo. Porque se não for eu, alguém ao redor dele pode atacá-lo. Não posso garantir o comportamento de todo o povo”, declarou.
O chefe de segurança ressaltou ainda que não estava ameaçando a comunidade, mas que espera que as leis do país sejam respeitadas.
(COCCETRONE, Gabriel. A pouco meses da Copa, homossexuais ainda sofrem com preconceito no Qatar. 25 maio 2022. UOL. Lei em campo. Disponível em: https://bit.ly/3ACSMcx. Acesso em 01 set. 2022.)
Sobre as reflexões acerca da homofobia no país-sede da Copa do Mundo de 2022 propostas na charge e na reportagem, considere as afirmativas a seguir.
I. A noção de homofobia é uma construção ocidental. Tal fato justifica a postura do governo do Catar diante do ativismo do movimento LGBTQIA+ durante a Copa do Mundo.
II. O argumento de proteção à população LGBTQIA+ utilizado pelo chefe de segurança do governo do Catar busca ocultar a violência de gênero legitimada pelo Estado ao legislar contra essa população.
III. A proibição da bandeira constitui-se como ato de violência simbólica por representar o orgulho de ser lésbica, gay, bissexual, transgênero, queer, intersexual, assexual, dentre várias outras orientações sexuais e/ou identidades de gênero.
IV. O movimento LGBTQIA+ é um movimento político e social que tem como bandeira a diversidade e objetiva a representatividade e os direitos para a população LGBTQIA+.
Assinale a alternativa correta.
Conheça a história de Abdias Nascimento (1914-2011):
Neto de africanos escravizados e filho de pai sapateiro e mãe doceira. Estudou noAteneu Francano, formou-se como Contador e, entrando no exército, participou das Revoluções de 1930 e 1932. Formou-se em Economia pela Universidade do Rio de Janeiro em 1938. Participou da Frente Negra Brasileira, cujas atividades foram encerradas pela ditadura do Estado Novo (1937-1945). Foi preso pelo Tribunal de Segurança Nacional por protestar contra as arbitrariedades do governo de Vargas. Em 1944, fundou o TEN – Teatro Experimental do Negro, do qual participaram Solano Trindade e outros intelectuais e artistas afrodescendentes. O objetivo maior do TEN era criar um espaço criativo nos palcos brasileiros para o negro, excluído, à época, do meio teatral. No ano seguinte, organizou, no Rio de Janeiro e em São Paulo, a Convenção Nacional do Negro, com o objetivo de chamar a atenção da sociedade para a criminalização do racismo, no momento em que a Assembleia Nacional Constituinte implantava um novo ordenamento jurídico no país. Em 1950, organizou, no Rio de Janeiro, o Primeiro Congresso do Negro Brasileiro. Formado na primeira turma do ISEB – Instituto Superior de Estudos Brasileiros, fundou, em 1968, o Museu da Arte Negra. No ano seguinte, perseguido pela ditadura militar, exilou-se nos EUA, tendo lecionado nas universidades de Yale, Wesleyan, New York e Temple. Atuou ainda na Universidade de Ifé, na Nigéria. Nos anos 1970, participou de significativos eventos internacionais sobre a cultura negra realizados no Brasil e no Exterior. A África, a América Latina e os EUA testemunharam a sua forte atuação, lutando sempre com o objetivo de colocar o negro no seu patamar de dignidade e evidência. Com a abertura do regime militar, põe fim ao exílio e retorna ao Brasil. Foi responsável, ainda, pela criação do IPEAFRO – Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros, na PUC de São Paulo, e pela organização do Terceiro Congresso de Cultura Negra das Américas. Em 1983, criou a Revista Afrodiáspora, um órgão de divulgação das atividades, dos problemas e das aspirações dos afrodescendentes, especialmente nas Américas.
Disponível em: http://www.letras.ufmg.br/literafro/autores/462-abdias-nascimento. Acesso em: 23 Maio 2023.
Com base na história de vida e luta de Abdias Nascimento, e sobre o movimento negro brasileiro, assinale a alternativa correta.
Considere o trecho a seguir:
Os problemas de diversidade e pluralismo colocados em pauta pelas sociedades multiculturais, a partir da década de 1980, obrigaram-nos a uma nova reflexão sobre o reconhecimento universalista proposto pela Modernidade. Os movimentos sociais organizados por homossexuais, negros, mulheres, entre outros grupos, passaram a reivindicar a efetiva realização da igualdade de oportunidades e o fim dos princípios discriminatórios. Deu-se, então, o estabelecimento de políticas públicas que ficaram conhecidas como políticas de ação afirmativa.
(O’DONNEL, Julia et al. Tempos modernos, tempos de sociologia. Rio de Janeiro: Editora do Brasil, 2018.)
Com base na argumentação das autoras, pode-se afirmar que:
Sobre o tema do racismo na sociedade brasileira, considere o excerto a seguir:
A visão de convívio harmonioso entre as raças foi desconstruída pelos estudos de Florestan Fernandes, que participou com Roger Bastide das pesquisas financiadas pela Unesco, e redundaram no livro A integração do negro na sociedade de classes (1965).
(SILVA, Afrânio et. al. Sociologia em movimento. São Paulo: Moderna, 2016. p. 121.)
Qual é, dentre as afirmativas a seguir, a que sintetiza a contribuição do sociólogo Florestan Fernandes para os estudos das relações raciais no Brasil?
Racismo é burrice
Gabriel o Pensador
O racismo é burrice, mas o mais burro não é o racista
É o que pensa que o racismo não existe
O pior cego é o que não quer ver
E o racismo está dentro de você
Porque o racista na verdade é um tremendo babaca
Que assimila os preconceitos porque tem cabeça fraca
E desde sempre não parar pra pensar
Nos conceitos que a sociedade insiste em lhe ensinar
E de pai pra filho o racismo passa
Em forma de piadas que teriam bem mais graça
Se não fossem o retrato da nossa ignorância
Transmitindo a discriminação desde a infância
E o que as crianças aprendem brincando
É nada mais nada menos do que a estupidez se propagando
Nenhum tipo de racismo - eu digo nenhum tipo de racismo - se justifica
Ninguém explica
Precisamos da lavagem cerebral pra acabar com esse lixo que é uma herança cultural
Todo mundo que é racista não sabe a razão
Então eu digo meu irmão
Seja do povão ou da elite
Não participe
Pois como eu já disse: racismo é burrice
Como eu já disse: racismo é burrice
Disponível em https://www.letras.mus.br/gabriel-pensador/72839/. Acesso em: 08 out. 2022.
A partir da leitura da canção “Racismo é burrice”, assinale as afirmativas.
I - O racismo é inerente ao ser humano desde seu nascimento, independente da sua educação.
II - A pessoa é racista desde a sua fecundação.
III - O racista sofre influência do meio em que vive.
IV - Dizer que o racista tem “cabeça fraca” significa dizer que ele é uma pessoa influenciável.
É correto apenas o que se afirma em
Conheça a história de Abdias Nascimento (1914-2011):
Neto de africanos escravizados e filho de pai sapateiro e mãe doceira. Estudou noAteneu Francano, formou-se como Contador e, entrando no exército, participou das Revoluções de 1930 e 1932. Formou-se em Economia pela Universidade do Rio de Janeiro em 1938. Participou da Frente Negra Brasileira, cujas atividades foram encerradas pela ditadura do Estado Novo (1937-1945). Foi preso pelo Tribunal de Segurança Nacional por protestar contra as arbitrariedades do governo de Vargas. Em 1944, fundou o TEN – Teatro Experimental do Negro, do qual participaram Solano Trindade e outros intelectuais e artistas afrodescendentes. O objetivo maior do TEN era criar um espaço criativo nos palcos brasileiros para o negro, excluído, à época, do meio teatral. No ano seguinte, organizou, no Rio de Janeiro e em São Paulo, a Convenção Nacional do Negro, com o objetivo de chamar a atenção da sociedade para a criminalização do racismo, no momento em que a Assembleia Nacional Constituinte implantava um novo ordenamento jurídico no país. Em 1950, organizou, no Rio de Janeiro, o Primeiro Congresso do Negro Brasileiro. Formado na primeira turma do ISEB – Instituto Superior de Estudos Brasileiros, fundou, em 1968, o Museu da Arte Negra. No ano seguinte, perseguido pela ditadura militar, exilou-se nos EUA, tendo lecionado nas universidades de Yale, Wesleyan, New York e Temple. Atuou ainda na Universidade de Ifé, na Nigéria. Nos anos 1970, participou de significativos eventos internacionais sobre a cultura negra realizados no Brasil e no Exterior. A África, a América Latina e os EUA testemunharam a sua forte atuação, lutando sempre com o objetivo de colocar o negro no seu patamar de dignidade e evidência. Com a abertura do regime militar, põe fim ao exílio e retorna ao Brasil. Foi responsável, ainda, pela criação do IPEAFRO – Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros, na PUC de São Paulo, e pela organização do Terceiro Congresso de Cultura Negra das Américas. Em 1983, criou a Revista Afro diáspora, um órgão de divulgação das atividades, dos problemas e das aspirações dos afrodescendentes, especialmente nas Américas.
Disponível em: http://www.letras.ufmg.br/literafro/autores/462-abdias-nascimento. Acesso em: 23 Maio 2023.
Com base na história de vida e luta de Abdias Nascimento, e sobre o movimento negro brasileiro, assinale a alternativa correta