Questões de Sociologia - Cultura - Cultura e Sociedade
Há milênios, os seres humanos utilizam os corpos celestes como ferramenta para marcação da passagem do tempo. Embora sob o mesmo céu, povos diferentes o experienciaram de formas variadas e, para identificar os movimentos celestes, criaram regiões que eram, basicamente, desenhos formados pela união de estrelas, como em um jogo de ligar os pontos. Dessa forma, as mesmas estrelas compuseram diversas constelações ao longo da História e estiveram associadas a diferentes significados e simbologias.
No Egito Antigo, a constelação de Escorpião marcava o período das secas na região do Nilo, por conta da posição que essa constelação ocupava no céu nesse período. Já para os Tukanos, grupos indígenas localizados na região do noroeste amazônico, as estrelas que compõem Escorpião fazem parte da maior constelação da cultura Tukano, a constelação da Jararaca, cuja posição ocupada no céu está relacionada ao início do ciclo anual para esses povos. Nessa época do ano, acontecem chuvas intensas, o nível dos rios se eleva e ocorrem as primeiras reproduções dos peixes.
Podemos partir do exemplo citado para inferir corretamente que a interpretação dos fenômenos da natureza
O jogador de futebol Vini Jr sofreu várias manifestações racistas em algumas das partidas em que atuou na Europa. No Brasil ocorrem situações similares, “[...] segundo levantamento do Observatório da Discriminação Racial do Futebol, foram registrados 90 casos de ofensas raciais em 2022, contra 64 em 2021. Um aumento de 40%.”
Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/esportes/noticia/2023-05/ofensas-viniciusjunior-fazem-parte-de-historico-de-racismo-no-futebol
Em relação ao racismo no Brasil, assinale a alternativa CORRETA.
O mundo natural é o concreto, que tocamos, sentimos, no qual vivemos. O mundo social é resultado da nossa vida em grupo e em determinado meio ambiente. O mundo sobrenatural é o das religiões, da magia, ao qual os homens só têm acesso parcial, por meio de determinados ritos e cerimônias. Ele é mais ou menos importante, dependendo da sociedade. Numa sociedade como a nossa, na qual quase tudo é explicado pela ciência e pelo pensamento lógico e racional, o espaço do sobrenatural é bastante limitado. Já nas sociedades africanas, onde foram capturados os escravizados trazidos para o Brasil, toda a vida na terra estava ligada ao além, a dimensões que só conhecedores dos ritos e objetos sacralizados podiam atingir.
(Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007. Adaptado.)
Ao comparar o pensamento lógico predominante no Ocidente contemporâneo com as mentalidades das sociedades africanas de onde foi proveniente a maioria das pessoas trazidas ao Brasil como escravizadas, o excerto
“Entre os anos de 2012 e 2022, o número de pessoas autodeclaradas pretas e pardas aumentou em uma taxa superior à do crescimento do total da população do país, segundo o resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do IBGE. No caso dos negros, essa porcentagem variou de 7,4% em 2012 para 10,6% em 2022. ‘(...) uma das hipóteses para o crescimento da proporção é que a percepção racial tenha mudado dentro da população, nos últimos anos’.”
O Globo, 22/07/2022; CNN Brasil, 16/06/2023.
“Pois bem, é justamente a partir daí que aparece a necessidade de teorizar as ‘raças’ como o que elas são, ou seja, construtos sociais, formas de identidade baseadas numa ideia biológica errônea, mas eficaz, socialmente, para construir, manter e reproduzir diferenças e privilégios. Se as raças não existem num sentido estritamente realista de ciência, ou seja, se não são um fato do mundo físico, são, contudo, plenamente existentes no mundo social, produtos de formas de classificar e de identificar que orientam as ações dos seres humanos.”
GUIMARÃES, Antônio Sergio Alfredo. Raças e estudos de relações raciais no Brasil. Novos Estudos CEBRAP, n.54, 1999. p.153.
Relacionando os dados trazidos pela PNAD/IBGE e o conceito de raça do sociólogo Antônio Sergio Alfredo Guimarães, é correto afirmar:
Os vapores cruzavam os mares transportando pessoas, mercadorias e ideias, e ainda carregavam a mala postal, repleta de mensagens. Múltiplas histórias escritas atravessavam o oceano buscando por notícias de filhos e pais, irmãos, maridos e esposas, noivos e noivas. As missivas traziam boas e más novas, comunicavam alegremente nascimentos e casamentos, também doenças e mortes; enviavam declarações de amor e fidelidade, fotos de família; encaminhavam conselhos de velhos, pedidos de ajuda e de dinheiro; expediam cartas bancárias e de chamada. Essa literatura epistolar possibilitava a transmissão e reconstrução das tradições. Os deslocamentos tornaram-se um dos mais potentes produtores de escritura ao longo da história.
TRUZZI, O.: MATOS, |. Saudades: sensibilidades no epistolário de e/imigrantes portugueses (Portugal-Brasil 1890-1930). Rev. Bras. Hist., n. 70, jul.-dez. 2015.
Conforme o texto, as correspondências trocadas entre imigrantes no Brasil com os seus países de procedência constituíam um dispositivo tecnológico que possibilitava o(a)
De alguma forma Gilberto Freyre nos faz fazer as pazes com o que somos. Valorizou o negro. Chamou a atenção para a região. Reinterpretou a raça pela cultura e até pelo meio físico. Mostrou, com mais força que todos, que a mestiçagem, o hibridismo e mesmo (mistificação à parte) a plasticidade cultural da convivência entre contrários não são apenas uma característica, mas uma vantagem do Brasil.
CARDOSO, F. H. Um livro perene. In: FREYRE, G. Casa-Grande e senzala. São Paulo: Global, 2003.
A questão da raça foi amplamente discutida no Brasil durante os séculos XIX e XX. A perspectiva defendida pelo texto acima
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