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TEXTO – UM NOVO JEITO DE FAZER POLÍTICA
Um país que confie em seus políticos e políticos que representem seus eleitores. Esse é o pensamento que perpassa a origem de todos os novos movimentos políticos que surgiram no Brasil no último ano. Eles têm como objetivo reduzir a distância entre a população e a política e são formados por jovens engajados, que fazem parte de uma geração que estudou para batalhar por uma nova democracia.
Os novos grupos propõem mudanças, desenvolvem mecanismos para recuperar a ética, incentivam o surgimento de novos nomes para ocupar cargos públicos e pressionam o Congresso para aprovar as transformações que desejam colocar em prática. “O que há de novo nisso tudo é que o desejo por uma maior participação nas tomadas de decisão vem acompanhado por novas ferramentas que nos permitem ultrapassar as velhas barreiras da ação coletiva”, afirma Ricardo Borges Martins, cientista social, articulador de diversos movimentos e coordenador do grupo Reforma Que Queremos. “A revolução digital é um marco de repercussões profundas para a democracia”, diz. (...)
Nos últimos anos, os escândalos de corrupção desencadearam uma forte crise de representatividade que abalou políticos e partidos. Segundo uma pesquisa que acaba de ser divulgada pela Transparência Internacional, 78% dos brasileiros acreditam que a corrupção aumentou nos últimos 12 meses. “Há um desencantamento com a política institucional e uma percepção de que todos os partidos agem de forma ilícita”, afirma Esther Solano, doutora em Ciências Sociais e pesquisadora da Unifesp. Mudar esse quadro exige novas formas de atuação, capazes de vencer a inércia e o ceticismo que abala parte da sociedade. Um levantamento do Instituto Update mapeou 700 iniciativas que reduzem a distância entre a sociedade e o poder público em toda a América Latina. O grande diferencial desses novos grupos é que eles se estruturam sem as inclinações político-partidárias de antes. Preocupados em transformar temas complexos em assuntos palatáveis, se empenham em facilitar o acesso da população às instâncias políticas. “Eles desejam reconstruir a cultura política de uma forma inovadora e têm a missão pedagógica de mostrar que o cidadão é parte desse processo”, diz Esther. Ao mesmo tempo em que nunca houve tantos meios de cobrar transparência da classe política, a dúvida sobre “quem nos representa” é cada vez mais evidente. “Entre o prometido e o executado há um trajeto de quatro anos e uma falta de capacidade para monitorar as ações dos governantes”, afirma Wagner de Melo Romão, cientista político e pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Participação, Movimentos Sociais e Ação Coletiva da Unicamp. “Existe uma clara tendência de que o Estado deve se abrir”, diz. (...)
Modificar a cultura política de forma suprapartidária e ainda mais participativa é a ambição desses novos militantes, que enxergam a tecnologia como aliada para exercer a cidadania. “Esses movimentos ganham força em uma sociedade cada vez mais conectada, com dinâmicas menos dependentes de estruturas tradicionais de poder e com uma demanda universal por abertura e transparência”, diz Martins. São coletivos com menos coesão ideológica e mais pragmatismo e autonomia. Em julho, um grupo de amigos de diferentes vertentes ideológicas lançou um manifesto na internet convocando uma nova geração para renovar a política. “Percebemos que existe uma demanda reprimida na população, sobretudo, nos jovens”, afirma José Frederico Lyra Netto, 33 anos, consultor, engenheiro e co fundador do movimento Acredito. (...).
Ainda que a tecnologia seja o grande diferencial desses novos coletivos para ampliar o alcance e as formas de exercer a cidadania, nada substitui a troca de ideias em campo. (...)
Agora, esses movimentos reúnem todos os esforços para tornar o debate mais qualificado em 2018, mas, ainda assim, as dificuldades a serem enfrentadas não são poucas. “Será um período interessante para verificar o posicionamento de cada um deles em um ambiente extremamente polarizado”, diz Romão, da Unicamp. “O grande desafio, porém, será ir além do temporário e construir uma atuação contínua.” Na prática, segundo o especialista, mudanças políticas requerem tempo para se consolidar. Além disso, esses coletivos terão de enfrentar representantes já bem instalados em suas bases de eleitores e grupos políticos com recursos econômicos – o que lhes impõe o desafio de ultrapassar a efemeridade. No que depender dos novos movimentos, disposição e planejamento não vão faltar. “Precisamos, com urgência, superar a onda de intolerância que vem se intensificando no País desde 2014”, diz Martins. “E o que os movimentos têm mostrado é que problemas da democracia só serão resolvidos com mais democracia. A solução para a política é mais política, e não o contrário.”
(PEREZ, Fabíola. Um novo jeito de fazer política. Isto é. Edição Nº 2497 de 12.10.2017)
Na construção do texto, o autor faz uso recorrente de citações do discurso alheio (2º. 3º, 4º e 6º parágrafos). Sobre tais citações, é correto afirmar que
I. quebram a originalidade do texto, uma vez que apresentam opiniões de terceiros.
II. impossibilitam o autor de emitir o seu posicionamento sobre o tema.
III. evidenciam o assunto abordado como de interesse apenas de grupos restritos.
IV. auxiliam a intencionalidade informativa do texto em relação à abordagem temática.
V. representam o testemunho direto sobre os fatos e as situações, permitindo que o autor chegue o mais próximo possível da exatidão.
Estão corretas apenas
TEXTO – UM NOVO JEITO DE FAZER POLÍTICA
Um país que confie em seus políticos e políticos que representem seus eleitores. Esse é o pensamento que perpassa a origem de todos os novos movimentos políticos que surgiram no Brasil no último ano. Eles têm como objetivo reduzir a distância entre a população e a política e são formados por jovens engajados, que fazem parte de uma geração que estudou para batalhar por uma nova democracia.
Os novos grupos propõem mudanças, desenvolvem mecanismos para recuperar a ética, incentivam o surgimento de novos nomes para ocupar cargos públicos e pressionam o Congresso para aprovar as transformações que desejam colocar em prática. “O que há de novo nisso tudo é que o desejo por uma maior participação nas tomadas de decisão vem acompanhado por novas ferramentas que nos permitem ultrapassar as velhas barreiras da ação coletiva”, afirma Ricardo Borges Martins, cientista social, articulador de diversos movimentos e coordenador do grupo Reforma Que Queremos. “A revolução digital é um marco de repercussões profundas para a democracia”, diz. (...)
Nos últimos anos, os escândalos de corrupção desencadearam uma forte crise de representatividade que abalou políticos e partidos. Segundo uma pesquisa que acaba de ser divulgada pela Transparência Internacional, 78% dos brasileiros acreditam que a corrupção aumentou nos últimos 12 meses. “Há um desencantamento com a política institucional e uma percepção de que todos os partidos agem de forma ilícita”, afirma Esther Solano, doutora em Ciências Sociais e pesquisadora da Unifesp. Mudar esse quadro exige novas formas de atuação, capazes de vencer a inércia e o ceticismo que abala parte da sociedade. Um levantamento do Instituto Update mapeou 700 iniciativas que reduzem a distância entre a sociedade e o poder público em toda a América Latina. O grande diferencial desses novos grupos é que eles se estruturam sem as inclinações político-partidárias de antes. Preocupados em transformar temas complexos em assuntos palatáveis, se empenham em facilitar o acesso da população às instâncias políticas. “Eles desejam reconstruir a cultura política de uma forma inovadora e têm a missão pedagógica de mostrar que o cidadão é parte desse processo”, diz Esther. Ao mesmo tempo em que nunca houve tantos meios de cobrar transparência da classe política, a dúvida sobre “quem nos representa” é cada vez mais evidente. “Entre o prometido e o executado há um trajeto de quatro anos e uma falta de capacidade para monitorar as ações dos governantes”, afirma Wagner de Melo Romão, cientista político e pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Participação, Movimentos Sociais e Ação Coletiva da Unicamp. “Existe uma clara tendência de que o Estado deve se abrir”, diz. (...)
Modificar a cultura política de forma suprapartidária e ainda mais participativa é a ambição desses novos militantes, que enxergam a tecnologia como aliada para exercer a cidadania. “Esses movimentos ganham força em uma sociedade cada vez mais conectada, com dinâmicas menos dependentes de estruturas tradicionais de poder e com uma demanda universal por abertura e transparência”, diz Martins. São coletivos com menos coesão ideológica e mais pragmatismo e autonomia. Em julho, um grupo de amigos de diferentes vertentes ideológicas lançou um manifesto na internet convocando uma nova geração para renovar a política. “Percebemos que existe uma demanda reprimida na população, sobretudo, nos jovens”, afirma José Frederico Lyra Netto, 33 anos, consultor, engenheiro e co fundador do movimento Acredito. (...).
Ainda que a tecnologia seja o grande diferencial desses novos coletivos para ampliar o alcance e as formas de exercer a cidadania, nada substitui a troca de ideias em campo. (...)
Agora, esses movimentos reúnem todos os esforços para tornar o debate mais qualificado em 2018, mas, ainda assim, as dificuldades a serem enfrentadas não são poucas. “Será um período interessante para verificar o posicionamento de cada um deles em um ambiente extremamente polarizado”, diz Romão, da Unicamp. “O grande desafio, porém, será ir além do temporário e construir uma atuação contínua.” Na prática, segundo o especialista, mudanças políticas requerem tempo para se consolidar. Além disso, esses coletivos terão de enfrentar representantes já bem instalados em suas bases de eleitores e grupos políticos com recursos econômicos – o que lhes impõe o desafio de ultrapassar a efemeridade. No que depender dos novos movimentos, disposição e planejamento não vão faltar. “Precisamos, com urgência, superar a onda de intolerância que vem se intensificando no País desde 2014”, diz Martins. “E o que os movimentos têm mostrado é que problemas da democracia só serão resolvidos com mais democracia. A solução para a política é mais política, e não o contrário.”
(PEREZ, Fabíola. Um novo jeito de fazer política. Isto é. Edição Nº 2497 de 12.10.2017)
Todas as constatações abaixo contrariam o sentido do texto, EXCETO:
TEXTO – UM NOVO JEITO DE FAZER POLÍTICA
Um país que confie em seus políticos e políticos que representem seus eleitores. Esse é o pensamento que perpassa a origem de todos os novos movimentos políticos que surgiram no Brasil no último ano. Eles têm como objetivo reduzir a distância entre a população e a política e são formados por jovens engajados, que fazem parte de uma geração que estudou para batalhar por uma nova democracia.
Os novos grupos propõem mudanças, desenvolvem mecanismos para recuperar a ética, incentivam o surgimento de novos nomes para ocupar cargos públicos e pressionam o Congresso para aprovar as transformações que desejam colocar em prática. “O que há de novo nisso tudo é que o desejo por uma maior participação nas tomadas de decisão vem acompanhado por novas ferramentas que nos permitem ultrapassar as velhas barreiras da ação coletiva”, afirma Ricardo Borges Martins, cientista social, articulador de diversos movimentos e coordenador do grupo Reforma Que Queremos. “A revolução digital é um marco de repercussões profundas para a democracia”, diz. (...)
Nos últimos anos, os escândalos de corrupção desencadearam uma forte crise de representatividade que abalou políticos e partidos. Segundo uma pesquisa que acaba de ser divulgada pela Transparência Internacional, 78% dos brasileiros acreditam que a corrupção aumentou nos últimos 12 meses. “Há um desencantamento com a política institucional e uma percepção de que todos os partidos agem de forma ilícita”, afirma Esther Solano, doutora em Ciências Sociais e pesquisadora da Unifesp. Mudar esse quadro exige novas formas de atuação, capazes de vencer a inércia e o ceticismo que abala parte da sociedade. Um levantamento do Instituto Update mapeou 700 iniciativas que reduzem a distância entre a sociedade e o poder público em toda a América Latina. O grande diferencial desses novos grupos é que eles se estruturam sem as inclinações político-partidárias de antes. Preocupados em transformar temas complexos em assuntos palatáveis, se empenham em facilitar o acesso da população às instâncias políticas. “Eles desejam reconstruir a cultura política de uma forma inovadora e têm a missão pedagógica de mostrar que o cidadão é parte desse processo”, diz Esther. Ao mesmo tempo em que nunca houve tantos meios de cobrar transparência da classe política, a dúvida sobre “quem nos representa” é cada vez mais evidente. “Entre o prometido e o executado há um trajeto de quatro anos e uma falta de capacidade para monitorar as ações dos governantes”, afirma Wagner de Melo Romão, cientista político e pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Participação, Movimentos Sociais e Ação Coletiva da Unicamp. “Existe uma clara tendência de que o Estado deve se abrir”, diz. (...)
Modificar a cultura política de forma suprapartidária e ainda mais participativa é a ambição desses novos militantes, que enxergam a tecnologia como aliada para exercer a cidadania. “Esses movimentos ganham força em uma sociedade cada vez mais conectada, com dinâmicas menos dependentes de estruturas tradicionais de poder e com uma demanda universal por abertura e transparência”, diz Martins. São coletivos com menos coesão ideológica e mais pragmatismo e autonomia. Em julho, um grupo de amigos de diferentes vertentes ideológicas lançou um manifesto na internet convocando uma nova geração para renovar a política. “Percebemos que existe uma demanda reprimida na população, sobretudo, nos jovens”, afirma José Frederico Lyra Netto, 33 anos, consultor, engenheiro e co fundador do movimento Acredito. (...).
Ainda que a tecnologia seja o grande diferencial desses novos coletivos para ampliar o alcance e as formas de exercer a cidadania, nada substitui a troca de ideias em campo. (...)
Agora, esses movimentos reúnem todos os esforços para tornar o debate mais qualificado em 2018, mas, ainda assim, as dificuldades a serem enfrentadas não são poucas. “Será um período interessante para verificar o posicionamento de cada um deles em um ambiente extremamente polarizado”, diz Romão, da Unicamp. “O grande desafio, porém, será ir além do temporário e construir uma atuação contínua.” Na prática, segundo o especialista, mudanças políticas requerem tempo para se consolidar. Além disso, esses coletivos terão de enfrentar representantes já bem instalados em suas bases de eleitores e grupos políticos com recursos econômicos – o que lhes impõe o desafio de ultrapassar a efemeridade. No que depender dos novos movimentos, disposição e planejamento não vão faltar. “Precisamos, com urgência, superar a onda de intolerância que vem se intensificando no País desde 2014”, diz Martins. “E o que os movimentos têm mostrado é que problemas da democracia só serão resolvidos com mais democracia. A solução para a política é mais política, e não o contrário.”
(PEREZ, Fabíola. Um novo jeito de fazer política. Isto é. Edição Nº 2497 de 12.10.2017)
Segundo o texto, o movimento em busca de um novo jeito de fazer política
TEXTO – UM NOVO JEITO DE FAZER POLÍTICA
Um país que confie em seus políticos e políticos que representem seus eleitores. Esse é o pensamento que perpassa a origem de todos os novos movimentos políticos que surgiram no Brasil no último ano. Eles têm como objetivo reduzir a distância entre a população e a política e são formados por jovens engajados, que fazem parte de uma geração que estudou para batalhar por uma nova democracia.
Os novos grupos propõem mudanças, desenvolvem mecanismos para recuperar a ética, incentivam o surgimento de novos nomes para ocupar cargos públicos e pressionam o Congresso para aprovar as transformações que desejam colocar em prática. “O que há de novo nisso tudo é que o desejo por uma maior participação nas tomadas de decisão vem acompanhado por novas ferramentas que nos permitem ultrapassar as velhas barreiras da ação coletiva”, afirma Ricardo Borges Martins, cientista social, articulador de diversos movimentos e coordenador do grupo Reforma Que Queremos. “A revolução digital é um marco de repercussões profundas para a democracia”, diz. (...)
Nos últimos anos, os escândalos de corrupção desencadearam uma forte crise de representatividade que abalou políticos e partidos. Segundo uma pesquisa que acaba de ser divulgada pela Transparência Internacional, 78% dos brasileiros acreditam que a corrupção aumentou nos últimos 12 meses. “Há um desencantamento com a política institucional e uma percepção de que todos os partidos agem de forma ilícita”, afirma Esther Solano, doutora em Ciências Sociais e pesquisadora da Unifesp. Mudar esse quadro exige novas formas de atuação, capazes de vencer a inércia e o ceticismo que abala parte da sociedade. Um levantamento do Instituto Update mapeou 700 iniciativas que reduzem a distância entre a sociedade e o poder público em toda a América Latina. O grande diferencial desses novos grupos é que eles se estruturam sem as inclinações político-partidárias de antes. Preocupados em transformar temas complexos em assuntos palatáveis, se empenham em facilitar o acesso da população às instâncias políticas. “Eles desejam reconstruir a cultura política de uma forma inovadora e têm a missão pedagógica de mostrar que o cidadão é parte desse processo”, diz Esther. Ao mesmo tempo em que nunca houve tantos meios de cobrar transparência da classe política, a dúvida sobre “quem nos representa” é cada vez mais evidente. “Entre o prometido e o executado há um trajeto de quatro anos e uma falta de capacidade para monitorar as ações dos governantes”, afirma Wagner de Melo Romão, cientista político e pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Participação, Movimentos Sociais e Ação Coletiva da Unicamp. “Existe uma clara tendência de que o Estado deve se abrir”, diz. (...)
Modificar a cultura política de forma suprapartidária e ainda mais participativa é a ambição desses novos militantes, que enxergam a tecnologia como aliada para exercer a cidadania. “Esses movimentos ganham força em uma sociedade cada vez mais conectada, com dinâmicas menos dependentes de estruturas tradicionais de poder e com uma demanda universal por abertura e transparência”, diz Martins. São coletivos com menos coesão ideológica e mais pragmatismo e autonomia. Em julho, um grupo de amigos de diferentes vertentes ideológicas lançou um manifesto na internet convocando uma nova geração para renovar a política. “Percebemos que existe uma demanda reprimida na população, sobretudo, nos jovens”, afirma José Frederico Lyra Netto, 33 anos, consultor, engenheiro e co fundador do movimento Acredito. (...).
Ainda que a tecnologia seja o grande diferencial desses novos coletivos para ampliar o alcance e as formas de exercer a cidadania, nada substitui a troca de ideias em campo. (...)
Agora, esses movimentos reúnem todos os esforços para tornar o debate mais qualificado em 2018, mas, ainda assim, as dificuldades a serem enfrentadas não são poucas. “Será um período interessante para verificar o posicionamento de cada um deles em um ambiente extremamente polarizado”, diz Romão, da Unicamp. “O grande desafio, porém, será ir além do temporário e construir uma atuação contínua.” Na prática, segundo o especialista, mudanças políticas requerem tempo para se consolidar. Além disso, esses coletivos terão de enfrentar representantes já bem instalados em suas bases de eleitores e grupos políticos com recursos econômicos – o que lhes impõe o desafio de ultrapassar a efemeridade. No que depender dos novos movimentos, disposição e planejamento não vão faltar. “Precisamos, com urgência, superar a onda de intolerância que vem se intensificando no País desde 2014”, diz Martins. “E o que os movimentos têm mostrado é que problemas da democracia só serão resolvidos com mais democracia. A solução para a política é mais política, e não o contrário.”
(PEREZ, Fabíola. Um novo jeito de fazer política. Isto é. Edição Nº 2497 de 12.10.2017)
Nos fragmentos:
“Preocupados em transformar temas complexos em assuntos mais palatáveis [...]”
“[...] formas de atuação, capazes de vencer a inércia e o ceticismo que abala parte da sociedade [...]”, as palavras destacadas podem ser substituídas respectivamente, sem prejuízo do sentido do trecho em que se encontram inseridas, por
TEXTO – UM NOVO JEITO DE FAZER POLÍTICA
Um país que confie em seus políticos e políticos que representem seus eleitores. Esse é o pensamento que perpassa a origem de todos os novos movimentos políticos que surgiram no Brasil no último ano. Eles têm como objetivo reduzir a distância entre a população e a política e são formados por jovens engajados, que fazem parte de uma geração que estudou para batalhar por uma nova democracia.
Os novos grupos propõem mudanças, desenvolvem mecanismos para recuperar a ética, incentivam o surgimento de novos nomes para ocupar cargos públicos e pressionam o Congresso para aprovar as transformações que desejam colocar em prática. “O que há de novo nisso tudo é que o desejo por uma maior participação nas tomadas de decisão vem acompanhado por novas ferramentas que nos permitem ultrapassar as velhas barreiras da ação coletiva”, afirma Ricardo Borges Martins, cientista social, articulador de diversos movimentos e coordenador do grupo Reforma Que Queremos. “A revolução digital é um marco de repercussões profundas para a democracia”, diz. (...)
Nos últimos anos, os escândalos de corrupção desencadearam uma forte crise de representatividade que abalou políticos e partidos. Segundo uma pesquisa que acaba de ser divulgada pela Transparência Internacional, 78% dos brasileiros acreditam que a corrupção aumentou nos últimos 12 meses. “Há um desencantamento com a política institucional e uma percepção de que todos os partidos agem de forma ilícita”, afirma Esther Solano, doutora em Ciências Sociais e pesquisadora da Unifesp. Mudar esse quadro exige novas formas de atuação, capazes de vencer a inércia e o ceticismo que abala parte da sociedade. Um levantamento do Instituto Update mapeou 700 iniciativas que reduzem a distância entre a sociedade e o poder público em toda a América Latina. O grande diferencial desses novos grupos é que eles se estruturam sem as inclinações político-partidárias de antes. Preocupados em transformar temas complexos em assuntos palatáveis, se empenham em facilitar o acesso da população às instâncias políticas. “Eles desejam reconstruir a cultura política de uma forma inovadora e têm a missão pedagógica de mostrar que o cidadão é parte desse processo”, diz Esther. Ao mesmo tempo em que nunca houve tantos meios de cobrar transparência da classe política, a dúvida sobre “quem nos representa” é cada vez mais evidente. “Entre o prometido e o executado há um trajeto de quatro anos e uma falta de capacidade para monitorar as ações dos governantes”, afirma Wagner de Melo Romão, cientista político e pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Participação, Movimentos Sociais e Ação Coletiva da Unicamp. “Existe uma clara tendência de que o Estado deve se abrir”, diz. (...)
Modificar a cultura política de forma suprapartidária e ainda mais participativa é a ambição desses novos militantes, que enxergam a tecnologia como aliada para exercer a cidadania. “Esses movimentos ganham força em uma sociedade cada vez mais conectada, com dinâmicas menos dependentes de estruturas tradicionais de poder e com uma demanda universal por abertura e transparência”, diz Martins. São coletivos com menos coesão ideológica e mais pragmatismo e autonomia. Em julho, um grupo de amigos de diferentes vertentes ideológicas lançou um manifesto na internet convocando uma nova geração para renovar a política. “Percebemos que existe uma demanda reprimida na população, sobretudo, nos jovens”, afirma José Frederico Lyra Netto, 33 anos, consultor, engenheiro e co fundador do movimento Acredito. (...).
Ainda que a tecnologia seja o grande diferencial desses novos coletivos para ampliar o alcance e as formas de exercer a cidadania, nada substitui a troca de ideias em campo. (...)
Agora, esses movimentos reúnem todos os esforços para tornar o debate mais qualificado em 2018, mas, ainda assim, as dificuldades a serem enfrentadas não são poucas. “Será um período interessante para verificar o posicionamento de cada um deles em um ambiente extremamente polarizado”, diz Romão, da Unicamp. “O grande desafio, porém, será ir além do temporário e construir uma atuação contínua.” Na prática, segundo o especialista, mudanças políticas requerem tempo para se consolidar. Além disso, esses coletivos terão de enfrentar representantes já bem instalados em suas bases de eleitores e grupos políticos com recursos econômicos – o que lhes impõe o desafio de ultrapassar a efemeridade. No que depender dos novos movimentos, disposição e planejamento não vão faltar. “Precisamos, com urgência, superar a onda de intolerância que vem se intensificando no País desde 2014”, diz Martins. “E o que os movimentos têm mostrado é que problemas da democracia só serão resolvidos com mais democracia. A solução para a política é mais política, e não o contrário.”
(PEREZ, Fabíola. Um novo jeito de fazer política. Isto é. Edição Nº 2497 de 12.10.2017)
Considere o fragmento:
“Ainda que a tecnologia seja o grande diferencial desses novos coletivos para ampliar o alcance e as formas de exercer a cidadania, nada substitui a troca de ideias em campo.”
Sobre a estrutura oracional em destaque, pode-se afirmar que
I - tem função adverbial.
II - apresenta uma relação de subordinação com “[...] nada substitui a troca de ideias em campo.”
III - traduz a ideia de tempo.
IV - pode ser substituída, sem alteração de sentido, por mesmo sendo a tecnologia o grande diferencial desses novos coletivos.
Está(ão) correta(s)
Considere os fragmentos:
“ ‘Será um período interessante para verificar o posicionamento de cada um deles em um ambiente extremamente polarizado, [...]’ ”
“O grande desafio, porém, será ir além do temporário e construir uma ação contínua”
“Além disso, esses coletivos terão de enfrentar representantes [...]”
“E o que os movimentos têm mostrado [...]”
“[...] problemas da democracia só serão resolvidos [...] Em relação ao emprego dos elementos destacados, é correto afirmar que