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Texto
Medicina Preventiva
21 de março, 1904
A propósito do novo regulamento da higiene
pública, já apareceu quem estranhasse o
desperdício de tanto dinheiro, "quando o estado
sanitário da capital é atualmente ótimo".
[5] É a eterna confusão... A opinião geral é que a
medicina foi inventada "para curar as moléstias", e
que o médico tem nas mãos o meio de vencer toda
e qualquer doença, assim como o higienista é
capaz de jugular* toda e qualquer epidemia. Ora,
[10] ambas essas ideias são falsas, falsíssimas... O
papel do médico e do higienista não é o de um
taumaturgo**, armado de poderes sobrenaturais: o
médico, está hoje provado, não sabe curar: o que
ele sabe e pode fazer é prevenir, é evitar que a
[15] moléstia apareça e tome conta do organismo; e o
mesmo se pode dizer do higienista, a quem cabe o
encargo, não de vencer as epidemias, mas de
impedir que elas apareçam e se propaguem.
(...)
A civilização chinesa passa por um amontoado
[20] de absurdos e extravagâncias... Entretanto, os
chins*** possuem uma grande e misteriosa
sabedoria, que é a vergonha da civilização da
Europa, – e da nossa também, porque é a Europa
que nos governa e dirige em medicina e em tudo.
[25] Essa teoria do papel de médico, adotada agora pelo
Dr. Héricourt, já é teoria corrente na China há
muitos séculos. Na China, cada família tem o seu
médico, com honorários fixos, esses honorários são
pontualmente pagos, enquanto não aparece na
[30] casa uma doença. Quando alguma pessoa da
família adoece, suspende-se o ordenado do clínico,
e ele começa a tratar o doente gratuitamente. Isso
quer dizer que, na China, o papel do médico é
prevenir; é essa a sua obrigação, é esse o seu
[35] ofício, e é para isso que ele recebe dinheiro...
(...)
*jugular: extinguir.
**taumaturgo: aquele que opera milagres, aquele que
adivinha.
***chins: chineses.
(BILAC, Olavo. Registro: crônicas da Belle Époque carioca. Organização Álvaro Santos Simões. Campinas: Editora da Unicamp, 2011, pp.235-236.
Em "Medicina Preventiva", Olavo Bilac, um dos principais poetas parnasianos brasileiros, revela-se também como cronista. As características desse texto que permitem classificá-lo como crônica encontram-se exclusivamente em:
Texto
Medicina Preventiva
21 de março, 1904
A propósito do novo regulamento da higiene
pública, já apareceu quem estranhasse o
desperdício de tanto dinheiro, "quando o estado
sanitário da capital é atualmente ótimo".
[5] É a eterna confusão... A opinião geral é que a
medicina foi inventada "para curar as moléstias", e
que o médico tem nas mãos o meio de vencer toda
e qualquer doença, assim como o higienista é
capaz de jugular* toda e qualquer epidemia. Ora,
[10] ambas essas ideias são falsas, falsíssimas... O
papel do médico e do higienista não é o de um
taumaturgo**, armado de poderes sobrenaturais: o
médico, está hoje provado, não sabe curar: o que
ele sabe e pode fazer é prevenir, é evitar que a
[15] moléstia apareça e tome conta do organismo; e o
mesmo se pode dizer do higienista, a quem cabe o
encargo, não de vencer as epidemias, mas de
impedir que elas apareçam e se propaguem.
(...)
A civilização chinesa passa por um amontoado
[20] de absurdos e extravagâncias... Entretanto, os
chins*** possuem uma grande e misteriosa
sabedoria, que é a vergonha da civilização da
Europa, – e da nossa também, porque é a Europa
que nos governa e dirige em medicina e em tudo.
[25] Essa teoria do papel de médico, adotada agora pelo
Dr. Héricourt, já é teoria corrente na China há
muitos séculos. Na China, cada família tem o seu
médico, com honorários fixos, esses honorários são
pontualmente pagos, enquanto não aparece na
[30] casa uma doença. Quando alguma pessoa da
família adoece, suspende-se o ordenado do clínico,
e ele começa a tratar o doente gratuitamente. Isso
quer dizer que, na China, o papel do médico é
prevenir; é essa a sua obrigação, é esse o seu
[35] ofício, e é para isso que ele recebe dinheiro...
(...)
*jugular: extinguir.
**taumaturgo: aquele que opera milagres, aquele que
adivinha.
***chins: chineses.
(BILAC, Olavo. Registro: crônicas da Belle Époque carioca. Organização Álvaro Santos Simões. Campinas: Editora da Unicamp, 2011, pp.235-236.)
Observe esta frase, extraída do segundo parágrafo do Texto, para responder à questão:
"Ora, ambas essas ideias são falsas,
falsíssimas.." (linhas 9-10)
A expressão "ambas essas ideias" tem função:
Texto
Medicina Preventiva
21 de março, 1904
A propósito do novo regulamento da higiene
pública, já apareceu quem estranhasse o
desperdício de tanto dinheiro, "quando o estado
sanitário da capital é atualmente ótimo".
[5] É a eterna confusão... A opinião geral é que a
medicina foi inventada "para curar as moléstias", e
que o médico tem nas mãos o meio de vencer toda
e qualquer doença, assim como o higienista é
capaz de jugular* toda e qualquer epidemia. Ora,
[10] ambas essas ideias são falsas, falsíssimas... O
papel do médico e do higienista não é o de um
taumaturgo**, armado de poderes sobrenaturais: o
médico, está hoje provado, não sabe curar: o que
ele sabe e pode fazer é prevenir, é evitar que a
[15] moléstia apareça e tome conta do organismo; e o
mesmo se pode dizer do higienista, a quem cabe o
encargo, não de vencer as epidemias, mas de
impedir que elas apareçam e se propaguem.
(...)
A civilização chinesa passa por um amontoado
[20] de absurdos e extravagâncias... Entretanto, os
chins*** possuem uma grande e misteriosa
sabedoria, que é a vergonha da civilização da
Europa, – e da nossa também, porque é a Europa
que nos governa e dirige em medicina e em tudo.
[25] Essa teoria do papel de médico, adotada agora pelo
Dr. Héricourt, já é teoria corrente na China há
muitos séculos. Na China, cada família tem o seu
médico, com honorários fixos, esses honorários são
pontualmente pagos, enquanto não aparece na
[30] casa uma doença. Quando alguma pessoa da
família adoece, suspende-se o ordenado do clínico,
e ele começa a tratar o doente gratuitamente. Isso
quer dizer que, na China, o papel do médico é
prevenir; é essa a sua obrigação, é esse o seu
[35] ofício, e é para isso que ele recebe dinheiro...
(...)
*jugular: extinguir.
**taumaturgo: aquele que opera milagres, aquele que
adivinha.
***chins: chineses.
(BILAC, Olavo. Registro: crônicas da Belle Époque carioca. Organização Álvaro Santos Simões. Campinas: Editora da Unicamp, 2011, pp.235-236.)
Observe esta frase, extraída do segundo parágrafo do Texto, para responder à questão:
"Ora, ambas essas ideias são falsas,
falsíssimas.." (linhas 9-10)
A expressão "falsas, falsíssimas" tem efeito estilístico de:
Texto
Medicina Preventiva
21 de março, 1904
A propósito do novo regulamento da higiene
pública, já apareceu quem estranhasse o
desperdício de tanto dinheiro, "quando o estado
sanitário da capital é atualmente ótimo".
[5] É a eterna confusão... A opinião geral é que a
medicina foi inventada "para curar as moléstias", e
que o médico tem nas mãos o meio de vencer toda
e qualquer doença, assim como o higienista é
capaz de jugular* toda e qualquer epidemia. Ora,
[10] ambas essas ideias são falsas, falsíssimas... O
papel do médico e do higienista não é o de um
taumaturgo**, armado de poderes sobrenaturais: o
médico, está hoje provado, não sabe curar: o que
ele sabe e pode fazer é prevenir, é evitar que a
[15] moléstia apareça e tome conta do organismo; e o
mesmo se pode dizer do higienista, a quem cabe o
encargo, não de vencer as epidemias, mas de
impedir que elas apareçam e se propaguem.
(...)
A civilização chinesa passa por um amontoado
[20] de absurdos e extravagâncias... Entretanto, os
chins*** possuem uma grande e misteriosa
sabedoria, que é a vergonha da civilização da
Europa, – e da nossa também, porque é a Europa
que nos governa e dirige em medicina e em tudo.
[25] Essa teoria do papel de médico, adotada agora pelo
Dr. Héricourt, já é teoria corrente na China há
muitos séculos. Na China, cada família tem o seu
médico, com honorários fixos, esses honorários são
pontualmente pagos, enquanto não aparece na
[30] casa uma doença. Quando alguma pessoa da
família adoece, suspende-se o ordenado do clínico,
e ele começa a tratar o doente gratuitamente. Isso
quer dizer que, na China, o papel do médico é
prevenir; é essa a sua obrigação, é esse o seu
[35] ofício, e é para isso que ele recebe dinheiro...
(...)
*jugular: extinguir.
**taumaturgo: aquele que opera milagres, aquele que
adivinha.
***chins: chineses.
(BILAC, Olavo. Registro: crônicas da Belle Époque carioca. Organização Álvaro Santos Simões. Campinas: Editora da Unicamp, 2011, pp.235-236.)
Observe esta frase, extraída do segundo parágrafo do Texto, para responder à questão:
"Ora, ambas essas ideias são falsas,
falsíssimas.." (linhas 9-10)
O vocábulo sublinhado na frase em questão ("Ora") seria bem substituído pelo advérbio:
Texto
Medicina Preventiva
21 de março, 1904
A propósito do novo regulamento da higiene
pública, já apareceu quem estranhasse o
desperdício de tanto dinheiro, "quando o estado
sanitário da capital é atualmente ótimo".
[5] É a eterna confusão... A opinião geral é que a
medicina foi inventada "para curar as moléstias", e
que o médico tem nas mãos o meio de vencer toda
e qualquer doença, assim como o higienista é
capaz de jugular* toda e qualquer epidemia. Ora,
[10] ambas essas ideias são falsas, falsíssimas... O
papel do médico e do higienista não é o de um
taumaturgo**, armado de poderes sobrenaturais: o
médico, está hoje provado, não sabe curar: o que
ele sabe e pode fazer é prevenir, é evitar que a
[15] moléstia apareça e tome conta do organismo; e o
mesmo se pode dizer do higienista, a quem cabe o
encargo, não de vencer as epidemias, mas de
impedir que elas apareçam e se propaguem.
(...)
A civilização chinesa passa por um amontoado
[20] de absurdos e extravagâncias... Entretanto, os
chins*** possuem uma grande e misteriosa
sabedoria, que é a vergonha da civilização da
Europa, – e da nossa também, porque é a Europa
que nos governa e dirige em medicina e em tudo.
[25] Essa teoria do papel de médico, adotada agora pelo
Dr. Héricourt, já é teoria corrente na China há
muitos séculos. Na China, cada família tem o seu
médico, com honorários fixos, esses honorários são
pontualmente pagos, enquanto não aparece na
[30] casa uma doença. Quando alguma pessoa da
família adoece, suspende-se o ordenado do clínico,
e ele começa a tratar o doente gratuitamente. Isso
quer dizer que, na China, o papel do médico é
prevenir; é essa a sua obrigação, é esse o seu
[35] ofício, e é para isso que ele recebe dinheiro...
(...)
*jugular: extinguir.
**taumaturgo: aquele que opera milagres, aquele que
adivinha.
***chins: chineses.
(BILAC, Olavo. Registro: crônicas da Belle Époque carioca. Organização Álvaro Santos Simões. Campinas: Editora da Unicamp, 2011, pp.235-236.
No trecho "e o mesmo se pode dizer do higienista, a quem cabe o encargo, não de vencer as epidemias, mas de impedir que elas apareçam e se propaguem" (linhas 15-18), o conectivo sublinhado tem valor de
Texto
Medicina Preventiva
21 de março, 1904
A propósito do novo regulamento da higiene
pública, já apareceu quem estranhasse o
desperdício de tanto dinheiro, "quando o estado
sanitário da capital é atualmente ótimo".
[5] É a eterna confusão... A opinião geral é que a
medicina foi inventada "para curar as moléstias", e
que o médico tem nas mãos o meio de vencer toda
e qualquer doença, assim como o higienista é
capaz de jugular* toda e qualquer epidemia. Ora,
[10] ambas essas ideias são falsas, falsíssimas... O
papel do médico e do higienista não é o de um
taumaturgo**, armado de poderes sobrenaturais: o
médico, está hoje provado, não sabe curar: o que
ele sabe e pode fazer é prevenir, é evitar que a
[15] moléstia apareça e tome conta do organismo; e o
mesmo se pode dizer do higienista, a quem cabe o
encargo, não de vencer as epidemias, mas de
impedir que elas apareçam e se propaguem.
(...)
A civilização chinesa passa por um amontoado
[20] de absurdos e extravagâncias... Entretanto, os
chins*** possuem uma grande e misteriosa
sabedoria, que é a vergonha da civilização da
Europa, – e da nossa também, porque é a Europa
que nos governa e dirige em medicina e em tudo.
[25] Essa teoria do papel de médico, adotada agora pelo
Dr. Héricourt, já é teoria corrente na China há
muitos séculos. Na China, cada família tem o seu
médico, com honorários fixos, esses honorários são
pontualmente pagos, enquanto não aparece na
[30] casa uma doença. Quando alguma pessoa da
família adoece, suspende-se o ordenado do clínico,
e ele começa a tratar o doente gratuitamente. Isso
quer dizer que, na China, o papel do médico é
prevenir; é essa a sua obrigação, é esse o seu
[35] ofício, e é para isso que ele recebe dinheiro...
(...)
*jugular: extinguir.
**taumaturgo: aquele que opera milagres, aquele que
adivinha.
***chins: chineses.
(BILAC, Olavo. Registro: crônicas da Belle Époque carioca. Organização Álvaro Santos Simões. Campinas: Editora da Unicamp, 2011, pp.235-236.
No fragmento "é evitar que a moléstia apareça e tome conta do organismo" (linhas 14-15), a expressão sublinhada vale-se da seguinte figura de linguagem: