Questões de Português - Gramática - Linguagem - Variações linguísticas
Leia o fragmento do texto Mito no 1 “O português do Brasil apresenta uma unidade surpreendente”, de Marcos Bagno:
Esse é um dos mitos mais graves dos que compõem a mitologia do preconceito linguístico no Brasil. [...].
Existe também toda uma longa tradição de estudos filológicos e gramaticais que se baseou, durante muito tempo, nesse (pré) conceito irreal da “unidade linguística do Brasil”.
Esse mito é muito prejudicial à educação por-que, ao não reconhecer a verdadeira diversidade do português faladonoBrasil, a escola tenta imporsuanorma linguística como se ela fosse, de fato, a língua comum a todos os mais de 200 milhões de brasileiros, independentemente de sua idade, de sua origem geográfica, de sua situação socioeconômica, de seu grau de escolarização etc. Com isso também se nega o caráter multilíngue do nosso País, onde são faladas mais de duzentas línguas diferentes, entre línguas indígenas, línguas trazidas pelos imigrantes europeus e asiáticos, línguas surgidas das situações de contato nas extensas zonas fronteiriças com os países vizinhos, além de falares remanescentes das diversas línguas africanas trazidas pelas vítimas do sistema escravagista. E, é claro, nega a existência da língua de sinais, a LIBRAS, que é a língua empregada por milhares de surdos país afora.
[...] não existe nenhuma língua no mundo que seja “una”, uniforme e homogênea. [...] Toda e qualquer língua humana viva é, intrínseca e inevitavelmente, heterogênea, ou seja, apresenta variação em todos os seus níveis estruturais (fonologia, morfologia, sintaxe, léxico etc.) e em todos os seus níveis de uso social (variação regional, social, etária, estilística etc.).
[...]
[...] A função da escola é, em todo e qualquer campo de conhecimento, levar a pessoa a conhecer e dominar coisas que ela não sabe e, no caso específico da língua, conhecer e dominar [...] a leitura e a escrita e, junto com elas, outras formas de falar e de escrever, outras variedades de língua, outros registros. [...]
(BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico. 56. ed. revista e ampliada. São Paulo: Parábola, 2015. p. 25-35. Adaptado.)
Com base na leitura do fragmento do texto lido, analise as assertivas a seguir:
I - O autor rejeita o ensino da norma padrão nas aulas de Língua Portuguesa nas escolas brasileiras.
II - Segundo o texto, o ensino da língua padrão será mais eficiente se a escola considerar as diversidades linguísticas do Brasil.
III - Conforme o autor, a função da escola é preparar o aluno para o conhecimento, domínio e uso dos diferentes registros das variedades linguísticas do Brasil.
Marque a única alternativa inteiramente correta
Leia o poema para responder à questão.
Neste rio tem uma iara....
De primeiro o velho que tinha visto a iara
Contava que ela era feiosa, muito!
Preta gorda manquitola ver peixe-boi.
Felizmente velho já morreu faz tempo.
Duma feita, madrugada de neblina
Um moço que sofria de paixão
Por causa duma índia que não queria ceder pra ele,
Se levantou e desapareceu na água do rio.
Então principiaram falando que a iara cantava, era moça,
Cabelos de limo verde do rio...
Ontem o piá brincabrincando
Subiu na igara do pai abicada no porto,
Botou a mãozinha na água funda.
E vai, a piranha abocanhou a mãozinha do piá.
Neste rio tem uma iara...
No 12º verso do poema, o vocábulo “brincabrincando” corresponde a
Observe os textos abaixo:
(https://www.google.com/search?q=placas+rid%C3%ADculas&source=lnms&tbm=isch&sa=X&v ed=2ahUKEwiQh4CH2bX6AhWVt5UCHR6uD2sQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1366&bih=617&d pr=1#imgrc=tn9a0C8TxcMHfM)
(https://www.google.com/search?q=placas+rid%C3%ADculas&source=lnms&tbm=isch&sa=X&v ed=2ahUKEwiQh4CH2bX6AhWVt5UCHR6uD2sQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1366&bih=617&d pr=1#imgrc=Z9p8FcJ1XOiEUM&imgdii=vz39XfR89ERDWM)
De acordo com a argumentação de Lagares, exemplares de textos como esses evidenciam, EXCETO:
Assinale a alternativa que contenha apenas palavras grafadas de acordo com a norma culta escrita do português brasileiro:
Texto
“Slam” é voz de identidade e resistência dos poetas contemporâneos
A poesia falada e apresentada para
grandes plateias não é um fato novo,
porém, a grande diferença é que hoje a
poesia falada se apresenta para o povo e
[150] não para uma elite — estamos falando da
poesia slam. Essa palavra surgiu em
Chicago, em 1984, e hoje a poetry slam,
como é chamada, é uma competição de
poesia falada que traz questões da
[155] atualidade para debate. slam é uma
expressão inglesa cujo significado se
assemelha ao som de uma “batida” de porta
ou janela, “algo próximo do nosso ‘pá!’ em
língua portuguesa”, explica Cynthia Agra de
[160]Brito Neves, em artigo recém-publicado na
revista Linha D’Água. Nas apresentações de
slam o poeta é performático e só conta com
o recurso de sua voz e de seu corpo.
A poetry slam, também chamada
[165] “batalha das letras”, tornou-se, além de um
acontecimento poético, um movimento
social, cultural e artístico no mundo todo,
um novo fenômeno de poesia oral em que
poetas da periferia abordam criticamente
[170] temas como racismo, violência, drogas,
entre outros, despertando a plateia para a
reflexão, tomada de consciência e atitude
política em relação a esses temas. Os
campeonatos de poesias passam por etapas
[175] ao longo do ano, de fevereiro a novembro,
são compostos de três rodadas e o
vencedor, escolhido por cinco jurados da
plateia, é premiado com livros e participa
do Campeonato Brasileiro de Slam (Slam
[180] Br). O poeta vencedor dessa etapa
competirá na Copa do Mundo de Slam,
realizada todo ano em dezembro, na
França.
Os campeonatos de slam no Brasil
[185] foram introduzidos por Roberta Estrela
D’Alva, a slammer (poetisa) brasileira mais
conhecida pela mídia e que conquistou o
terceiro lugar na Copa do Mundo de Poesia
Slam 2011, em Paris. Outra presença
[190] expressiva no assunto é Emerson Alcalde,
fundador do Slam da Guilhermina,
entrevistado pela autora em maio deste ano
na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas (FFLCH) da USP. Segundo ele,
[195] “promover a poesia oral, falar poesias, ler,
escrever, promover batalhas de
performances poéticas, é transformar os
slams em linguagem” e, pensando nisso,
levou o slam às escolas, pois “poesia é
[200] educação”.
(...) O slam é um grito, atitude de
“reexistência”, termo criado com a fusão
das palavras existência e resistência, de
acordo com a professora Ana L. S. Souza. O
[205] artigo ressalta também a importância de se
levar os slams para as escolas, na medida
em que forma alunos leitores e escritores
conscientes, dispostos a reivindicarem
mudanças educacionais e sociais.
[210] É fundamental o papel da escola na
disseminação dos “slams”, pois por meio
deles os alunos expressam “seus modos de
existir” e suas reivindicações por “uma
cultura jovem, popular, negra e pobre, de
[215] moradores da periferia, bem diferentes do
gosto canônico, branco e de classe média”.
Ao recriarem a cultura oficialmente escolar
letrada, esses alunos se tornam “agentes de
letramentos de reexistência”, e os slams,
[220] dessa maneira, são seus porta-vozes, pelos
quais demonstram sua revolta, sua
identidade e resistência. A autora finaliza
afirmando que “é preciso resistir para
existir. Poesia é reexistência”, enfatizando o
[225] desafio com que se deparam as escolas
diante dessa nova poesia contemporânea.
Adaptado de NEVES, Cynthia Agra de Brito. “Slam” é voz de identidade e resistência dos poetas contemporâneos. Disponível em https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-humanas/slam-evoz-de-identidade-e-resistencia-dos-poetascontemporaneos/ Acesso em 14 de setembro de 2021.
Dizer que “O slam é um grito, atitude de ‘reexistência’” (linhas 201-202) significa que o slam
I. traz um legado de autoafirmação e entendimento da identidade de jovens da periferia, ao colocar em pauta discussões sobre gênero e racismo.
II. demonstra a presença de jovens em espaços de fala e a transformação social causada pela articulação dos jovens nos territórios da periferia.
III. trabalha a linguagem formal e o uso correto da linguagem que deve ser utilizada pelos jovens.
Estão corretas as complementações contidas em
Avalie as afirmações a seguir a partir do texto de Bello e de conhecimentos pessoais prévios.
I. Quanto ao gênero, é uma tirinha que apresenta elementos verbais e não verbais. E os garotos falam uma variante da língua que é impossível compreender. A crítica é que apenas os menores pobres são presos.
II. Na afirmação “Agora os dimenó também vão podê ser presos”, pressupõe que antes os infratores menores de idade não eram punidos com prisão.
III. O vocábulo “dimenó” tem sentidos diferentes nas duas falas. Na primeira, se refere a menores de 18 anos. Na segunda, refere-se a pessoas com menor poder de compra, ou seja, de baixa renda.
Está correto o que se afirma em:
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