Questões de História - História do Brasil - Período Colonial (1530-1822)
Leia o segmento abaixo.
Na última segunda-feira, o jovem imigrante congolês Moïse Kabamgabe, de 24 anos, foi brutalmente assassinado no Rio de Janeiro. Moïse chegou ainda criança ao Brasil junto com sua mãe e seus irmãos. Era um refugiado que buscava reconstruir a vida longe dos conflitos étnicos na República Democrática do Congo que já tinham ceifado a vida de seu pai e de outros parentes. […] A hostilidade contra africanos tem longa história no Brasil. Nunca é demais lembrar que a história do Brasil é fundada na escravidão. O tráfico transatlântico de africanos escravizados trouxe somente para o Brasil mais de cinco milhões de homens, mulheres e crianças, segundo dados de uma plataforma digital que quantifica os números do comércio negreiro. No século 19, depois da Revolta dos Malês — um movimento de resistência na Bahia protagonizado por africanos de origem iorubá, da África Ocidental —, o governo local estabeleceu uma política de deportação para a África daqueles envolvidos no episódio ou mesmo que representassem algum perigo na cabeça das autoridades brasileiras. […] Com o final do tráfico de africanos escravizados, uma outra política de imigração se estabeleceu no país. Imigrantes europeus, como os italianos, que formavam uma comunidade importante em São Paulo, eram cada vez mais numerosos no Brasil depois de 1850. Os africanos e seus descendentes, por sua vez, foram empurrados cada vez mais para a subalternidade, que se arrasta até os nossos dias.
PINTO, Ana Flavia [et al]. Assassinato de jovem congolês destrói imagem de país cordial e hospitaleiro. UOL, 02 fev. 2022. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/opiniao/coluna/2022/02/02/assassinato-de-jovemcongoles-destroi-imagem-de-pais-cordial-e-hospitaleiro.htm. Acesso em: 08 out. 2022.
Considerando a história das relações étnico-raciais no Brasil, a principal ideia contida no segmento é que
"As primeiras sesmarias caririenses datam de 1703, apesar de já preexistirem colonos fixados ao solo, dentre eles, muitos de origem baiana, dando origem as vilas de Crato e Jardim, que se destacaram no cenário urbano colonial (GIRÃO, 1994). Inicialmente, buscavam encontrar grandes jazidas de metais preciosos, principalmente por pensarem que naquelas terras era possível existir ouro. Não encontrando metais preciosos, os primeiros colonizadores buscaram desenvolver uma atividade mais compensadora que trouxesse lucratividade de modo mais rápido. Sendo assim, foi implantado o cultivo da cana-de-açúcar, permitindo uma maior integração com a economia açucareira da zona da mata pernambucana, utilizando-se principalmente da mão-deobra negra".
(ABREU e CRUZ, 2010. Disponível em http://www.uvanet.br/hist/janjun2010/16_resgatando_historia.pdf. Acesso em 05/02/2022).
A partir do processo descrito acima e considerando o contexto de ocupação do Nordeste brasileiro e do Cariri cearense pelos colonizadores europeus, é possível afirmar que:
“A política de aldeamentos foi essencial para o projeto de colonização. Afinal, os índios aliados eram indispensáveis ao projeto, pois além de compor as tropas militares, eles deviam ocupar os espaços conquistados e contribuir, como mão-deobra, para a construção das sociedades coloniais. As novas aldeias que se cravam próximas aos núcleos portugueses foram, do século XVI ao XVII, o espaço privilegiado para a inserção desses índios na ordem colonial. Desempenharam importantes funções e foram, a grosso modo, estabelecidas e administradas por missionários, principalmente jesuítas.”
(ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Os índios na História do Brasil. Rio de Janeiro: FGV, 2010. p 69)
A partir da interpretação do fragmento do texto, é correto afirmar que
A estratificação social no Brasil Colonial fundou‐se precisamente no deslocamento imaginário da noção desigualadora de “Escravo”, para a coordenada de contrários fundada sob a perspectiva da diferença entre homens livres e escravos. Nessa perspectiva, um indivíduo não está escravo, ele é escravo, e toda a violência maior do modelo de estratificação social típico do Brasil Colonial esteve alicerçada nesse deslocamento, nessa transformação de uma contradição em contrariedade, nessa estratégia social imobilizadora.
Referência: BARROS, José D‟Assunção. Escravidão Clássica e Escravidão Moderna. Desigualdade e Diferença no Pensamento Escravista: uma comparação entre os antigos e os modernos. Ágora. Estudos Clássicos em Debate 15, 2013, p. 211-12. Adaptado.
O processo histórico descrito no texto apresenta como uma de suas principais características a
No Período Colonial, a Coroa Portuguesa legitimou por instrumentos políticos e jurídicos a chamada “guerra justa” contra os povos indígenas resistentes à conquista e à colonização das terras do Brasil, o que estimulou
Sabeis quem traz as pragas à terra? Cativeiros injustos. Quem trouxe ao Maranhão a praga dos Holandeses? Quem trouxe a praga das bexigas? Quem trouxe a fome e a esterilidade? Estes cativeiros. [...] Todo o homem que deve serviço ou liberdade alheia, e podendo-a restituir, não restitui, é certo que se condena: todos, ou quase todos os homens do Maranhão devem serviços e liberdades alheias, e podendo restituir, não restituem; logo, todos os quase todos se condenam.
Cleonice Berardinellí. Pretos, Índios e Judeus nos Sermões de Vieira. In. João Adolfo Hansen, Adma Muhana, Hélder Garm (Orgs). Estudos sobre Vieira - São Paulo: Ateliê
Editorial. 2011.
Este Sermão do Pe. Antônio Vieira (1608-1697) faz uma crítica à escravização dos indígenas e expõe a grande demanda por essa mão de obra no Estado Colonial do Maranhão até meados do século XVIII.
A assertiva que explica o cativeiro dos indígenas no Maranhão colonial é a seguinte:
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