Questões de Filosofia - Filosofia moderna - Ciência Moderna e Racionalismo
Leia com atenção o texto abaixo.
“[...] jamais acolher alguma coisa como verdadeira que eu não conhecesse evidentemente como tal; [...] evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção, e de nada incluir em meus juízos que não se apresentasse tão clara e tão distintamente a meu espírito, que eu não tivesse nenhuma ocasião de pô-lo em dúvida”.
René Descartes. Discurso do método, I. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 37.
Defender a evidência, a clareza e a distinção ao próprio espírito (à própria razão) como primeiro critério do conhecimento verdadeiro expressam uma posição
Francis Bacon (1561-1626): “Só há e só pode haver duas vias para a investigação e para a descoberta da verdade. Uma, que consiste no saltar-se das sensações e das coisas particulares aos axiomas mais gerais e, a seguir, descobrirem-se os axiomas intermediários a partir desses princípios e de sua inamovível verdade. Esta é a que ora se segue. A outra, que recolhe os axiomas dos dados dos sentidos e particulares, ascendendo contínua e gradualmente até alcançar, em último lugar, os princípios de máxima generalidade. Este é o verdadeiro caminho, porém ainda não instaurado.”
(BACON, F. Novum organum ou verdadeiras indicações acerca da interpretação da natureza. São Paulo: Abril Cultural, 1984, p. 16).
Assinale a alternativa CORRETA em conformidade com o texto:
René Descartes (1596-1650), filósofo e matemático francês, é um dos inauguradores da filosofia moderna. Sua concepção integra o movimento de filósofos que promovem a emergência do racionalismo. Descartes desenvolve um método de análise que forneceria os fundamentos do pensamento que prevaleceria na modernidade, que consiste no ceticismo metódico.
Com esse método, Descartes:
Leia com atenção o seguinte diálogo entre Galileu e o garoto Andrea, personagens da peça Vida de Galileu (1938-39), do dramaturgo alemão Bertolt Brecht (1898-1956):
“GALILEU – Você entendeu o que eu lhe expliquei
ontem?
ANDREA – O quê? Aquela história de Copérnico e da
rotação da Terra?
GALILEU – É.
ANDREA – Por que o senhor quer que eu entenda? É
muito difícil, e eu ainda não fiz onze anos,
vou fazer em outubro.
GALILEU – Mas eu quero que você entenda. É para
que se entendam essas coisas que eu
trabalho e compro livros caros em vez de
pagar o leiteiro.
ANDREA – Mas eu vejo que o Sol de noite não está
onde estava de manhã. Quer dizer que ele
não pode ficar parado! Nunca, jamais...
GALILEU – Você vê?! O que você vê? Você não vê
nada! Você arregala os olhos, mas
arregalar os olhos não é ver.
Galileu põe a bacia de ferro no centro do quarto e diz:
GALILEU – Bem, isto é o Sol (aponta para a bacia).
Sente-se aí (aponta para a cadeira).
Andrea se senta na única cadeira, tendo a bacia à sua
esquerda; Galileu fica de pé, atrás dele, e pergunta:
GALILEU – Onde está o Sol, à direita ou à esquerda?
ANDREA – À esquerda.
GALILEU – Como fazer para ele passar para a direita?
ANDREA – O senhor carrega a bacia para a direita,
claro.
GALILEU – E não tem outro jeito?
Galileu levanta Andrea e a cadeira do chão, coloca-os
do outro lado da bacia e pergunta:
GALILEU – Agora, onde está o Sol?
ANDREA – À direita.
GALILEU – E ele se moveu?
ANDREA – Ele, não.
GALILEU – O que é que se moveu?
ANDREA – Eu.
GALILEU (gritando) – Errado, seu desatencioso! A
cadeira! A cadeira se moveu!
ANDREA – Mas eu com ela!
GALILEU – Claro, a cadeira é a Terra. Você está em
cima dela.”
BRECHT, B. A vida de Galileu. Trad. Roberto Schwartz. In: Bertolt Brecht. Teatro completo, vol. 6.– 3ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991. Adaptado.
Com base no diálogo acima, é correto afirmar que, para o personagem Galileu, para compreender os fenômenos astronômicos acima discutidos,
No semiárido brasileiro, o sertanejo desenvolveu uma acuidade detalhada para a observação dos fenômenos, ao longo dos tempos, presenciados na natureza, em especial para a previsão do tempo e do clima, utilizando como referência a posição dos astros, constelação e nuvens. Conforme os sertanejos, a estação vai ser chuvosa quando a primeira lua cheia de janeiro “sair vermelha, por detrás de uma barra de nuvens”, mas “se surgir prateada, é sinal de seca”.
MAIA, D. MAIA, A C A uulzoção dos dios Pcoulares e da observação do tempo pars 4 chmtDiogia Escolar nO ensino fundamenta! 1! GeoTentos, n 1, ui 2010 (adaptado)
O texto expõe a produção de um conhecimento que se constitui pela
Texto
Nos últimos tempos, reservou-se (e, com isso, popularizou-se) o termo fake news para designar os relatos pretensamente factuais que inventam ou alteram os fatos que narram e que são disseminados, em larga escala, nas mídias sociais, por pessoas interessadas nos efeitos que eles poderiam produzir.
(Wilson S. Gomes e Tatiana Dourado. “Fake news, um fenômeno de comunicação política entre jornalismo, política e democracia”. Estudos em Jornalismo e Mídia, no 2, vol. 16, 2019.)
Texto
As vacinas foram os principais alvos de fake news entre todas as publicações monitoradas pelo Ministério da Saúde em 2018. Cerca de 90% dos focos de mentiras identificados pelo órgão tinham como alvo a vacinação. Reconhecido internacionalmente, o programa de imunização brasileiro viu doenças como sarampo e poliomielite voltarem a ameaçar o país em 2018 após os índices de cobertura vacinal caírem em 2017.
(Fabiana Cambricoli. “Ministério da Saúde identifica 185 focos de fake news e reforça campanhas”. https://saude.estadao.com.br, 20.09.2018. Adaptado.)
Os textos tratam de uma prática que é contrária ao princípio da fundamentação racional sustentado por Descartes, que propôs a
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