Questões de Filosofia - Temática - Ética
Nenhuma ética anterior tinha de levar em consideração a condição global da vida humana, o futuro distante e até mesmo a existência da espécie. Com a consciência da extrema vulnerabilidade da natureza à intervenção tecnológica do homem, surge a ecologia. Repensar os princípios básicos da ética. Procurar não só o bem humano, mas também o bem de coisas – extra-humanas, ou seja, alargar o conhecimento dos “fins em si mesmos” para além da esfera do homem, e fazer com que o bem humano incluísse o cuidado delas.
JONAS, Hans. Ética, medicina e técnica. Lisboa: Vega Passagens, 1994, p. 40.
Com base nos princípios da ética da responsabilidade de Hans Jonas, voltada para as especificidades dos desafios impostos pelo que o autor chama de civilização tecnológica, considere as seguintes assertivas:
I As éticas tradicionais são suficientes para responder às demandas ambientais da civilização tecnológica.
II As interferências técnicas dos seres humanos no meio ambiente atingiram proporções nunca antes vistas, as quais exigem uma nova postura ética à altura.
III A humanidade precisa expandir o campo de preocupação ética, atualizando-a, corrigindo-a e ampliando-a para o âmbito das coisas extra-humanas.
IV As ações humanas não têm consequências na natureza. O meio ambiente é capaz de tolerar todas as intervenções da civilização tecnológica sem sofrer prejuízos.
V Cada pessoa deve agir moralmente apenas com base nos próprios interesses. A humanidade não tem nenhum dever ético para com as gerações futuras.
Estão CORRETAS as assertivas.
"Apesar de sua presumida evidência, a articulação entre liberdade e igualdade é mais complicada do que parece. Sua reunião em um mesmo indivíduo, que seria, ao mesmo tempo, livre e igual a seus semelhantes, esconde tensões significativas. Como, por exemplo, alguém poderia ser livre em um contexto no qual prevalecem desigualdades aberrantes? Em contrapartida, o que resta da liberdade se os indivíduos não puderem singularizar-se e diferenciar-se uns dos outros?"
(FIGUEIREDO, V. A paixão da Igualdade: uma genealogia do indivíduo moral na França. Belo Horizonte: Relicário, p. 9, 2021.)
Escolha, dentre as alternativas a seguir, aquela que sintetiza melhor a ideia expressa na citação de Figueiredo:
Não tinha outra filosofia. Nem eu. Não digo que a Universidade me não tivesse ensinado alguma; mas eu decorei-lhe só as fórmulas, o vocabulário, o esqueleto. Tratei-a como tratei o latim; embolsei três versos de Virgílio, dois de Horácio, uma dúzia de locuções morais e políticas, para as despesas da conversação. Tratei-os como tratei a história e a jurisprudência. Colhi de todas as cousas a fraseologia, a casca, a ornamentação.
ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.
A descrição crítica do personagem de Machado de Assis assemelha-se às características dos sofistas, contestados pelos filósofos gregos da Antiguidade, porque se mostra alinhada à
A política científica hoje em curso no Brasil e em vários outros países, baseada num produtivismo galopante, indica-nos que o momento é crítico, que exige profunda reflexão e, principalmente, mudança de rotas. E isso tem que ser feito antes que seja tarde. Não podemos nos esquecer da dubiedade apontada por Derrida: o remédio que cura também pode matar. Como diz um velho ditado popular, a diferença entre o remédio e o veneno pode estar apenas na dosagem.
ORTIZ, Renato. Cientificidade, cientometria e insensatez. In: A diversidade dos sotaques: o inglês e as ciências sociais. São Paulo: Brasiliense, 2008, p. 142.
Depreende-se do texto que o autor
No curta-metragem Meu Amigo Nietzsche, dirigido por Fáuston da Silva, o estudante Lucas, personagem principal da trama, experimenta o dilema de não ter um bom desempenho em leitura. De acordo com sua professora, caso não se esforce o suficiente, poderá “repetir o ano”. Sua trajetória de “fracasso” é interrompida após encontrar por acaso em um lixão um dos livros do filósofo alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche, Assim falou Zaratustra (1883). Do mesmo modo que o personagem central da obra nietzscheana, Lucas vive a desconfiança daqueles que estão em seu entorno.
Levando em consideração o curta, bem como os pressupostos da filosofia de Nietzsche e o título do livro, assinale a alternativa que expressa o sentido da principal descoberta de Lucas.
O medo é um sentimento conhecido de toda criatura viva. Os seres humanos compartilham essa experiência com os animais. Os estudiosos do comportamento animal descrevem, de modo altamente detalhado, o rico repertório de reações dos animais à presença imediata de uma ameaça que ponha em risco suas vidas. Os humanos, porém, conhecem algo mais além disso: uma espécie de medo de “segundo grau”, um medo, por assim dizer, social e culturalmente “reciclado”, um “medo derivado” que orienta seu comportamento, haja ou não uma ameaça imediatamente presente. O medo secundário pode ser visto como um rastro de uma experiência passada de enfrentamento de uma ameaça direta — um resquício que sobrevive ao encontro e se torna um fator importante na modelagem da conduta humana mesmo que não haja mais uma ameaça direta à vida ou à integridade.
Zygmunt Bauman. Medo líquido. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008, p. 9 (com adaptações).
O último período do texto introduz uma das ideias centrais que estruturam o texto.
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