Leia o texto para responder à questão.
“O punk sempre teve essa consciência do ‘faça você mesmo’, que vai contra a lógica burguesa de consumir, que é &#%!, sabe?”, explicou João Gordo, vocalista da banda Ratos de Porão, ressaltando que sua preocupação com o meio ambiente não nasceu ontem. “São Paulo hoje parece com aquele livro do Ignácio de Loyola Brandão! Sem paranoia nenhuma nisso, cara”, afirmou, referindo-se a um de seus romances favoritos, Não Verás País Nenhum, de 1981, no qual o autor apresenta um futuro distópico* para o país, com surtos de doenças estranhas que ninguém entende, água e ar poluídos, congestionamentos infinitos e mudanças climáticas assassinas. “E já não é assim mesmo? Um retrato do que já é a realidade do desmatamento, das pessoas se alimentando de comidas artificiais cheias de aditivos químicos (...)?”
(...) O apresentador e sua mulher também têm se interessado pelo “freeganismo”, filosofia que vem da junção das palavras em inglês free e vegan. Os “freeganos”, avessos ao desperdício, costumam reaproveitar e consumir alimentos que foram ou serão descartados por restaurantes e supermercados. “A Vivi é bem mais radical. Ela e a mãe às vezes vão ao Ceagesp para pegar frutas, verduras e coisas do tipo que, embora estejam boas, não foram compradas e os vendedores preferem jogar no lixo antes mesmo de estragar – porque os caminhões refrigerados são caros e o preço para armazenar não compensa.”
Júlio Lamas. Punk Verde.
*Distópico: relativo à distopia**.
**Distopia: qualquer representação ou descrição de uma organização social futura caracterizada por condições de vida insuportáveis, com o objetivo de criticar tendências da sociedade atual, ou parodiar utopias, alertando para os seus perigos.
Antonio Houaiss e Mauro de Salles Villar. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
O texto constrói uma relação entre o movimento Punk e o “Freeganismo”.
Essa relação se estabelece por meio de