Leia o texto para responder à questão.
Como filha de um homem abastado, a noiva fora instruída nos rudimentos da leitura e da escrita [...]. Só que a noiva era uma criatura histriônica*. Tudo que lia, poesia ou canção, era compartilhado com a Escrava; tudo que escrevia, em seguida lia em voz alta para a Escrava. Em segredo, a africana desconfiava daqueles sinais mágicos, tinha medo do papel que podia transportar vozes humanas. Porém, contanto que fosse a sua favorita quem dava voz às palavras, ela se sentia em segurança; contanto que fosse ela quem transformava em música os sinais no papel, a Escrava ficava contente. Agora, pela primeira vez, foi excluída. A mensagem do anjo tinha erguido uma barreira de escrita entre ambas.
*histriônica: relativo a histrião, aquele que representava as farsas, logo, comediante, farsista.
(Bahiyyih Nakhjavani, O alforje. Porto Alegre: Dublinense, 2018, p. 180.)
Sobre o foco narrativo do trecho transcrito, é certo afirmar que se trata de um narrador