Muitas vezes usamos as palavras sociedade, povo, nação e país como sinônimos; mas essas palavras, apesar de terem sentidos bem parecidos, não significam exatamente a mesma coisa.
(VESENTINI, J. W.; VLACH, V. Geografia crítica: o espaço social e o espaço brasileiro. 30. Ed. São Paulo: Ática, 2004, v. 2, p. 2.)
Sobre o tema, assinale a alternativa correta.
O texto a seguir é referência para a questão.
Da Violência
Hannah Arendt
Estas reflexões foram causadas pelos eventos e debates dos últimos anos comparados com o background do século vinte, que se
tornou realmente, como Lênin tinha previsto, um século de guerras e revoluções; um século daquela violência que se acredita
comumente ser o denominador comum destas guerras e revoluções. Há, todavia, um outro fator na situação atual que, embora não
previsto por ninguém, é pelo menos de igual importância. O desenvolvimento técnico dos implementos da violência chegou a tal
[5] ponto que nenhum objetivo político concebível poderia corresponder ao seu potencial destrutivo, ou justificar seu uso efetivo num
conflito armado. Assim, a arte da guerra – desde tempos imemoriais o impiedoso árbitro final em disputas internacionais – perdeu
muito de sua eficácia e quase todo seu fascínio. O “apocalíptico” jogo de xadrez entre as superpotências, ou seja, entre os que
manobram no plano mais alto de nossa civilização, está sendo jogado segundo a regra “se qualquer um ‘ganhar’ é o fim de ambos”;
é um embate sem qualquer semelhança com os outros embates militares precedentes. Seu objetivo “racional” é intimidação e não
[10] vitória, e a corrida armamentista, já não sendo uma preparação para a guerra, só pode ser justificada agora pela ideia de que quanto
mais intimidação houver maior é a garantia de paz.
(Extraído e adaptado de: Arendt, H. Crises da República. SP: Perspectiva, 2017.)
Assinale a alternativa que recupera a tese central do texto de H. Arendt.
O texto a seguir é referência para a questão.
Da Violência
Hannah Arendt
Estas reflexões foram causadas pelos eventos e debates dos últimos anos comparados com o background do século vinte, que se
tornou realmente, como Lênin tinha previsto, um século de guerras e revoluções; um século daquela violência que se acredita
comumente ser o denominador comum destas guerras e revoluções. Há, todavia, um outro fator na situação atual que, embora não
previsto por ninguém, é pelo menos de igual importância. O desenvolvimento técnico dos implementos da violência chegou a tal
[5] ponto que nenhum objetivo político concebível poderia corresponder ao seu potencial destrutivo, ou justificar seu uso efetivo num
conflito armado. Assim, a arte da guerra – desde tempos imemoriais o impiedoso árbitro final em disputas internacionais – perdeu
muito de sua eficácia e quase todo seu fascínio. O “apocalíptico” jogo de xadrez entre as superpotências, ou seja, entre os que
manobram no plano mais alto de nossa civilização, está sendo jogado segundo a regra “se qualquer um ‘ganhar’ é o fim de ambos”;
é um embate sem qualquer semelhança com os outros embates militares precedentes. Seu objetivo “racional” é intimidação e não
[10] vitória, e a corrida armamentista, já não sendo uma preparação para a guerra, só pode ser justificada agora pela ideia de que quanto
mais intimidação houver maior é a garantia de paz.
(Extraído e adaptado de: Arendt, H. Crises da República. SP: Perspectiva, 2017.)
Observe as seguintes afirmativas, relacionadas ao texto:
1. A autora não concorda com o político russo, Lênin, acerca da avaliação que ele fez a respeito da violência do século XX.
2. Segundo Arendt, existe um fator relativo à belicosidade e à violência na atualidade que não foi considerado pelo político russo.
3. Há, no jogo de poder das superpotências, um objetivo político cuja racionalidade é a corrida armamentista e a busca da superioridade majoritária.
Assinale a alternativa correta.
Entre a Primeira República e a Era Vargas, de 1889 e 1945, quando a intolerância religiosa era institucionalizada no Brasil por um Código Penal que definia como crime a ‘prática do espiritismo, da magia e seus sortilégios’, pelo menos 519 peças de religiões de matriz africana foram apreendidas pela Polícia em terreiros de candomblé e umbanda no Rio de Janeiro. Essa era uma época em que o samba e a capoeira também davam cadeia no Brasil.
(Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-55018196. Acesso em: 05/11/2021.)
A notícia acima demonstra que nem os governantes nem a opinião pública tinham dimensão da ou interesse na pluralidade de religiões no país.
Esse fato demonstra o desafio para convivência entre pessoas de diferentes crenças, cujo debate evidencia que:
A idade avançada e os problemas de saúde de uma empregada doméstica de 63 anos não a impediam de percorrer semanalmente 120 km de sua casa humilde em Miguel Pereira, no sul fluminense, até o apartamento onde trabalhava no Alto Leblon, bairro da zona sul do Rio que tem o metro quadrado mais valorizado do país...
(Disponível em: https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2020/03/19/primeira-vitima-do-rj-eradomestica-e-pegou-coronavirus-da-patroa.htm?cmpid=copiaecola. Acesso em: 05/11/2021.)
A notícia do site UOL retrata a primeira morte registrada na pandemia do novo coronavírus no Brasil. Uma senhora de 63 anos contraiu o vírus de sua patroa que voltava da Itália para o Rio de Janeiro.
O exemplo dessa fatalidade, com uma mulher negra e empregada doméstica, revela um processo mais amplo, que vai além da pandemia e simboliza um cenário marcado por:
A jornalista filipina Maria Ressa e o jornalista russo Dmitry Muratov ganharam o prêmio Nobel da Paz de 2021 por seus esforços para defender a liberdade de expressão frente à crescente repressão à mídia. Fenômenos como a disseminação do uso das mídias sociais, as fakenews e os discursos de ódio podem ser vistos à luz da sociologia. Sobre esses fenômenos contemporâneos, considere as seguintes afirmativas:
1. Durkheim afirma que as atividades profissionais devem ter uma moral própria e que, apesar dos egoísmos particulares e da aparente anarquia econômica, a sociedade não tem razão de ser se não aportar um pouco de paz e harmonia aos homens.
2. O processo de produção de informações e notícias verdadeiras ou falsas não se relaciona com os diferentes níveis de socialização; a construção das narrativas e a formação moral são uma expressão da liberdade de opinião, independentemente de regras sociais.
3. A produção das ideias está ligada à atividade material e econômica para Karl Marx, e a ideologia toma forma de uma "falsa consciência" na medida em que as representações estão sempre relacionadas a uma classe social ou a uma posição na luta de classes.
4. Pode-se compreender com naturalidade as fakenews se levarmos em conta as três características da modernidade para Max Weber, que são o processo de encantamento, a redução das esferas de racionalidade e a ampliação de relações baseadas no afeto.
Assinale a alternativa correta.