TEXTO 4
A PARTE BOA ERA LU.
TENTOU ESCOLA.
DOIS DIAS.
NO TERCEIRO,
SE JOGOU NO CHÃO.
NEM ARRASTADO.
JÁ NÃO FALAVA,
DESCONFIARAM:
ELE ESTAVA COM
ALGUM PROBLEMA.
SÓ PODIA SER A MÃE.
FUGIU DALI.
ISSO DÁ PROBLEMA,
MÃE FUGIR.
TODO MUNDO ACHA.
PROBLEMA CERTO.
CLARO QUE É.
MAS TINHA MAIS.
LU PODIA NÃO FALAR,
MAS COMPUTAVA.
E A MÃE LEVOU O NOTE.
ESTÁ CERTO.
RUIM, MÃE IR.
MAS LU POUCO A VIA.
ERA CHEGADA
A UMA BALADA.
ALI, NO MEIO DO NADA.
QUEM CUIDAVA DELE
ERA O PAI.
SEMPRE FOI.
SEM A MÃE, FOI RUIM.
SEM O NOTE, FOI PIOR.
DAÍ QUEREREM
UMA BABÁ.
PRESENÇA FEMININA.
PODIA AJUDAR.
E CHAMARAM CARLA.
VIGNA, Elvira. Vitória Valentina.1ª. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2016.
Assinale a alternativa correta em relação à obra Vitória Valentina, Elvira Vigna, e ao Texto 4.
TEXTO 1
[1] E ardia, o corte, ardia a esperança, e Renê não pensou em pedir ajuda, e o Seca, saco, saca, secô
continuou por alguns instantes, até surgir, uma imagem, ou melhor, uma lembrança de uma tarde de
domingo em que ele apanhara. Fora humilhado (também) por um estranho, num daqueles domingos em
que as pessoas são geralmente felizes, antes de começar o Fantástico, ao menos. E aquela humilhação
[5] ardia como o corte. Naquela época, havia vinte anos ou mais, ele se revoltou, apenas isso, e não entendeu.
Aliás, Renê não era muito bom em entendimentos: tem gente assim, você sabe, seus pais sabem, seus
avós sabem e até alguns cachorros sabem. Foi o mastigar do tempo que o fez digerir aquele tapa de mão
aberta e o chute, naquele domingo. Ambas as coisas doeram muito mais no moral do que no corpo, e
geralmente é assim. Não que ele se lembrasse daquele fim de tarde constantemente, mas era uma imagem
[10] viva, e ao menos uma vez por ano aquilo assaltava sua mente.
SCHROEDER, Carlos Henrique. As fantasias eletivas. 4.ed. Rio de Janeiro: Record, 2016.p.18.
Analise as proposições em relação ao Texto 1.
I. No período “E ardia, o corte, ardia a esperança” (linha 1) o verbo está repetido. Na primeira oração o verbo foi empregado no sentido denotativo e na segunda oração no sentido conotativo, resultando na figura de linguagem prosopopeia.
II. No sintagma “E aquela humilhação ardia como o corte” (linhas 4 e 5) a palavra destacada dá ideia comparativa e pode ser substituída por tal qual, sem que ocorra transgressão à gramática normativa e ao sentido no texto.
III. Da leitura do período “Fora humilhado (também)” (linha 3), infere-se que a palavra também reforça não apenas a dor física como também a moral.
IV. A leitura da estrutura verbal “num daqueles domingos em que as pessoas são geralmente felizes, antes de começar o Fantástico, ao menos” (linhas 3 e 4) traz para o leitor que no programa Fantástico há apenas notícias trágicas, deprimentes, desagradáveis.
V. Nas orações “Foi o mastigar do tempo” (linha 7) e “mas era uma imagem viva” (linhas 9 e 10) as expressões destacadas equivalem a o passar e não esquecida, sequencialmente.
Assinale a alternativa correta.
TEXTO 1
[1] E ardia, o corte, ardia a esperança, e Renê não pensou em pedir ajuda, e o Seca, saco, saca, secô
continuou por alguns instantes, até surgir, uma imagem, ou melhor, uma lembrança de uma tarde de
domingo em que ele apanhara. Fora humilhado (também) por um estranho, num daqueles domingos em
que as pessoas são geralmente felizes, antes de começar o Fantástico, ao menos. E aquela humilhação
[5] ardia como o corte. Naquela época, havia vinte anos ou mais, ele se revoltou, apenas isso, e não entendeu.
Aliás, Renê não era muito bom em entendimentos: tem gente assim, você sabe, seus pais sabem, seus
avós sabem e até alguns cachorros sabem. Foi o mastigar do tempo que o fez digerir aquele tapa de mão
aberta e o chute, naquele domingo. Ambas as coisas doeram muito mais no moral do que no corpo, e
geralmente é assim. Não que ele se lembrasse daquele fim de tarde constantemente, mas era uma imagem
[10] viva, e ao menos uma vez por ano aquilo assaltava sua mente.
SCHROEDER, Carlos Henrique. As fantasias eletivas. 4.ed. Rio de Janeiro: Record, 2016.p.18.
Analise as proposições em relação à obra As fantasias eletivas, Carlos Henrique Schroeder, e ao Texto 1.
I. A obra é narrada em terceira pessoa; tem-se um narrador onisciente, um tempo sem sequência linear, ou seja, predominando o psicológico, e um ambiente com flashes serrano e bucólico que remete ao Arcadismo.
II. Quanto à parte gráfica, a obra apresenta contos que não completam a página, reforçando o projeto gráfico em estilo Polaroide, reiterando as fotos de Copi.
III. A narrativa apresenta um desfecho caricato, Renê, que se mostrava preconceituoso em relação à sexualidade de Copi, acaba se apaixonando por ela, e juntos voltam para a Argentina.
IV. Na oração “Foi o mastigar do tempo” (linha 7), quanto à formação de palavras, na expressão destacada ocorre derivação imprópria, o mesmo ocorre com a palavra Seca em “e o Seca, saco, saca, secô continuou por alguns instantes” (linhas 1 e 2).
V. Na oração “Naquela época, havia vinte anos ou mais” (linha 5) o verbo haver é impessoal, logo, seguindo o padrão culto da língua escrita, o verbo deve permanecer na terceira pessoa do singular.
Assinale a alternativa correta.
TEXTO 1
[1] E ardia, o corte, ardia a esperança, e Renê não pensou em pedir ajuda, e o Seca, saco, saca, secô
continuou por alguns instantes, até surgir, uma imagem, ou melhor, uma lembrança de uma tarde de
domingo em que ele apanhara. Fora humilhado (também) por um estranho, num daqueles domingos em
que as pessoas são geralmente felizes, antes de começar o Fantástico, ao menos. E aquela humilhação
[5] ardia como o corte. Naquela época, havia vinte anos ou mais, ele se revoltou, apenas isso, e não entendeu.
Aliás, Renê não era muito bom em entendimentos: tem gente assim, você sabe, seus pais sabem, seus
avós sabem e até alguns cachorros sabem. Foi o mastigar do tempo que o fez digerir aquele tapa de mão
aberta e o chute, naquele domingo. Ambas as coisas doeram muito mais no moral do que no corpo, e
geralmente é assim. Não que ele se lembrasse daquele fim de tarde constantemente, mas era uma imagem
[10] viva, e ao menos uma vez por ano aquilo assaltava sua mente.
SCHROEDER, Carlos Henrique. As fantasias eletivas. 4.ed. Rio de Janeiro: Record, 2016.p.18.
Analise as proposições em relação à obra As fantasias eletivas, Carlos Henrique Schroeder, e assinale (V) para verdadeira e (F) para falsa.
( ) A obra apresenta quatro partes, a primeira, S de sangue, contém os contos de A a S; a segunda, A solidão das coisas, retrata os contos a partir das fotografias de Copi; a terceira, Poesia completa de Copi, traz os poemas e a quarta, a que leva o mesmo título do romance, dá continuidade à sequência dos contos T a Z. Esta quebra caracteriza também a fragmentação na narrativa.
( ) A segunda parte da obra, A solidão das coisas, é pontuada pela intertextualidade, pois o autor intercala fotos e textos como se fossem de sua personagem Copi, uma vez que ela buscava a solidão das coisas, dos objetos, com a intenção de justificar o abandono que as pessoas sentiam, e personificava até mesmo um banal objeto para descrevê-lo solitário.
( ) Da leitura da obra, infere-se que a história de Copi, vista e desvelada por Renê, mostra que a solidão nem sempre é ruim, triste; há momentos em que ela representa o tempo de lucidez que o homem precisa para o seu próprio resgate e crescimento.
( ) Em relação à segunda parte da obra, Schroeder, ao inserir os textos como se fossem redigidos por Copi, atribui a ela a atividade criadora, depreendendo-se, então, uma terceira personagem – a solidão.
( ) As produções literárias do final do século XX e da primeira metade do século XXI, que caracterizam a Literatura Contemporânea, são marcadas por uma multiplicidade de tendências. Na obra de Schroeder destacam-se duas marcantes características desta estética: Técnicas inovadoras (recursos gráficos, montagens de foto, etc.) e formas reduzidas (minicontos).
Assinale a alternativa correta.
TEXTO 4
A PARTE BOA ERA LU.
TENTOU ESCOLA.
DOIS DIAS.
NO TERCEIRO,
SE JOGOU NO CHÃO.
NEM ARRASTADO.
JÁ NÃO FALAVA,
DESCONFIARAM:
ELE ESTAVA COM
ALGUM PROBLEMA.
SÓ PODIA SER A MÃE.
FUGIU DALI.
ISSO DÁ PROBLEMA,
MÃE FUGIR.
TODO MUNDO ACHA.
PROBLEMA CERTO.
CLARO QUE É.
MAS TINHA MAIS.
LU PODIA NÃO FALAR,
MAS COMPUTAVA.
E A MÃE LEVOU O NOTE.
ESTÁ CERTO.
RUIM, MÃE IR.
MAS LU POUCO A VIA.
ERA CHEGADA
A UMA BALADA.
ALI, NO MEIO DO NADA.
QUEM CUIDAVA DELE
ERA O PAI.
SEMPRE FOI.
SEM A MÃE, FOI RUIM.
SEM O NOTE, FOI PIOR.
DAÍ QUEREREM
UMA BABÁ.
PRESENÇA FEMININA.
PODIA AJUDAR.
E CHAMARAM CARLA.
VIGNA, Elvira. Vitória Valentina.1ª. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2016.
Analise as proposições em relação à obra Vitória Valentina, Elvira Vigna, e ao Texto 4.
I. Pela leitura do excerto infere-se que é unânime pensar que a presença da mãe é fundamental para o desenvolvimento e o equilíbrio da criança, assim Carla foi chamada para minimizar a ausência da figura materna.
II. Da leitura do texto, infere-se que Lu não era apenas mimado, mas também tímido e reservado, pois usava o note para fazer seus registros.
III. Em: “MAS LU POUCO A VIA” se o pronome destacado for substituído por LHE, ocorre transgressão quanto à regência do verbo VER.
IV. Infere-se da leitura da obra que a personagem Carla simboliza a liberdade porque, ao invés de casar com Stan (um homem rico), prefere ficar sozinha, livre e cuidar da própria vida.
V. Em: “TODO MUNDO ACHA” ao se acrescentar o vocábulo O antes da palavra MUNDO, ocorre mudança de significado na expressão.
Assinale a alternativa correta.
TEXTO 5
[1] Quando o ônibus apontou lá na esquina, Maria abaixou o corpo, pegando a sacola que estava no chão
entre as suas pernas. O ônibus não estava cheio, havia lugares. Ela poderia descansar um pouco, cochilar
até a hora da descida. Ao entrar, um homem levantou lá de trás, do último banco, fazendo um sinal para
o trocador. Passou em silêncio, pagando a passagem dele e de Maria. Ela reconheceu o homem. Quanto
[5] tempo, que saudades! Como era difícil continuar a vida sem ele. Maria sentou-se na frente. O homem
sentou-se a seu lado. Ela se lembrou do passado. Do homem deitado com ela. Da vida dos dois no
barraco. Dos primeiros enjoos. Da barriga enorme que todos diziam gêmeos, e da alegria dele. Que bom!
Nasceu! Era um menino! E haveria de se tornar um homem. Maria viu, sem olhar, que era o pai de seu
filho. Ele continuava o mesmo. Bonito, grande, o olhar assustado não se fixando em nada e em ninguém.
[10] Sentiu uma mágoa imensa. Por que não podia ser de uma outra forma? Por que não podiam ser felizes?
E o menino, Maria? Como vai o menino? cochichou o homem. Sabe que sinto falta de vocês? Tenho um
buraco no peito, tamanha a saudade! Tou sozinho! Não arrumei, não quis mais ninguém. Você já teve
outros... outros filhos? A mulher baixou os olhos como que pedindo perdão. É. Ela teve mais dois filhos,
mas não tinha ninguém também.
EVARISTO, Conceição. Olhos d’água. 1ª.ed. Rio de Janeiro: Pallas: Fundação Biblioteca Nacional,2015. p. 40.
Analise as proposições a seguir tendo como base o conto Maria, Conceição Evaristo, o Texto 5 e assinale (V) para verdadeira e (F) para falsa.
( ) Maria, personagem principal do conto, segue o destino de tantas outras “marias” existentes na sociedade brasileira: mulheres negras abandonadas que trabalham para sustentar, sozinhas, os próprios filhos. ( ) Da leitura do conto, infere-se intolerância com os que pertencem à condição social e econômica mais frágil e percebe-se, também, preconceito racial.
( ) Em: “pagando a passagem dele e de Maria” (linha 4), o emprego da palavra destacada substitui o pronome possessivo sua, evitando que a oração se torne ambígua.
( ) Da leitura do segmento “A mulher baixou os olhos como que pedindo perdão” (linha 13), infere-se o arrependimento de Maria por ter deixado os filhos sozinhos em casa.
( ) A leitura do período “Por que não podia ser de uma outra forma” (linha 10) leva o leitor a inferir que Maria não gostava da vida que atualmente levava e que sentia saudades do passado, quando acreditava que era feliz.
Assinale a alternativa correta, de cima para baixo.