Texto 1:
Boa-noite
Boa noite, Maria! Eu vou-me embora.
A lua nas janelas bate em cheio...
Boa noite, Maria! É tarde... é tarde...
Não me apertes assim contra teu seio.
[5] Boa noite!... E tu dizes – Boa noite.
Mas não digas assim por entre beijos...
Mas não mo digas descobrindo o peito,
– Mar de amor onde vagam meus desejos.
Julieta do céu! Ouve... a calhandra
[10] já rumoreja o canto da matina.
Tu dizes que eu menti?... pois foi mentira...
...Quem cantou foi teu hálito, divina!
[...]
É noite ainda! Brilha na cambraia
– Desmanchado o roupão, a espádua nua –
[15] o globo de teu peito entre os arminhos
Como entre as névoas se balouça a lua...
[...]
A frouxa luz da alabastrina lâmpada
Lambe voluptuosa os teus contornos...
Oh! Deixa-me aquecer teus pés divinos
[20] Ao doudo afago de meus lábios mornos.
Mulher do meu amor! Quando aos meus beijos
Treme tua alma, como a lira ao vento,
Das teclas de teu seio que harmonias,
Que escalas de suspiros, bebo atento!
[...]
CASTRO ALVES. Espumas Flutuantes. In: ___. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997. p. 122-123.
Texto 2:
Virgem morta
Ó minha amante, minha doce virgem,
Eu não te profanei, e dormes pura:
No sono do mistério, qual na vida,
Podes sonhar ainda na ventura.
[5] Bem cedo, ao menos eu serei contigo
— Na dor do coração a morte leio...
Poderei amanhã, talvez, meus lábios
Da irmã dos anjos encostar no seio...
[...]
Dorme ali minha paz, minha esperança,
[10] Minha sina de amor morreu com ela,
E o gênio do poeta, lira eólia
Que tremia ao alento da donzela!
[...]
No leito virginal de minha noiva
Quero, nas sombras do verão da vida,
[15] Prantear os meus únicos amores,
Das minhas noites a visão perdida!
Quero ali, ao luar, sentir passando
Por alta noite a viração marinha,
E ouvir, bem junto às flores do sepulcro,
[20] Os sonhos de sua alma inocentinha.
E quando a mágoa devorar meu peito,
E quando eu morra de esperar por ela,
Deixai que eu durma ali e que descanse,
Na morte ao menos, junto ao seio dela!
ALVARES DE AZEVEDO. Lira dos vinte anos. In: ____. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000.
Marque com V ou com F, conforme sejam verdadeiras ou falsas as afirmativas que apresentam aspectos formais referentes ao Texto 1 e ao Texto 2.
( ) No Texto 1, “A lua nas janelas bate em cheio...” (v. 2) constitui uma comparação.
( ) No Texto 2, em “Na dor do coração a morte leio” (v. 6), verifica-se um hipérbato.
( ) No Texto 1, “como entre as névoas se balouça a lua” (v. 16) constitui uma metonímia.
( ) No Texto 2, “E quando eu morra de esperar por ela, “ (v. 22) constitui uma hipérbole.
( ) “mar de amor” (Texto 1, v. 8) e “sono do mistério” (Texto 2, v. 3) são metáforas que se referem, respectivamente, ao seio da mulher amada e à morte da mulher amada.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a
TEXTO:
Ciência e tecnologia: transformando a relação do ser humano com o mundo
Apesar de todos os benefícios que a ciência
moderna e a tecnologia têm proporcionado aos seres
humanos, vem crescendo um discurso crítico sobre
o risco que elas podem causar no cenário da
[5] sociedade moderna, embora seja esse um assunto
controvertido.
Numa sociedade em que o desenvolvimento
científico-tecnológico se tornou hegemônico, é
fundamental refletir sobre a tecnologia numa outra
[10] perspectiva. O que temos visto é que o progresso
tecnológico não tem atendido às necessidades
básicas da população. Ele tem servido para a
promoção de interesses de poucos, como estratégia
do sistema capitalista. Entendemos que as prioridades
[15] dadas pelos governantes à tecnologia têm de ser
revistas, na busca da promoção humana, visando a
melhorar a qualidade de vida da população – o que,
efetivamente, não ocorre.
Poderíamos dizer, então, que o crescimento da
[20] importância do conhecimento e a aceleração na
produção de inovações fazem com que as assimetrias
e as desigualdades sociais tendam a um agravamento
na mesma velocidade, o que exige esforços
crescentes na tentativa de revertê-las.
[25] Nos últimos anos, a pesquisa básica tem
concentrado seus esforços em campos distantes das
necessidades cotidianas da sociedade, pois a ciência
e a tecnologia visam a atender às necessidades das
classes dominantes e de governos que representam
[30] empresas poderosas. Desse modo, somente uma
pequena parcela da população pode usufruir de
serviços e inovações delas decorrentes, o que acentua
a desigualdade social e garante o lucro de um seleto
grupo de empresas.
[35] Se o objetivo for o bem-estar geral, e não o lucro
máximo, se deve mudar o critério para estimular o
desenvolvimento científico e tecnológico. É necessário
haver uma modificação radical do lugar da ciência na
sociedade, de forma a abrir as portas desse
[40] desenvolvimento para toda população e não somente
para uma elite que usufrui do monopólio da ciência
desde o início da civilização. O avanço científico deve,
pois, ser encorajado a florescer e a avançar levando
em consideração o bem-estar do povo, e não somente
[45] o critério econômico, como acontece nos dias de hoje.
Assim, para que o desenvolvimento da ciência e
da tecnologia seja menos excludente, é necessário
que se considerem os reais problemas da população,
os riscos técnico-produtivos e a mudança social. Por
[50] isso, faz-se necessário ter uma visão contextualizada
das relações entre ciência, tecnologia e sociedade, e
investir em políticas públicas mais adequadas para
gerenciar as oportunidades e os perigos de uma
mudança tecnológica. Ou seja, a questão não é tanto
[55] se a ciência e a tecnologia são boas ou não, mas se
podem melhorar e como a vida das pessoas, num
contexto socioambiental harmônico.
Em vista disso, nos anos de 1960 e 1970, nos
países desenvolvidos, surgiu o movimento Ciência,
[60] Tecnologia e Sociedade (CTS), promovido pela
comunidade acadêmica – insatisfeita com a
concepção tradicional de ciência e tecnologia, e
preocupada com os problemas políticos e econômicos
decorrentes do desenvolvimento científico e
[65] tecnológico. Tal movimento nasceu com caráter crítico,
tanto em relação à visão essencialista da ciência e da
tecnologia, como à visão interdisciplinar entre áreas
do conhecimento, incentivando o questionamento das
certezas absolutas sobre a ciência e desvelando sua
[70] não neutralidade, de modo a favorecer uma tomada
de decisões mais coerente em relação aos problemas
presentes no uso dos conhecimentos científicos.
Por isso, destaca-se a importância da inserção
desse movimento também no ambiente educacional,
[75] de forma a propagar uma educação mais eficaz e
modificar um sistema de desenvolvimento científico
e tecnológico que acumula, a cada dia, mais riqueza
para uns poucos e miséria para a grande maioria. É
necessária uma mudança de atitude, de
[80] comportamento, para construir o mundo que
desejamos. Para isso, é indispensável proporcionar
a todos uma educação contextualizada com a
dimensão social da ciência e da tecnologia.
Nesse sentido a educação CTS é uma inovação
[85] cuja intenção é a de promover uma ampla
alfabetização científica e tecnológica (ACT), de
maneira que os cidadãos tenham condições de tomar
decisões responsáveis, no que se refere a questões
tecnológicas da sociedade contemporânea, como a
[90] contaminação ambiental, o esgotamento dos recursos
naturais, a ameaça de guerra nuclear, a liberação de
organismos geneticamente manipulados, a
deterioração da qualidade de trabalho pela
automação, entre outros.
SILVEIRA, Rosemari Monteiro C. F. Ciência e tecnologia: transformando a relação do ser humano com o mundo. Disponível em: http://www.uel.br/grupo-estudo/processoscivilizadores/ portugues/sitesanais/anais9/artigos/workshop/art19.pdf. Acesso em: 18 nov. 2018. Adaptado.
Sobre o tipo de texto e a forma como o autor o constrói, é correto afirmar:
TEXTO:
Ciência e tecnologia: transformando a relação do ser humano com o mundo
Apesar de todos os benefícios que a ciência
moderna e a tecnologia têm proporcionado aos seres
humanos, vem crescendo um discurso crítico sobre
o risco que elas podem causar no cenário da
[5] sociedade moderna, embora seja esse um assunto
controvertido.
Numa sociedade em que o desenvolvimento
científico-tecnológico se tornou hegemônico, é
fundamental refletir sobre a tecnologia numa outra
[10] perspectiva. O que temos visto é que o progresso
tecnológico não tem atendido às necessidades
básicas da população. Ele tem servido para a
promoção de interesses de poucos, como estratégia
do sistema capitalista. Entendemos que as prioridades
[15] dadas pelos governantes à tecnologia têm de ser
revistas, na busca da promoção humana, visando a
melhorar a qualidade de vida da população – o que,
efetivamente, não ocorre.
Poderíamos dizer, então, que o crescimento da
[20] importância do conhecimento e a aceleração na
produção de inovações fazem com que as assimetrias
e as desigualdades sociais tendam a um agravamento
na mesma velocidade, o que exige esforços
crescentes na tentativa de revertê-las.
[25] Nos últimos anos, a pesquisa básica tem
concentrado seus esforços em campos distantes das
necessidades cotidianas da sociedade, pois a ciência
e a tecnologia visam a atender às necessidades das
classes dominantes e de governos que representam
[30] empresas poderosas. Desse modo, somente uma
pequena parcela da população pode usufruir de
serviços e inovações delas decorrentes, o que acentua
a desigualdade social e garante o lucro de um seleto
grupo de empresas.
[35] Se o objetivo for o bem-estar geral, e não o lucro
máximo, se deve mudar o critério para estimular o
desenvolvimento científico e tecnológico. É necessário
haver uma modificação radical do lugar da ciência na
sociedade, de forma a abrir as portas desse
[40] desenvolvimento para toda população e não somente
para uma elite que usufrui do monopólio da ciência
desde o início da civilização. O avanço científico deve,
pois, ser encorajado a florescer e a avançar levando
em consideração o bem-estar do povo, e não somente
[45] o critério econômico, como acontece nos dias de hoje.
Assim, para que o desenvolvimento da ciência e
da tecnologia seja menos excludente, é necessário
que se considerem os reais problemas da população,
os riscos técnico-produtivos e a mudança social. Por
[50] isso, faz-se necessário ter uma visão contextualizada
das relações entre ciência, tecnologia e sociedade, e
investir em políticas públicas mais adequadas para
gerenciar as oportunidades e os perigos de uma
mudança tecnológica. Ou seja, a questão não é tanto
[55] se a ciência e a tecnologia são boas ou não, mas se
podem melhorar e como a vida das pessoas, num
contexto socioambiental harmônico.
Em vista disso, nos anos de 1960 e 1970, nos
países desenvolvidos, surgiu o movimento Ciência,
[60] Tecnologia e Sociedade (CTS), promovido pela
comunidade acadêmica – insatisfeita com a
concepção tradicional de ciência e tecnologia, e
preocupada com os problemas políticos e econômicos
decorrentes do desenvolvimento científico e
[65] tecnológico. Tal movimento nasceu com caráter crítico,
tanto em relação à visão essencialista da ciência e da
tecnologia, como à visão interdisciplinar entre áreas
do conhecimento, incentivando o questionamento das
certezas absolutas sobre a ciência e desvelando sua
[70] não neutralidade, de modo a favorecer uma tomada
de decisões mais coerente em relação aos problemas
presentes no uso dos conhecimentos científicos.
Por isso, destaca-se a importância da inserção
desse movimento também no ambiente educacional,
[75] de forma a propagar uma educação mais eficaz e
modificar um sistema de desenvolvimento científico
e tecnológico que acumula, a cada dia, mais riqueza
para uns poucos e miséria para a grande maioria. É
necessária uma mudança de atitude, de
[80] comportamento, para construir o mundo que
desejamos. Para isso, é indispensável proporcionar
a todos uma educação contextualizada com a
dimensão social da ciência e da tecnologia.
Nesse sentido a educação CTS é uma inovação
[85] cuja intenção é a de promover uma ampla
alfabetização científica e tecnológica (ACT), de
maneira que os cidadãos tenham condições de tomar
decisões responsáveis, no que se refere a questões
tecnológicas da sociedade contemporânea, como a
[90] contaminação ambiental, o esgotamento dos recursos
naturais, a ameaça de guerra nuclear, a liberação de
organismos geneticamente manipulados, a
deterioração da qualidade de trabalho pela
automação, entre outros.
SILVEIRA, Rosemari Monteiro C. F. Ciência e tecnologia: transformando a relação do ser humano com o mundo. Disponível em: http://www.uel.br/grupo-estudo/processoscivilizadores/ portugues/sitesanais/anais9/artigos/workshop/art19.pdf. Acesso em: 18 nov. 2018. Adaptado.
Marque com V ou com F, conforme sejam verdadeiras ou falsas as afirmativas que apresentam uma afirmação compatível com o que é posto no texto a respeito do desenvolvimento científico e tecnológico:
( ) Os avanços da ciência e da tecnologia dependem do desenvolvimento da educação para que seus benefícios atinjam as camadas sociais menos privilegiadas.
( ) O desenvolvimento científico e tecnológico não tem atendido às necessidades básicas da população, pois não tem visado à promoção humana, embora seus riscos sejam cada vez mais perceptíveis.
( ) Com o avanço da ciência e da tecnologia, os desníveis sociais têm se acentuado, em função de seu uso ser voltado para a obtenção de lucros de segmentos que detêm o poder político e econômico.
( ) A má distribuição dos benefícios decorrentes do avanço científico e tecnológico se deve às características do sistema capitalista, que estimula os lucros, promovendo enriquecimento para poucos e pobreza para muitos.
( ) O crescimento acelerado das inovações científicas e tecnológicas constitui uma promessa de que, em futuro próximo, seus benefícios atingirão igualmente todas as pessoas, sem distinções de classe social.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a
TEXTO:
Ciência e tecnologia: transformando a relação do ser humano com o mundo
Apesar de todos os benefícios que a ciência
moderna e a tecnologia têm proporcionado aos seres
humanos, vem crescendo um discurso crítico sobre
o risco que elas podem causar no cenário da
[5] sociedade moderna, embora seja esse um assunto
controvertido.
Numa sociedade em que o desenvolvimento
científico-tecnológico se tornou hegemônico, é
fundamental refletir sobre a tecnologia numa outra
[10] perspectiva. O que temos visto é que o progresso
tecnológico não tem atendido às necessidades
básicas da população. Ele tem servido para a
promoção de interesses de poucos, como estratégia
do sistema capitalista. Entendemos que as prioridades
[15] dadas pelos governantes à tecnologia têm de ser
revistas, na busca da promoção humana, visando a
melhorar a qualidade de vida da população – o que,
efetivamente, não ocorre.
Poderíamos dizer, então, que o crescimento da
[20] importância do conhecimento e a aceleração na
produção de inovações fazem com que as assimetrias
e as desigualdades sociais tendam a um agravamento
na mesma velocidade, o que exige esforços
crescentes na tentativa de revertê-las.
[25] Nos últimos anos, a pesquisa básica tem
concentrado seus esforços em campos distantes das
necessidades cotidianas da sociedade, pois a ciência
e a tecnologia visam a atender às necessidades das
classes dominantes e de governos que representam
[30] empresas poderosas. Desse modo, somente uma
pequena parcela da população pode usufruir de
serviços e inovações delas decorrentes, o que acentua
a desigualdade social e garante o lucro de um seleto
grupo de empresas.
[35] Se o objetivo for o bem-estar geral, e não o lucro
máximo, se deve mudar o critério para estimular o
desenvolvimento científico e tecnológico. É necessário
haver uma modificação radical do lugar da ciência na
sociedade, de forma a abrir as portas desse
[40] desenvolvimento para toda população e não somente
para uma elite que usufrui do monopólio da ciência
desde o início da civilização. O avanço científico deve,
pois, ser encorajado a florescer e a avançar levando
em consideração o bem-estar do povo, e não somente
[45] o critério econômico, como acontece nos dias de hoje.
Assim, para que o desenvolvimento da ciência e
da tecnologia seja menos excludente, é necessário
que se considerem os reais problemas da população,
os riscos técnico-produtivos e a mudança social. Por
[50] isso, faz-se necessário ter uma visão contextualizada
das relações entre ciência, tecnologia e sociedade, e
investir em políticas públicas mais adequadas para
gerenciar as oportunidades e os perigos de uma
mudança tecnológica. Ou seja, a questão não é tanto
[55] se a ciência e a tecnologia são boas ou não, mas se
podem melhorar e como a vida das pessoas, num
contexto socioambiental harmônico.
Em vista disso, nos anos de 1960 e 1970, nos
países desenvolvidos, surgiu o movimento Ciência,
[60] Tecnologia e Sociedade (CTS), promovido pela
comunidade acadêmica – insatisfeita com a
concepção tradicional de ciência e tecnologia, e
preocupada com os problemas políticos e econômicos
decorrentes do desenvolvimento científico e
[65] tecnológico. Tal movimento nasceu com caráter crítico,
tanto em relação à visão essencialista da ciência e da
tecnologia, como à visão interdisciplinar entre áreas
do conhecimento, incentivando o questionamento das
certezas absolutas sobre a ciência e desvelando sua
[70] não neutralidade, de modo a favorecer uma tomada
de decisões mais coerente em relação aos problemas
presentes no uso dos conhecimentos científicos.
Por isso, destaca-se a importância da inserção
desse movimento também no ambiente educacional,
[75] de forma a propagar uma educação mais eficaz e
modificar um sistema de desenvolvimento científico
e tecnológico que acumula, a cada dia, mais riqueza
para uns poucos e miséria para a grande maioria. É
necessária uma mudança de atitude, de
[80] comportamento, para construir o mundo que
desejamos. Para isso, é indispensável proporcionar
a todos uma educação contextualizada com a
dimensão social da ciência e da tecnologia.
Nesse sentido a educação CTS é uma inovação
[85] cuja intenção é a de promover uma ampla
alfabetização científica e tecnológica (ACT), de
maneira que os cidadãos tenham condições de tomar
decisões responsáveis, no que se refere a questões
tecnológicas da sociedade contemporânea, como a
[90] contaminação ambiental, o esgotamento dos recursos
naturais, a ameaça de guerra nuclear, a liberação de
organismos geneticamente manipulados, a
deterioração da qualidade de trabalho pela
automação, entre outros.
SILVEIRA, Rosemari Monteiro C. F. Ciência e tecnologia: transformando a relação do ser humano com o mundo. Disponível em: http://www.uel.br/grupo-estudo/processoscivilizadores/ portugues/sitesanais/anais9/artigos/workshop/art19.pdf. Acesso em: 18 nov. 2018. Adaptado.
Marque com V ou com F, conforme sejam verdadeiras ou falsas as afirmativas que apresentam uma afirmação correta sobre o trecho destacado do texto.
( ) “Apesar de” (l. 1), e “embora” (l. 5), no contexto em que se encontram, pertencem ao mesmo campo semântico.
( ) “as prioridades dadas pelos governantes à tecnologia têm de ser revistas” (l. 14-16) , o verbo ter seguido da preposição de enfatiza o sentido de obrigação, necessidade ou dever.
( ) Em “o que, efetivamente, não ocorre.” (l. 17-18) – O advérbio destacado reforça o caráter negativo da oração.
( ) Em “o que exige esforços crescentes na tentativa de revertê-las.” (l. 23-24) – O pronome oblíquo destacado se refere a “inovações” (l. 21).
( ) Em “O avanço científico deve, pois, ser encorajado a florescer” (l. 42-43) – O conectivo destacado introduz uma ideia de consequência.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a
TEXTO:
Ciência e tecnologia: transformando a relação do ser humano com o mundo
Apesar de todos os benefícios que a ciência
moderna e a tecnologia têm proporcionado aos seres
humanos, vem crescendo um discurso crítico sobre
o risco que elas podem causar no cenário da
[5] sociedade moderna, embora seja esse um assunto
controvertido.
Numa sociedade em que o desenvolvimento
científico-tecnológico se tornou hegemônico, é
fundamental refletir sobre a tecnologia numa outra
[10] perspectiva. O que temos visto é que o progresso
tecnológico não tem atendido às necessidades
básicas da população. Ele tem servido para a
promoção de interesses de poucos, como estratégia
do sistema capitalista. Entendemos que as prioridades
[15] dadas pelos governantes à tecnologia têm de ser
revistas, na busca da promoção humana, visando a
melhorar a qualidade de vida da população – o que,
efetivamente, não ocorre.
Poderíamos dizer, então, que o crescimento da
[20] importância do conhecimento e a aceleração na
produção de inovações fazem com que as assimetrias
e as desigualdades sociais tendam a um agravamento
na mesma velocidade, o que exige esforços
crescentes na tentativa de revertê-las.
[25] Nos últimos anos, a pesquisa básica tem
concentrado seus esforços em campos distantes das
necessidades cotidianas da sociedade, pois a ciência
e a tecnologia visam a atender às necessidades das
classes dominantes e de governos que representam
[30] empresas poderosas. Desse modo, somente uma
pequena parcela da população pode usufruir de
serviços e inovações delas decorrentes, o que acentua
a desigualdade social e garante o lucro de um seleto
grupo de empresas.
[35] Se o objetivo for o bem-estar geral, e não o lucro
máximo, se deve mudar o critério para estimular o
desenvolvimento científico e tecnológico. É necessário
haver uma modificação radical do lugar da ciência na
sociedade, de forma a abrir as portas desse
[40] desenvolvimento para toda população e não somente
para uma elite que usufrui do monopólio da ciência
desde o início da civilização. O avanço científico deve,
pois, ser encorajado a florescer e a avançar levando
em consideração o bem-estar do povo, e não somente
[45] o critério econômico, como acontece nos dias de hoje.
Assim, para que o desenvolvimento da ciência e
da tecnologia seja menos excludente, é necessário
que se considerem os reais problemas da população,
os riscos técnico-produtivos e a mudança social. Por
[50] isso, faz-se necessário ter uma visão contextualizada
das relações entre ciência, tecnologia e sociedade, e
investir em políticas públicas mais adequadas para
gerenciar as oportunidades e os perigos de uma
mudança tecnológica. Ou seja, a questão não é tanto
[55] se a ciência e a tecnologia são boas ou não, mas se
podem melhorar e como a vida das pessoas, num
contexto socioambiental harmônico.
Em vista disso, nos anos de 1960 e 1970, nos
países desenvolvidos, surgiu o movimento Ciência,
[60] Tecnologia e Sociedade (CTS), promovido pela
comunidade acadêmica – insatisfeita com a
concepção tradicional de ciência e tecnologia, e
preocupada com os problemas políticos e econômicos
decorrentes do desenvolvimento científico e
[65] tecnológico. Tal movimento nasceu com caráter crítico,
tanto em relação à visão essencialista da ciência e da
tecnologia, como à visão interdisciplinar entre áreas
do conhecimento, incentivando o questionamento das
certezas absolutas sobre a ciência e desvelando sua
[70] não neutralidade, de modo a favorecer uma tomada
de decisões mais coerente em relação aos problemas
presentes no uso dos conhecimentos científicos.
Por isso, destaca-se a importância da inserção
desse movimento também no ambiente educacional,
[75] de forma a propagar uma educação mais eficaz e
modificar um sistema de desenvolvimento científico
e tecnológico que acumula, a cada dia, mais riqueza
para uns poucos e miséria para a grande maioria. É
necessária uma mudança de atitude, de
[80] comportamento, para construir o mundo que
desejamos. Para isso, é indispensável proporcionar
a todos uma educação contextualizada com a
dimensão social da ciência e da tecnologia.
Nesse sentido a educação CTS é uma inovação
[85] cuja intenção é a de promover uma ampla
alfabetização científica e tecnológica (ACT), de
maneira que os cidadãos tenham condições de tomar
decisões responsáveis, no que se refere a questões
tecnológicas da sociedade contemporânea, como a
[90] contaminação ambiental, o esgotamento dos recursos
naturais, a ameaça de guerra nuclear, a liberação de
organismos geneticamente manipulados, a
deterioração da qualidade de trabalho pela
automação, entre outros.
SILVEIRA, Rosemari Monteiro C. F. Ciência e tecnologia: transformando a relação do ser humano com o mundo. Disponível em: http://www.uel.br/grupo-estudo/processoscivilizadores/ portugues/sitesanais/anais9/artigos/workshop/art19.pdf. Acesso em: 18 nov. 2018. Adaptado.
Marque com V ou com F, conforme sejam verdadeiras ou falsas as afirmativas que apresentam o sentido, no texto, das palavras destacadas.
( ) “assimetrias” (l. 21) – semelhanças entre duas ou mais situações ou fenômenos, paralelismos.
( ) “critério” (l. 36) – parâmetro de avaliação.
( ) “radical” (l. 38) – extremista, esquerdista, opositor.
( ) “monopólio” (l. 41) – exclusividade, direito ou posse exclusiva.
( ) “harmônico” (l. 57) – em que inexistem conflitos ou contradições.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a
TEXTO:
Ciência e tecnologia: transformando a relação do ser humano com o mundo
Apesar de todos os benefícios que a ciência
moderna e a tecnologia têm proporcionado aos seres
humanos, vem crescendo um discurso crítico sobre
o risco que elas podem causar no cenário da
[5] sociedade moderna, embora seja esse um assunto
controvertido.
Numa sociedade em que o desenvolvimento
científico-tecnológico se tornou hegemônico, é
fundamental refletir sobre a tecnologia numa outra
[10] perspectiva. O que temos visto é que o progresso
tecnológico não tem atendido às necessidades
básicas da população. Ele tem servido para a
promoção de interesses de poucos, como estratégia
do sistema capitalista. Entendemos que as prioridades
[15] dadas pelos governantes à tecnologia têm de ser
revistas, na busca da promoção humana, visando a
melhorar a qualidade de vida da população – o que,
efetivamente, não ocorre.
Poderíamos dizer, então, que o crescimento da
[20] importância do conhecimento e a aceleração na
produção de inovações fazem com que as assimetrias
e as desigualdades sociais tendam a um agravamento
na mesma velocidade, o que exige esforços
crescentes na tentativa de revertê-las.
[25] Nos últimos anos, a pesquisa básica tem
concentrado seus esforços em campos distantes das
necessidades cotidianas da sociedade, pois a ciência
e a tecnologia visam a atender às necessidades das
classes dominantes e de governos que representam
[30] empresas poderosas. Desse modo, somente uma
pequena parcela da população pode usufruir de
serviços e inovações delas decorrentes, o que acentua
a desigualdade social e garante o lucro de um seleto
grupo de empresas.
[35] Se o objetivo for o bem-estar geral, e não o lucro
máximo, se deve mudar o critério para estimular o
desenvolvimento científico e tecnológico. É necessário
haver uma modificação radical do lugar da ciência na
sociedade, de forma a abrir as portas desse
[40] desenvolvimento para toda população e não somente
para uma elite que usufrui do monopólio da ciência
desde o início da civilização. O avanço científico deve,
pois, ser encorajado a florescer e a avançar levando
em consideração o bem-estar do povo, e não somente
[45] o critério econômico, como acontece nos dias de hoje.
Assim, para que o desenvolvimento da ciência e
da tecnologia seja menos excludente, é necessário
que se considerem os reais problemas da população,
os riscos técnico-produtivos e a mudança social. Por
[50] isso, faz-se necessário ter uma visão contextualizada
das relações entre ciência, tecnologia e sociedade, e
investir em políticas públicas mais adequadas para
gerenciar as oportunidades e os perigos de uma
mudança tecnológica. Ou seja, a questão não é tanto
[55] se a ciência e a tecnologia são boas ou não, mas se
podem melhorar e como a vida das pessoas, num
contexto socioambiental harmônico.
Em vista disso, nos anos de 1960 e 1970, nos
países desenvolvidos, surgiu o movimento Ciência,
[60] Tecnologia e Sociedade (CTS), promovido pela
comunidade acadêmica – insatisfeita com a
concepção tradicional de ciência e tecnologia, e
preocupada com os problemas políticos e econômicos
decorrentes do desenvolvimento científico e
[65] tecnológico. Tal movimento nasceu com caráter crítico,
tanto em relação à visão essencialista da ciência e da
tecnologia, como à visão interdisciplinar entre áreas
do conhecimento, incentivando o questionamento das
certezas absolutas sobre a ciência e desvelando sua
[70] não neutralidade, de modo a favorecer uma tomada
de decisões mais coerente em relação aos problemas
presentes no uso dos conhecimentos científicos.
Por isso, destaca-se a importância da inserção
desse movimento também no ambiente educacional,
[75] de forma a propagar uma educação mais eficaz e
modificar um sistema de desenvolvimento científico
e tecnológico que acumula, a cada dia, mais riqueza
para uns poucos e miséria para a grande maioria. É
necessária uma mudança de atitude, de
[80] comportamento, para construir o mundo que
desejamos. Para isso, é indispensável proporcionar
a todos uma educação contextualizada com a
dimensão social da ciência e da tecnologia.
Nesse sentido a educação CTS é uma inovação
[85] cuja intenção é a de promover uma ampla
alfabetização científica e tecnológica (ACT), de
maneira que os cidadãos tenham condições de tomar
decisões responsáveis, no que se refere a questões
tecnológicas da sociedade contemporânea, como a
[90] contaminação ambiental, o esgotamento dos recursos
naturais, a ameaça de guerra nuclear, a liberação de
organismos geneticamente manipulados, a
deterioração da qualidade de trabalho pela
automação, entre outros.
SILVEIRA, Rosemari Monteiro C. F. Ciência e tecnologia: transformando a relação do ser humano com o mundo. Disponível em: http://www.uel.br/grupo-estudo/processoscivilizadores/ portugues/sitesanais/anais9/artigos/workshop/art19.pdf. Acesso em: 18 nov. 2018. Adaptado.
“Assim, para que o desenvolvimento da ciência e da tecnologia seja menos excludente, é necessário considerar os reais problemas da população, os riscos técnico-produtivos e a mudança social.” (l. 46-49)
Há uma afirmação correta sobre esse período em
I. Trata-se de um período composto por subordinação com três orações.
II. São núcleos do sujeito da primeira oração: “ciência” e “tecnologia”.
III. A expressão “é necessário” tem um sujeito oracional.
IV. Os verbos desse período estão todos no modo indicativo.
V. As expressões “os reais problemas da população” e “a mudança social” têm a mesma função sintática, na mesma oração.
A alternativa em que todas as afirmativas indicadas estão corretas é a