Assinale a única frase com verbo de ligação.
Texto I
CONSELHOS DE UM VELHO APAIXONADO
Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e, neste momento, h ouver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d'água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o 1º e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: algo do céu te mandou um presente divino: O AMOR.
Se um dia tiverem que pedir perdão um ao outro por algum motivo e, em troca, receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.
Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá -las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida.
Se você conseguir, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado...
Se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados...
Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite...
Se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado... Se você tiver a certeza que vai ver a outra envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela...
Se você preferir fechar os olhos, antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida.
Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro.
Às vezes encontram e, por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixá -lo acontecer verdadeiramente. É o livre-arbítrio.
Por isso, preste atenção nos sinais.
Não deixe que as loucuras do dia -a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: o AMOR !!!
Ame muito... muitíssimo...
(Carlos Drummond de Andrade. Amar Se Aprende Amando).
O texto de Drummond fala sobre:
Texto I
CONSELHOS DE UM VELHO APAIXONADO
Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e, neste momento, h ouver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d'água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o 1º e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: algo do céu te mandou um presente divino: O AMOR.
Se um dia tiverem que pedir perdão um ao outro por algum motivo e, em troca, receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.
Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá -las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida.
Se você conseguir, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado...
Se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados...
Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite...
Se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado... Se você tiver a certeza que vai ver a outra envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela...
Se você preferir fechar os olhos, antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida.
Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro.
Às vezes encontram e, por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixá -lo acontecer verdadeiramente. É o livre-arbítrio.
Por isso, preste atenção nos sinais.
Não deixe que as loucuras do dia -a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: o AMOR !!!
Ame muito... muitíssimo...
(Carlos Drummond de Andrade. Amar Se Aprende Amando).
O trecho “Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.” tem o sentido:
Texto II
...OITO, NOVE, DEZ. LÁ VOU EU!
Estava caminhando num parque quando vi um homem encostado de lado numa árvore, inerte, quase sem respirar. Que coisa estranha, um marmanjo encolhido junto a um tronco. Não sendo um maluco, só podia ser alguém se escondendo. E logo descobri de quem. Ele estava se escondendo de três adoráveis salsichas. Estou falando daquela raça de cachorro, daschhund, e não de embutidos. Os três cachorrinhos estavam paranóicos atrás do dono, au, au, au, onde ele está, onde nosso dono se meteu?
Achooou!!
Ficaram todos abanando o rabo, felizes e aliviados, inclusive o dono. Na hora me lembrei de como é bom brincar de esconde-esconde. É um ensaio prático sobre o poder da presença. Você some de vista e ficam todos te procurando: é ou não é uma sens ação incrível? Mais tarde você treina isso com namorados e namoradas: fica um dia sem ligar e o mundo desaba. Onde você estava, por que não retornou minhas ligações? E você: ahn, humm, é que fiquei sem bateria no celular. Uau, quanta aflição e quanta saudade você provocou. Mesmo manjada, a estratégia ainda funciona.
Mas e quando não funciona?
Lembro de uma vez, no auge da infância, em que me escondi tão bem, mas tão bem, que ninguém me achou. Pior: pararam de me procurar. Foram tomar um lanche, ver televisão. E eu ali, encolhida atrás de um arbusto, ou enclausurada num sótão, ou espremida atrás de uma porta (já nem lembro onde eu estava), só sei que desistiram de brincar e ninguém vinha me salvar da solidão. Tem coisa mais frustrante do que você ter que sair do seu esconderijo e se entregar para quem não tem mais nenhum interesse em lhe encontrar?
Aquele homem atrás da árvore devia ter uns 55 anos. Ou mais. Ou menos: entre os 30 e os 60, todos hoje têm a mesma cara. Enfim, ele não era nenhum garoto. Mas sabia da importância de ser procurado. De ter sua ausência sentida, de testar sua ascendência perante os outros, de provar para si mesmo que é imprescindível, que sua existência não é indiferente aos demais, que ele pode se sentir um pequeno deus por alguns mís eros minutos, que é capaz de fazer com que alguém se descabele diante da impossibilidade de revê -lo, ou seja (e usando de menos dramatismo): aquele homem conhecia o prazer indescritível que é ver alguém sentindo sua falta. Se for alguém do sexo oposto, pra zer triplicado. Mas vale para qualquer alguém: um amigo, um parente, um ex-sócio, um parceiro de cela. Até mesmo três cãezinhos salsicha.
Era um homem bem posto na vida, talvez um empresário, um profissional liberal, um homem com responsabilidades, que declara imposto de renda, que usa gravata nos dias úteis, que esmurra a mesa quando alterado. Pois estava ele ali, numa manhã de sábado, escondidinho atrás de uma árvore num parque público, provando que todo ser humano, por mais adulto que seja, não adianta: traz sempre dentro de si uma criança.
(Martha Medeiros. Zero Hora. 12 de outubro de 2008).
As opções que se seguem apresentam trechos do texto acima em que a colocação dos pronomes átonos é modificada. Há modificações corretas e incorretas. Observe cada uma delas com atenção.
I- “Lembro de uma vez, no auge da infância, em que me escondi tão bem, mas tão bem, que ninguém me achou” — “Lembro de uma vez, no auge da infância, em que me escondi tão bem, mas tão bem, que ninguém achou-me.”
II- “... só sei que desistiram de brincar e ninguém vinha me salvar da solidão.” — “... só sei que desistiram de brincar e ninguém me vinha salvar da solidão.”
III- “que sua existência não é indiferente aos demais, que ele pode se sentir um pequeno deus por alguns míseros minutos” — “que sua existência não é indiferente aos demais, que ele pode sentir-se um pequeno deus por alguns míseros minutos”
Estão de acordo com a norma culta da Língua Portuguesa as opções:
Texto III
EM AMNÉSIA
Existem a Polinésia, a Indonésia e , pouca gente sabe, a Amnésia, um pequeno arquipélago no Pacífico cuja principal indústria é a fitinha para amarrar no dedo e lembrar o que não se quer esquecer, que os amnesianos costumam usar nos 10 dedos da mão, inutilmente, pois nunca se lembram por que estão usando. Quem acha que o Brasil é o país mais sem memória do mundo não conhece a Amnésia, que inclusive se classificou para as finais da última Copa do Mundo mas esqueceu de ir, ao contrário do Brasil, que foi mas esqueceu o futebol.
***
A profissão mais valorizada na Amnésia é a de historiador-romancista. Como ninguém se lembra de nada por mais de 15 minutos, os historiadores inventaram uma história grandiosa para o país que inclui até uma guerra contra os Estados Unidos, que ganharam, vários reis malucos e ditadores divertidos e heróis nacionais como o inventor do spray nasal e um amante da Rita Hayworth, além de muitos recordistas olímpicos e cinco vitórias na Copa do Mundo. A capital de Amnésia, cujo nome ninguém se lembra, tem dezenas de estátuas e monumentos homenageando atletas, generais, cientistas e filósofos que nunca existiram mas estão nos livros de história.
Segundo os historiadores, Amnésia já construiu sua bomba atômica, só esqueceu onde a botou.
***
Amnésia também é conhecida como expor tadora de garçons. Quase todos os imigrantes de Amnésia que você encontra no mundo são garçons. É fácil reconhecê - los porque são os que esquecem o seu pedido. Em Amnésia isto não era um problema porque quem pedia sempre esquecia o que tinha pedido e aceita va o que o garçom trouxesse, mas em outros países garçons amnesianos têm ouvido alguns desaforos. Que logo esquecem.
***
Em Amnésia não há adultério. Ou há, mas os traídos esquecem a traição com a mesma rapidez com que os adúlteros esquecem seu juramento d e jamais repeti-la, e volta a paz. Uma velha tradição do país – segundo os historiadores – é o duelo pela honra. Quando os desafetos se encontram para resolver tudo com espada ou pistola ninguém se lembra mais da causa do duelo, e apesar da tradição nenhum duelo jamais foi realizado em Amnésia. Pelo menos que alguém se lembre.
***
Os políticos em Amnésia são todos corruptos. Os escândalos se repetem mas as comissões parlamentares reunidas para investigá-los começam, invariavelmente, com seu presidente perguntando “Alguém se lembra por que estamos reunidos aqui?”. Como ninguém se lembra as comissões são desfeitas, até o escândalo seguinte, quando ocorre a mesma coisa. Já houve a sugestão de se formar as comissões antes dos escândalos, que são previsíveis, pois acontecem com a mesma regularidade com que são esquecidos. A sugestão foi aceita e logo esquecida. Há pouca renovação entre dirigentes e parlamentares amnesianos porque o público esquece o que eles fizeram e os reelege. Políticos que estão no poder há anos fazem campanha com o slogan “Finalmente uma cara nova” em todas as eleições e levam o voto do eleitor insatisfeito mesmo que não lembre bem com o quê. Leis são promulgadas, esquecidas, nunca exercidas e muitas vezes promulgadas de novo – e esquecidas de novo. Em Amnésia os computadores têm memória, mas ninguém se lembra pra que serve.
***
É bom viver no pequeno arquipélago de Amnésia, onde ninguém cobra dívidas, guarda rancor ou tem o que contar ao psicanalista, a não ser que invente. Os historiadores-romancistas providenciam as lembranças que ninguém tem. Se Amnésia se classificou para as finais da Copa – pelo menos tem quase certeza que se classificou, faz tanto tempo – e esqueceu de ir, por que não botar na história que foi e ganhou? Num país sem memória onde tudo é faz de conta, o passado pode ser o que a gente escolher.
(Luiz Fernando Veríssimo. Zero Hora. 12 de outubro de 2008).
No contexto da crônica de Veríssimo, Amnésia pode ser:
Observe com atenção as opções abaixo, que apresentam questões de concordância e regência verbal.
I- Apenas 15% dos alunos tiveram notas acima da média.
II- A maioria das pessoas chegaram na hora marcada.
III- Assistimos o jogo juntos.
IV- Aspiro à vaga de diretor da empresa.
Estão de acordo com a norma culta da Língua Portuguesa as opções: