Leia o texto para responder às questão.
O desenvolvimento do romance brasileiro mostra quanto a nossa literatura tem sido consciente da sua responsabilidade na construção de uma cultura. Os românticos, em especial, se achavam possuídos de um senso de missão, um intuito de exprimir a realidade específica da sociedade brasileira.
Quando se fala na irrealidade ou convencionalismo dos romancistas românticos, é preciso notar que os bons, dentre eles, não foram irreais na descrição da realidade social, mas apenas nas situações narrativas. É digna de reparo a circunstância de não haverem, nos romances regionalistas e urbanos, inventado personagens socialmente inverossímeis, como se poderia esperar devido à influência estrangeira. Mais do que ela, funcionou aqui a fidelidade ao meio observado: e apesar da fascinação exercida por um escritor como Alexandre Dumas (1802-1870), nunca se traçou em nossa literatura um personagem como Monte Cristo, incompatível com as condições ambientes. Estude-se a influência do Romance dum Rapaz Pobre, do francês Octave Feuillet, em Senhora para se apreciar o tato com que José de Alencar manuseava sugestões europeias.
(Antonio Candido. Formação da literatura brasileira, 1971. Adaptado.)
Quanto ao sentido, pertencem a campos opostos as palavras “inverossímeis” (2º parágrafo) e