Leia o texto a seguir e responda à questão.
A obesidade é um problema sério, cada vez mais presente na população brasileira, e merece, portanto, toda nossa atenção. Ninguém sabe ao certo o que leva a uma alimentação desregrada, embora não faltem estigmas: muita gente pensa que o obeso é necessariamente alguém indisciplinado, exagerado e preguiçoso, pois não se exercita. A verdade, porém, é que o sobrepeso pode ter raízes psicológicas profundas. Na Universidade de Kobe, no Japão, pesquisadores da Escola de Medicina analisaram os hábitos de cerca de 20.000 adultos e fizeram importantes descobertas. Ao que tudo indica, o acúmulo de gordura corporal entre as mulheres tem alguma relação com experiências de violência na infância. Sofrer agressões físicas, ser vítima de comentários maldosos e insultos dentro da própria casa, todos esses são eventos que poderiam levar, anos mais tarde, ao excesso de peso.
O estudo, publicado no finalzinho de 2020, foi o primeiro realizado no Japão, mas confirma uma ideia já apontada por vários especialistas de outros países: situações de abuso físico, psicológico, sexual e até de negligência estão, sim, correlacionadas à obesidade. A criança vítima de abuso desenvolve mais facilmente a dependência de alimentos açucarados e ricos em gordura. E, quando adulta, ela tende a comer demais em situações de stress.
Esse é um problema que interessa a todos nós, em especial às mulheres, que acabam sendo as maiores vítimas desse terrível mecanismo de compensação psicológica. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), uma em cada três mulheres já sofreu violência física e/ou sexual. Na pandemia do coronavírus, com muitas famílias em confinamento, aumentam os episódios de violência doméstica, inclusive contra crianças. Além de abusadores e vítimas estarem fechados em um mesmo ambiente por mais tempo, a diminuição do contato com pessoas de fora da casa dificulta o reconhecimento e a denúncia dos casos. Se quisermos mudar esse cenário, é preciso discutir abertamente o problema, sem tabus.
(Adaptado de: DINIZ, Lucilia. O abuso original. Veja. São Paulo: Abril. ed. 2721, ano 54, nº 2, 20 de janeiro, 2021. p. 79.)
Sobre a pontuação utilizada no terceiro parágrafo do texto, considere as afirmativas a seguir
I. Em “O estudo, publicado no finalzinho de 2020, foi o primeiro realizado no Japão”, o trecho entre vírgulas intercala uma oração coordenada.
II. Na terceira linha, os dois pontos têm a finalidade de separar a explicação do que foi anteriormente enunciado.
III. Em “situações de abuso físico, psicológico, sexual e até de negligência”, as vírgulas têm função descritiva.
IV. No trecho “E, quando adulta, ela tende a comer demais em situações de stress”, há uma oração coordenada entre vírgulas.
Assinale a alternativa correta.