Depois que morrer
Nascemos livres, iguais, dignos e com direitos.
Da liberdade, somente a ilusão.
Da igualdade, no máximo, a comunhão.
Da dignidade, é melhor não falar.
Dos direitos, nem dos “manos” nem dos humanos.
Iguais em cor, sexo, religião e opinião.
Do preto ao índio, “de cara” a exclusão.
Do sexo, por favor, não seja veado!
Da religião, nada que bata tambor.
Da opinião: – Cala a boca, falastrão!
Direito à vida, segurança, identidade e paz.
Do viver, ninguém pede para nascer.
Da segurança, que segurança?
Da identidade, somente no RG.
Da paz, só depois que morrer.
DOBROVOLISKI, Elton Paulo. Disponível em: https://ucpparana.edu.br/content. Acesso em: abr. 2023.
Os versos do autor evidenciam um jogo de palavras que revela uma