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Em Minas Gerais, os municípios da Serra da Canastra se destacam pela produção artesanal de queijo.
Os portugueses trouxeram o conhecimento da produção de queijos para o Brasil Colônia. À região da Canastra, ele chegou há dois séculos. Lá, o pasto que alimenta a vaca determina o teor de proteína e de gordura do leite. As bactérias e leveduras do ambiente são responsáveis pelo sabor forte, levemente ácido e picante.
Para que as bactérias façam seu trabalho, é essencial que a produção aconteça direto do leite tirado da vaca, sem pasteurização. O líquido é despejado em um tanque e filtrado. Depois, a produtora adiciona coalho, contendo enzimas que interagem com proteínas do leite, chamadas caseínas. A artesã acrescenta também o fermento lácteo natural, conhecido como “pingo”, um soro cheio de bactérias que pingou do queijo de uma produção anterior.
Na etapa seguinte, o papel do sal é fundamental, porque quanto mais água no queijo, mais bactérias. O sal dá início ao processo de cura (desidratação), que permite exterminar as bactérias do queijo.
Ao longo do processo, as bactérias consomem o açúcar do leite. Conforme o açúcar vai acabando, as bactérias morrem. É a morte dos micro-organismos (ou seja, o rompimento das células deles) que libera substâncias responsáveis por reforçar o aroma e o sabor.
Na serra, nos sítios de produção familiar, quem em geral faz o queijo são as mulheres. O isolamento da Serra da Canastra sempre dificultou as oportunidades para a economia da região. Os produtores, enfrentando a concorrência da indústria, vendiam seus produtos a preços irrisórios para fábricas de pão de queijo. Nos últimos anos, os produtores se uniram para valorizar seu queijo.
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