Erradicar a pobreza nas metrópoles
Vamos nos colocar uma meta: erradicar a pobreza nas metrópoles brasileiras em 8 anos.
Seria isso possível? Se reunirmos condições políticas para tanto, como poderia ser feito?
Pobreza é, antes de tudo, a impossibilidade de decidir sobre sua própria vida. Neste sentido, erradicar a pobreza é incluir
nas decisões públicas os pobres, suas representações coletivas, e descentralizar e democratizar radicalmente as instâncias
públicas de decisão.
Pobreza é também a privação de direitos sociais. Para garantir a satisfação de necessidades básicas de todo cidadão,
estamos falando de segurança alimentar, trabalho, moradia, saneamento básico, mobilidade, saúde, educação, cultura,
esportes e lazer. O foco central deve ser a busca da redução das desigualdades. Portanto, a ênfase é atender com qualidade
os que até então não tenham acesso a esses direitos.
O objetivo maior é a reapropriação da gestão das metrópoles por seus cidadãos. Por meio desta reapropriação se
mobilizam recursos e se reorientam as políticas públicas para priorizar a redução das desigualdades.
A magnitude do desafio de erradicar a pobreza e as exigências de novos paradigmas para a vida em sociedade abrem
novas possibilidades, como a de convocar um grande mutirão da sociedade, empregando os desempregados, especialmente
os jovens, para produzir uma “economia verde” com planejamento e financiamento públicos: a execução a cargo da iniciativa
privada; a fiscalização e o controle dos entes públicos e da sociedade civil.
Um programa de erradicação da pobreza deve começar por assegurar renda básica e trabalho remunerado a todos os
desempregados, a partir de um novo projeto de cidade, orientado para garantir direitos e a “revolução verde”. E realizar
investimentos maciços para produzir equipamentos e serviços públicos que universalizam direitos.
BAVA, Silvio Caccia. Texto adaptado de editorial do jornal Le Monde Diplomatique Brasil. Março, 2010.
Considere as afirmações abaixo, relacionadas à estrutura do texto:
I. O pronome “isso” (linha 2) retoma o aposto presente na linha 1.
II. O sujeito do verbo “poderia” (linha 2) é desinencial.
III. A expressão “esses direitos” (linha 9) retoma “segurança alimentar, trabalho, moradia, saneamento básico, mobilidade, saúde, educação, cultura, esportes e lazer” (linhas 7 e 8).
IV. A conjunção integrante “que” (linha 18) retoma “serviços públicos” e exerce função sintática de sujeito do verbo que introduz.
Está correto o que se afirma em: