TEXTO 1
Se se morre de amor
Se se morre de amor! – Não, não se morre,
Quando é fascinação que nos surpreende
(...)
Amor é vida; é ter constantemente
Alma, sentidos, coração – abertos
Ao grande, ao belo; é ser capaz d’extremos
D’altas virtudes, té capaz de crimes!
Compr’ender o infinito, a imensidade,
E a natureza e Deus; gostar dos campos,
D’aves, flores, murmúrios solitários;
Buscar a tristeza, a soledade, o ermo,
E ter o coração em riso e festa;
E à branda festa, ao riso da nossa alma
Fontes de pranto intercalar sem custo;
Conhecer o prazer e a desventura
No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto
O ditoso, o misérrimo dos entes:
Isso é amor, e desse amor se morre!
Gonçalves Dias
O lirismo amoroso também aparece na obra de Gonçalves Dias, poeta romântico da 1ªgeração. A exemplo, o poema Se se morre de amor, que substancialmente configura-se como: