TEXTO 1
Somos todos uma mídia
Na notícia sobre a possibilidade de haver um tsunami em diversos lugares banhados pelo Oceano Pacífico, vimos que os havaianos procuravam desesperadamente por informações através do Twitter. O Twitter, uma rede social na internet que propicia a distribuição instantânea de textos com até 140 caracteres, tem sido uma grande ferramenta na divulgação de notícias. A grande vantagem desse sistema é seu imediatismo, a veiculação de qualquer mensagem transmitida por um usuário a todos os outros cadastrados, em tempo real. A atenção dada ao Twitter no caso do tsunami mostra como as mídias sociais estão ganhando espaço significativo no mundo da informação.
Há pouco mais de um século seria praticamente impossível que a notícia do terremoto do Chile chegasse ao Havaí antes das gigantescas ondas do tsunami. Hoje, a informação está quase na velocidade da luz. A internet turbinou a distribuição das notícias. Assim, as notícias importantíssimas (como um terremoto) e as notícias banais (como as fofocas a respeito das “celebridades”) se espalham velozmente, produzindo um volume impressionante de informações nunca imaginado na história da humanidade.
Ainda dependemos muito das agências de notícias e dos grandes veículos para gerar as principais notícias, mas a maneira com que estas são disseminadas depende cada vez mais do usuário das redes sociais. A internet deu mais poder ao receptor da notícia.
Primeiro, o leitor pode comentar as notícias com muito mais facilidade, sem ter que esperar que sua carta seja aceita e depois publicada na seção ‘Cartas do Leitor’. Os comentários podem ser feitos na própria página em que a notícia foi publicada. O leitor também pode reproduzir a notícia em um blog pessoal, se tiver um, e tecer seus comentários sem se preocupar com o espaço ocupado por seu texto. O receptor, na internet, não está mais calado.
Em segundo lugar, esse receptor não é mais o ponto terminal da cadeia comunicativa. Ele se transformou em um replicador. Ele é, ao mesmo tempo, um “filtro” que seleciona e uma estação repetidora de notícias, com a possibilidade de amplificá-las, acrescentando dados e informação que não constavam na notícia ou na mensagem original. O processo de retransmissão poderia ser feito antes do advento da internet, mas não com essa rapidez e facilidade proporcionadas pelas redes sociais. Hoje, é como se todos nós também fôssemos uma mídia.
(Gabriela Rodella; Flávio Nigro; João Campos. Português - a arte da palavra. São Paulo: Nova Geração, 2010, p. 157)
Uma análise do vocabulário em uso no Texto 1 revela que, frequentemente, atribuímos às palavras ‘outros sentidos’, além daqueles ‘sentidos básicos ou comuns’ com que existem na língua. Nesse sentido, analise as palavras sublinhadas nos fragmentos seguintes.
1) “Ainda dependemos muito das agências de notícias”.
2) “A internet turbinou a distribuição das notícias”.
3) “a maneira com que estas (as notícias) são disseminadas depende cada vez mais do usuário das redes sociais”.
4) “Ele é, ao mesmo tempo, um “filtro” que seleciona e uma estação repetidora de notícias”.
5) “Os comentários podem ser feitos na própria página em que a notícia foi publicada”.
Têm um sentido diferente de seu ‘sentido básico’ as palavras sublinhadas, apenas, nas alternativas: