Leia a fábula a seguir para responder a questão.
A galinha dos ovos de ouro
Por receber de um homem reverências em excesso, Hermes o gratificou com uma galinha que botava ovos de ouro. Mas o homem não teve paciência para aguardar o lucro parcelado e, supondo que a galinha fosse por dentro toda de ouro, matou-a sem nenhuma hesitação. Resultou que ele não apenas teve frustradas suas expectativas como também ficou sem os ovos, pois descobriu que as entranhas da galinha eram de carne.
ESOPO. Fábulas completas. Tradução Maria Celeste C. Dezotti. São Paulo: Cosac Naify, 2013. p. 215. (Adaptado)
Esta fábula de Esopo apresenta a seguinte moral:
Leia o texto a seguir para responder a questão.
À conquista da opinião pública
A questão do político — ou da política — é, ao mesmo tempo, simples e complexa. Simples, se for abordada pelo viés da opinião: trata-se de ser a favor ou contra um projeto de sociedade, a favor ou contra tal partido, a favor ou contra um determinado político (homem ou mulher). Se essa opinião for expressa num voto, na participação em uma manifestação, numa ação militante ou simplesmente durante uma discussão, a questão política se reduz à de uma tomada de posição mais ou menos argumentada.
Mas se a questão for abordada por meio da observação do que é o exercício do poder político, então ela se apresenta de maneira infinitamente mais complexa. Isso porque o fenômeno político resulta de um conjunto de fatos de diferentes categorias que se entrecruzam permanentemente: fatos políticos como atos e decisões, ligados à questão da autoridade e da legitimidade de seus atores; fatos sociais como organização das relações sociais, ligados à questão do lugar e da relação que se instaura entre as elites e o povo; fatos jurídicos que funcionam como enquadre que rege as condutas, o que coloca a questão da ação legislativa; enfim, fatos morais como lugar de pensar os sistemas de valores, que estão ligados à questão da idealidade dos regimes de governança para o bem dos povos.
Esses fatos complexos nos obrigam a considerar uma série de indagações: como o indivíduo, convocado a se pronunciar politicamente por um voto, pode cumprir sua função de cidadão? Em nome de que ele o faz? Que consciência ele tem de sua identidade cidadã? Que conhecimento ele tem do funcionamento do poder? Enfim, o que ele compreende dos discursos que circulam no espaço público, e em que medida se sente manipulado ou enganado?
Essas indagações estão no cerne da participação cidadã da qual ninguém pode escapar, mesmo quando pretende ser apolítico. E é talvez, ao aprofundar essas questões, ao se interrogar, por um lado, sobre o que define um cidadão e, por outro, sobre quais são os modos de funcionamento do poder, que se descobrirá o que está verdadeiramente em jogo na vida política. Tudo acontece, pois, na relação que se constrói entre os políticos e a opinião dos cidadãos por meio do discurso, visto que é pela palavra que se persuade, que se seduz e que, no fim das contas, se regula a vida política. Num regime democrático, a vida política reside numa conquista da opinião pública.
CHARAUDEAU, Patrick. A conquista da opinião pública: como o discurso manipula as escolhas políticas. São Paulo: Contexto, 2016. p. 9-10.
Defende-se no texto a tese segundo a qual a opinião pública
Leia o texto a seguir para responder a questão.
À conquista da opinião pública
A questão do político — ou da política — é, ao mesmo tempo, simples e complexa. Simples, se for abordada pelo viés da opinião: trata-se de ser a favor ou contra um projeto de sociedade, a favor ou contra tal partido, a favor ou contra um determinado político (homem ou mulher). Se essa opinião for expressa num voto, na participação em uma manifestação, numa ação militante ou simplesmente durante uma discussão, a questão política se reduz à de uma tomada de posição mais ou menos argumentada.
Mas se a questão for abordada por meio da observação do que é o exercício do poder político, então ela se apresenta de maneira infinitamente mais complexa. Isso porque o fenômeno político resulta de um conjunto de fatos de diferentes categorias que se entrecruzam permanentemente: fatos políticos como atos e decisões, ligados à questão da autoridade e da legitimidade de seus atores; fatos sociais como organização das relações sociais, ligados à questão do lugar e da relação que se instaura entre as elites e o povo; fatos jurídicos que funcionam como enquadre que rege as condutas, o que coloca a questão da ação legislativa; enfim, fatos morais como lugar de pensar os sistemas de valores, que estão ligados à questão da idealidade dos regimes de governança para o bem dos povos.
Esses fatos complexos nos obrigam a considerar uma série de indagações: como o indivíduo, convocado a se pronunciar politicamente por um voto, pode cumprir sua função de cidadão? Em nome de que ele o faz? Que consciência ele tem de sua identidade cidadã? Que conhecimento ele tem do funcionamento do poder? Enfim, o que ele compreende dos discursos que circulam no espaço público, e em que medida se sente manipulado ou enganado?
Essas indagações estão no cerne da participação cidadã da qual ninguém pode escapar, mesmo quando pretende ser apolítico. E é talvez, ao aprofundar essas questões, ao se interrogar, por um lado, sobre o que define um cidadão e, por outro, sobre quais são os modos de funcionamento do poder, que se descobrirá o que está verdadeiramente em jogo na vida política. Tudo acontece, pois, na relação que se constrói entre os políticos e a opinião dos cidadãos por meio do discurso, visto que é pela palavra que se persuade, que se seduz e que, no fim das contas, se regula a vida política. Num regime democrático, a vida política reside numa conquista da opinião pública.
CHARAUDEAU, Patrick. A conquista da opinião pública: como o discurso manipula as escolhas políticas. São Paulo: Contexto, 2016. p. 9-10.
Os dois primeiros parágrafos do texto se organizam a partir do seguinte procedimento de organização e progressão textual:
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À conquista da opinião pública
A questão do político — ou da política — é, ao mesmo tempo, simples e complexa. Simples, se for abordada pelo viés da opinião: trata-se de ser a favor ou contra um projeto de sociedade, a favor ou contra tal partido, a favor ou contra um determinado político (homem ou mulher). Se essa opinião for expressa num voto, na participação em uma manifestação, numa ação militante ou simplesmente durante uma discussão, a questão política se reduz à de uma tomada de posição mais ou menos argumentada.
Mas se a questão for abordada por meio da observação do que é o exercício do poder político, então ela se apresenta de maneira infinitamente mais complexa. Isso porque o fenômeno político resulta de um conjunto de fatos de diferentes categorias que se entrecruzam permanentemente: fatos políticos como atos e decisões, ligados à questão da autoridade e da legitimidade de seus atores; fatos sociais como organização das relações sociais, ligados à questão do lugar e da relação que se instaura entre as elites e o povo; fatos jurídicos que funcionam como enquadre que rege as condutas, o que coloca a questão da ação legislativa; enfim, fatos morais como lugar de pensar os sistemas de valores, que estão ligados à questão da idealidade dos regimes de governança para o bem dos povos.
Esses fatos complexos nos obrigam a considerar uma série de indagações: como o indivíduo, convocado a se pronunciar politicamente por um voto, pode cumprir sua função de cidadão? Em nome de que ele o faz? Que consciência ele tem de sua identidade cidadã? Que conhecimento ele tem do funcionamento do poder? Enfim, o que ele compreende dos discursos que circulam no espaço público, e em que medida se sente manipulado ou enganado?
Essas indagações estão no cerne da participação cidadã da qual ninguém pode escapar, mesmo quando pretende ser apolítico. E é talvez, ao aprofundar essas questões, ao se interrogar, por um lado, sobre o que define um cidadão e, por outro, sobre quais são os modos de funcionamento do poder, que se descobrirá o que está verdadeiramente em jogo na vida política. Tudo acontece, pois, na relação que se constrói entre os políticos e a opinião dos cidadãos por meio do discurso, visto que é pela palavra que se persuade, que se seduz e que, no fim das contas, se regula a vida política. Num regime democrático, a vida política reside numa conquista da opinião pública.
CHARAUDEAU, Patrick. A conquista da opinião pública: como o discurso manipula as escolhas políticas. São Paulo: Contexto, 2016. p. 9-10.
À sequência de sentenças interrogativas presente no terceiro parágrafo tem como função retórico- argumentativa
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À conquista da opinião pública
A questão do político — ou da política — é, ao mesmo tempo, simples e complexa. Simples, se for abordada pelo viés da opinião: trata-se de ser a favor ou contra um projeto de sociedade, a favor ou contra tal partido, a favor ou contra um determinado político (homem ou mulher). Se essa opinião for expressa num voto, na participação em uma manifestação, numa ação militante ou simplesmente durante uma discussão, a questão política se reduz à de uma tomada de posição mais ou menos argumentada.
Mas se a questão for abordada por meio da observação do que é o exercício do poder político, então ela se apresenta de maneira infinitamente mais complexa. Isso porque o fenômeno político resulta de um conjunto de fatos de diferentes categorias que se entrecruzam permanentemente: fatos políticos como atos e decisões, ligados à questão da autoridade e da legitimidade de seus atores; fatos sociais como organização das relações sociais, ligados à questão do lugar e da relação que se instaura entre as elites e o povo; fatos jurídicos que funcionam como enquadre que rege as condutas, o que coloca a questão da ação legislativa; enfim, fatos morais como lugar de pensar os sistemas de valores, que estão ligados à questão da idealidade dos regimes de governança para o bem dos povos.
Esses fatos complexos nos obrigam a considerar uma série de indagações: como o indivíduo, convocado a se pronunciar politicamente por um voto, pode cumprir sua função de cidadão? Em nome de que ele o faz? Que consciência ele tem de sua identidade cidadã? Que conhecimento ele tem do funcionamento do poder? Enfim, o que ele compreende dos discursos que circulam no espaço público, e em que medida se sente manipulado ou enganado?
Essas indagações estão no cerne da participação cidadã da qual ninguém pode escapar, mesmo quando pretende ser apolítico. E é talvez, ao aprofundar essas questões, ao se interrogar, por um lado, sobre o que define um cidadão e, por outro, sobre quais são os modos de funcionamento do poder, que se descobrirá o que está verdadeiramente em jogo na vida política. Tudo acontece, pois, na relação que se constrói entre os políticos e a opinião dos cidadãos por meio do discurso, visto que é pela palavra que se persuade, que se seduz e que, no fim das contas, se regula a vida política. Num regime democrático, a vida política reside numa conquista da opinião pública.
CHARAUDEAU, Patrick. A conquista da opinião pública: como o discurso manipula as escolhas políticas. São Paulo: Contexto, 2016. p. 9-10.
No enunciado “Mas se a questão for abordada por meio da observação do que é o exercício do poder político, então ela se apresenta de maneira infinitamente mais complexa”, os operadores argumentativos “se” e “então” realizam, entre as cláusulas, a seguinte relação de sentido:
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À conquista da opinião pública
A questão do político — ou da política — é, ao mesmo tempo, simples e complexa. Simples, se for abordada pelo viés da opinião: trata-se de ser a favor ou contra um projeto de sociedade, a favor ou contra tal partido, a favor ou contra um determinado político (homem ou mulher). Se essa opinião for expressa num voto, na participação em uma manifestação, numa ação militante ou simplesmente durante uma discussão, a questão política se reduz à de uma tomada de posição mais ou menos argumentada.
Mas se a questão for abordada por meio da observação do que é o exercício do poder político, então ela se apresenta de maneira infinitamente mais complexa. Isso porque o fenômeno político resulta de um conjunto de fatos de diferentes categorias que se entrecruzam permanentemente: fatos políticos como atos e decisões, ligados à questão da autoridade e da legitimidade de seus atores; fatos sociais como organização das relações sociais, ligados à questão do lugar e da relação que se instaura entre as elites e o povo; fatos jurídicos que funcionam como enquadre que rege as condutas, o que coloca a questão da ação legislativa; enfim, fatos morais como lugar de pensar os sistemas de valores, que estão ligados à questão da idealidade dos regimes de governança para o bem dos povos.
Esses fatos complexos nos obrigam a considerar uma série de indagações: como o indivíduo, convocado a se pronunciar politicamente por um voto, pode cumprir sua função de cidadão? Em nome de que ele o faz? Que consciência ele tem de sua identidade cidadã? Que conhecimento ele tem do funcionamento do poder? Enfim, o que ele compreende dos discursos que circulam no espaço público, e em que medida se sente manipulado ou enganado?
Essas indagações estão no cerne da participação cidadã da qual ninguém pode escapar, mesmo quando pretende ser apolítico. E é talvez, ao aprofundar essas questões, ao se interrogar, por um lado, sobre o que define um cidadão e, por outro, sobre quais são os modos de funcionamento do poder, que se descobrirá o que está verdadeiramente em jogo na vida política. Tudo acontece, pois, na relação que se constrói entre os políticos e a opinião dos cidadãos por meio do discurso, visto que é pela palavra que se persuade, que se seduz e que, no fim das contas, se regula a vida política. Num regime democrático, a vida política reside numa conquista da opinião pública.
CHARAUDEAU, Patrick. A conquista da opinião pública: como o discurso manipula as escolhas políticas. São Paulo: Contexto, 2016. p. 9-10.
No trecho “Tudo acontece, pois, na relação que se constrói entre os políticos e a opinião dos cidadãos por meio do discurso, visto que é pela palavra que se persuade”, o termo “persuade” pode ser substituído, sem prejuízo semântico e coesivo, por