Leia o texto a seguir.
O GÊNIO E A ARTE
A Theodoro e Cezar
[1] – Quem bate à porta do pobre?
[2] – Abri, não tenhais receio,
[3] Eu venho de fome cheio,
[4] Quero pedir-vos um pão...
[5] Andei faminto e descalço
[6] Pelas ruas da cidade!
[7] Ai, Senhor! A caridade
[8] Já não vive entre nós, não.
[9] Ao rico – pedi abrigo;
[10] À pátria – pedi amparo...
[11] Foi em vão; paguei bem caro
[12] As minhas crenças sem par!
[13] Do que valera no estudo
[14] Arrastar os curtos anos?
[15] – Ser pasto de desenganos,
[16] De abismo em abismo rolar.
[17] – Entra; meu albergue é pobre,
[18] Mas há fogo na lareira,
[19] Eu durmo sobre esta esteira...
[20] Pode dormir outro mais.
[21] Enxuga, pois, teus vestidos...
[22] Tenho um só pão... mas reparte...
[23] Tu és o gênio, eu – a arte,
[24] Ambos nascemos iguais.
COSTA, Francisco Lobo da. Auras do sul. Rio Grande: Pinto & Cia., 1914.
Leia as alternativas a seguir e assinale a opção correta.
I. Há, no poema, uma sensação de desapontamento, frustração.
II. O texto aborda aspectos que se complementam.
III. Na última estrofe, o autor fala sobre a tristeza de uma partida.