Leia o trecho da entrevista de Carl Hart para a revista Época para responder à questão.
ÉPOCA – O senhor defende a liberação ou a descriminalização do consumo de qualquer droga?
Hart – Defendo a descriminalização. Quer dizer: não prender usuários por porte de drogas e não registrar o consumo na ficha criminal. A polícia deixaria de prender e encarcerar gente que nada tem de criminosa. O dinheiro gasto em perseguir e encarcerar usuários poderia ser investido em iniciativas que realmente ajudem a sociedade.
ÉPOCA – O senhor não acha que usuários de drogas continuarão alvo de preconceito, com ou sem registro criminal?
Hart – Os três últimos presidentes dos Estados Unidos usaram drogas e nunca foram presos. Livres, conseguiram ser presidentes. Estamos cercados de usuários de drogas respeitáveis, que colaboram para uma sociedade melhor. Para aqueles que são presos, os horizontes pessoais ficam reduzidos.
ÉPOCA – O senhor é o primeiro negro americano a ensinar ciências na Universidade Columbia. Como a falta de negros na comunidade científica distorce as conclusões de pesquisas e a produção de conhecimento?
Hart – Não sei se a falta de negros na comunidade científica afeta a produção de conhecimento mais do que qualquer outra coisa em nossa sociedade. A questão racial influencia tudo. Sendo um cientista negro, um dos aspectos que mais me chamam a atenção é o grande número de negros presos por falta de informação sobre as drogas. Parece-me antiético não dizer nada sobre a grande injustiça racial existente nas prisões, seja nos Estados Unidos, seja no Brasil. Isso me obriga a denunciar.
(http://epoca.globo.com, 07.05.2014.)
“Parece-me antiético não dizer nada sobre a grande injustiça racial existente nas prisões, seja nos Estados Unidos, seja no Brasil.”
Nesse trecho, a conjunção destacada é