Texto I – OS POEMAS
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de
mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
No maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...
(MÁRIO QUINTANA – Seleção de textos, notas, estudos biográfico, histórico e crítico e exercícios por Regina Zilberman. – São Paulo: Literatura Comentada – Abril Educação, páginas 22/ 23. 1982)
Texto III - INANIA VERBA
Ah! quem há de exprimir, alma impotente e escrava,
O que a boca não diz, o que a mão não escreve?
- Ardes, sangras, pregada à tua cruz, e, em breve,
Olhas, desfeito em lodo, o que te deslumbrava...
O Pensamento ferve, e é um turbilhão de lava:
A Forma, fria e espessa, é um sepulcro de neve...
E a Palavra pesada abafa a Ideia leve,
Que, perfume e clarão, refulgia e voava.
Quem o molde achará para a expressão de tudo?
Ah! quem há de dizer as ânsias infinitas
Do sonho? e o céu que foge à mão que se levanta?
E a ira muda? e o asco mudo? e o desespero mudo?
E as palavras de fé que nunca foram ditas?
E as confissões de amor que morrem na garganta?
(OLAVO BILAC– Seleção de textos, notas, estudos biográfico, histórico e crítico e exercícios por Norma Goldstein.- São Paulo: Literatura Comentada – Abril Educação. Página 19.1980)
Avalie os aspectos destacados dos textos em questão.
I- Em “No livro que lês” (texto I) /“Alimentam-se um instante em cada par...” (texto I) / O que a boca não diz, o que a mão não escreve?” (texto III)/ “Quem o molde achará para a expressão de tudo?” (texto III), foram destacados, sem exceção, termos que exercem a mesma função sintática.
II- Em “Eles não têm pouso//no maravilhado espanto de saberes”(texto I), os vocábulos destacados constituem um só exemplo entre os processos de formação de palavras.
III- Em “Quem o molde achará para a expressão de tudo?” (texto III) / “E as palavras de fé que nunca foram ditas” (texto III)/ “E as confissões de amor que morrem na garganta?” (texto III), foram assinalados termos que exercem uma mesma função sintática.
IV- Em “...não se sabe de onde e pousam” (texto I) / “Ardes, sangras, pregada à tua cruz, e, em breve” (texto III) / “Do sonho? E o céu que foge à mão que se levanta?” (texto III), foram destacados apenas verbos intransitivos.
V- Em “Ah! quem há de dizer as ânsias infinitas?” (texto III), o vocábulo assinalado, sem o acento gráfico, transforma-se numa forma verbal correta,