Questões de Português - Leitura e interpretação de textos - Coesão (elem. coesivos) e Coerência
Os avanços alcançados a partir do encontro das geotecnologias com a Inteligência Artificial (IA) vêm inaugurando inúmeras possibilidades para a pesquisa geográfica, contudo, recentemente o problema das deepfakes geográficas acendeu o debate sobre problemas que tais falsas informações espaciais podem causar. O termo deepfake é uma mistura dos termos da língua inglesa deep learning (aprendizado profundo) e fake (falso). Uma nova modalidade de deepfakes tem circulado há alguns anos pela internet, mas tem sido potencializada atualmente com o uso de IA.
No que diz respeito às geotecnologias, IA e ao rigor ético-científico nas pesquisas espaciais, assinale a afirmação coerente com esta legítima preocupação.
“Por quê? Porque pensar em direitos humanos tem um pressuposto: reconhecer que aquilo que consideramos indispensável para nós é também indispensável para o próximo. (...).
Nesse ponto as pessoas são frequentemente vítimas de uma curiosa obnubilação. Elas afirmam que o próximo tem direito, sem dúvida, a certos bens fundamentais, como casa, comida, instrução, saúde, coisas que ninguém bem formado admite hoje em dia que sejam privilégio de minorias, como são no Brasil. Mas será que pensam que seu semelhante pobre teria direito a ler Dostoievski ou ouvir os quartetos de Beethoven? (...). Ora, o esforço para incluir o semelhante no mesmo elenco de bens que reivindicamos está na base da reflexão sobre os direitos humanos.”
CANDIDO, Antonio. Vários escritos. 3ª ed. revista e ampliada. São Paulo: Duas Cidades, 1995.
Com base na leitura do texto, pode-se afirmar que Antonio Candido defende que o acesso a bens como a literatura e a música
Você provavelmente já encontrou pelas redes sociais o famigerado #sqn, aquele jeito telegráfico de dizer que tal coisa é muito legal, “só que não”. Agora, imagine uma língua diferente do português que tenha incorporado um conceito parecido na própria estrutura das palavras, criando o que foi apelidado de “sufixo frustrativo”. Bom, é assim no kotiria, um idioma da família linguística tukano falado por indígenas do Alto Rio Negro, na fronteira do Brasil com a Colômbia. Para exprimir a função “frustrativa”, o kotiria usa um sufixo com a forma -ma. Você quer dizer que foi até um lugar sem conseguir o que queria indo até lá? Basta pegar o verbo ir, que é wa’a em kotiria, e acrescentar o sufixo: wa’ama, “ir em vão”.
(Adaptado de: LOPES, R. J. L. A sofisticação das línguas indígenas. Superinteressante, 18/11/2021.)
O excerto, retirado de uma revista de jornalismo científico, exemplifica um processo de formação de palavras na língua indígena kotiria e o compara com o uso da hashtag #sqn.
É correto afirmar que essa comparação
Texto
A ARMADILHA DOS VAPES
No Brasil, 20% dos jovens adultos já
experimentaram. Nos EUA, virou um problema de saúde
pública grave. Entenda em que pé se encontra a febre dos
cigarros eletrônicos – que têm se mostrado tão perigosos
[5] quanto os convencionais.
7 a 19 segundos. É o tempo que a nicotina do cigarro
leva para chegar ao cérebro. Lá dentro, ela ativa o principal
neurotransmissor do prazer. E dá-lhe prazer: comer
chocolate eleva em 55% a liberação de dopamina; fazer sexo,
[10] 100%. A nicotina? 150%. Com o tempo, essas doses
contínuas de prazer acostumam o cérebro, que passa a
precisar de doses maiores para se satisfazer. Instaura-se um
vício. E não é só a descarga de dopamina que importa aí. É
também a velocidade com a qual você obtém o efeito.
[15] Cocaína inalável, por exemplo, sobe os níveis de dopamina
em 400%, mas essa descarga vem só 3 minutos após o
consumo. Já o cigarro, embora não cause tanta disrupção
neuronal, tem efeito praticamente instantâneo. Isso torna a
nicotina no mínimo tão viciante quanto cocaína, heroína ou
[20] metanfetaminas. Com uma perversidade adicional: ela não
altera nosso estado consciente, então o usuário pode passar
o dia inteiro mimando os neurônios.
(Disponível em: https://super.abril.com.br).
O elemento destacado no trecho: “Lá dentro, ela ativa o principal neurotransmissor do prazer” (linhas 7-8) faz referência a
Texto 1
“Lei nº 8.213, de 24 de Julho de 1991, dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. [...] Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência [...].”
Texto 2
“Lei no 7.716, de 5 de janeiro de 1989, define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. [...] Art. 3º. Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos.”
Texto 3
A partir dos textos de 1 a 3, sobretudo da charge de Ricardo Ferraz, avalie as afirmações como verdadeiras (V) ou falsas (F).
I - ( ) O empresário representado na charge se mostra satisfeito pelo cumprimento das leis em vigor, pois sabe que o cadeirante desenvolverá suas potencialidades na guarita do estacionamento.
II - ( ) Ao oferecer uma tarefa que exige menos qualificação profissional e que tem menor status e salário, evidencia-se que a empresa vê o deficiente e preto de forma estereotipada e contraria as leis citadas.
III - ( ) Além de cadeirante, o novo funcionário é preto, por isso ele se sente intimidado diante do empresário.
IV - ( ) O empresário demonstra que recebe o funcionário deficiente apenas pela obrigatoriedade da Lei no 8.213, sem a necessária atenção e respeito à pessoa; e não enxerga a oportunidade de criar um ambiente diversificado na empresa.
V - ( ) A charge demonstra que, embora ainda com atraso e de forma tímida, as leis e as políticas públicas têm contribuído para mudar a situação de pessoas pretas e também deficientes em empresas brasileiras.
A sequência correta, marcada de cima para baixo, é
Texto 1
Texto 2
Cracolândia vive 30 anos de eterno retorno
Repressão à droga não faz mais do que dispersar usuários; especialistas cobram articulação de políticas
Ela surgiu na Santa Efigênia, nos cruzamentos da rua dos Gusmões com as pequenas ruas dos Protestantes e do Triunfo, logo atrás da Estação Ferroviária da Luz, no centro de São Paulo. E há quase 30 anos, migra de um quarteirão para outro, em modo constante, se esparramando pelos bairros vizinhos.
A itinerância da maior cena aberta de uso de crack e outras drogas do país, batizada de cracolândia nos anos 1990, é fruto ora de um jogo de esconde-esconde, a partir do mando do crime organizado, ora do empurra-empurra das operações policiais que incidem sobre ela, onde quer que esteja.
(Adaptado de MENA, Fernanda, Cracolândia vive 30 anos de eterno retorno. Folha de São Paulo, 4 jun. 2022, p. B4.)
Indique a alternativa que apresenta palavras ou termos do Texto 2 diretamente relacionados a elementos representados na charge (Texto 1).