Questões de Português - Gramática - Pontuação
Como é bom reencontrar os leitores da Revista da Cultura por meio de uma publicação com outro visual, conteúdo de qualidade e interesses ampliados! ]cultural[, este nome simples, e eu diria mesmo familiar, nasce entre dois colchetes voltados para fora. E não é por acaso: são sinais abertos, receptivos, propícios à circulação de ideias. O DNA da publicação se mantém o mesmo, afinal, por longos anos montamos nossas edições com assuntos saídos das estantes de uma grande livraria — e assim continuará sendo. Literatura, sociologia, filosofia, artes... nunca será difícil montar a pauta da revista porque os livros nos ensinam que monotonia é só para quem não lê.
HERZ, P. Jcultural, n. 1, jun. 2018 (adaptado).
O uso não padrão dos colchetes para nomear a revista atribui-lhes uma nova função e está correlacionado ao(a)
As alternativas abaixo compõem um texto.
Assinale a que apresenta um erro de pontuação.
Leia o texto para responder a questão
O médico que não estava lá
Na semana passada, foi publicada a Resolução Nº 2.314 do Conselho Federal de Medicina, que define e regulamenta a telemedicina, designando-a como o exercício da medicina mediado por Tecnologias Digitais, de Informação e de Comunicação. […] Agora, aquilo que gerava insegurança em alguns médicos e pacientes e causava furor em visionários e entusiastas de várias startups ficou muito mais claro e seguro para todas as partes envolvidas.
Havia várias ressalvas ao uso da telemedicina, seja por desconhecimento, seja por ainda permanecerem arraigados os velhos preceitos da academia médica. Contudo, veio a pandemia e nos vimos obrigados a mudar conceitos e a quebrar preconceitos. […]
O fascinante é que a telemedicina não consiste somente na realização de uma consulta por meio de um software de conferência on-line. Ela abrange da conexão de sua casa com o serviço de saúde de sua referência ou com seu home care até projetos de hospitais híbridos. Isso mesmo. Assim como o trabalho em regime híbrido, dividido entre casa e empresa, o futuro prevê hospitais híbridos.
Um estudo piloto realizado […] procurou validar o conceito desse tipo de serviço. O paciente tem alta antes do habitual, seguindo rigorosos critérios para tal, e fica em sua casa, onde está instalado um totem conectado diretamente à equipe hospitalar multiprofissional que lhe presta assistência. O sistema permite transferência de dados vitais, relato de sintomas, retirada de dúvidas, confirmação do uso correto das medicações etc. Caso necessário, é ativada uma cadeia de ações, incluindo acesso venoso, entrega e administração de medicação, fisioterapia e enfermagem na casa do paciente. […]
Não há dúvida, até o momento, de que tocar o paciente é insubstituível. Ao palpar o pulso, em poucos segundos se percebe se está cheio enquanto já se observa sua frequência cardíaca, se a pele está fria e pegajosa, se a perfusão e circulação estão adequadas, se a pessoa está ofegante. No entanto, isso também está sendo revisto, com startups engajadas na criação de dispositivos que permitem exame físico a distância. As novas tecnologias não irão substituir os médicos. Da mesma forma, nenhum aplicativo conseguirá transformar alguém com formação deficitária em um ótimo médico com o teclar de alguns dados. Elas irão somar, como sempre fizeram. Mas os médicos que não quiserem usá-las correm o risco de serem substituídos por aqueles que as utilizam e de se tornarem obsoletos.
BUENO, B. V. K. O médico que não estava lá. Disponível em: https://veja.abril.com.br/coluna/letra-de-medico/o-medico-quenao-estava-la/ Acesso 09 mai 2022. Adaptado.
Observe os seguintes trechos, retirados do texto:
I. “O sistema permite transferência de dados vitais, relato de sintomas, retirada de dúvidas, confirmação do uso correto das medicações etc.”
II. “Assim como o trabalho em regime híbrido, dividido entre casa e empresa, o futuro prevê hospitais híbridos.”
Em relação ao uso das vírgulas, nos dois casos, assinale a alternativa CORRETA:
O medo é um sentimento conhecido de toda criatura viva. Os seres humanos compartilham essa experiência com os animais. Os estudiosos do comportamento animal descrevem, de modo altamente detalhado, o rico repertório de reações dos animais à presença imediata de uma ameaça que ponha em risco suas vidas. Os humanos, porém, conhecem algo mais além disso: uma espécie de medo de “segundo grau”, um medo, por assim dizer, social e culturalmente “reciclado”, um “medo derivado” que orienta seu comportamento, haja ou não uma ameaça imediatamente presente. O medo secundário pode ser visto como um rastro de uma experiência passada de enfrentamento de uma ameaça direta — um resquício que sobrevive ao encontro e se torna um fator importante na modelagem da conduta humana mesmo que não haja mais uma ameaça direta à vida ou à integridade.
Zygmunt Bauman. Medo líquido. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008, p. 9 (com adaptações).
Seria gramaticalmente correta a inserção de uma vírgula logo após a palavra “humana” (último período).
Leia o texto a seguir para responder à questão.
MAS
(Conjunção adversativa: no sentido de contudo, entretanto, todavia - Do latim magis)
A conjunção “mas” tem uma função específica: criar o oposto, a possibilidade do contrário. Ela conduz sempre para a alternativa. Ela sempre abre uma nova janela, ou um novo cenário até então não presumido.
“Mas” é [...] uma conjunção de grande alento. É uma clara indicação de que, por mais que nos desviemos ou percamos o rumo, o amor está sempre pronto e acessível a nós para que seja reparado o que parecia insoluvelmente sem reparo.
Sempre há um “mas”. [...] Até para a morte, a mais implacável das insolúveis realidades, há um “mas”. [...] Ora, se até para a morte existe um “mas”, por que entrar em desespero diante das adversidades da vida?
Disponível em: https://igrejabatistabarao.org.br/ palavras/92539/21-pequeno-dicionario-de-certas-palavras. Acesso em: 22 fev. 2022.
No trecho: “Até para a morte, a mais implacável das insolúveis realidades, há um ‘mas’.”, o termo em destaque é um aposto explicativo porque
Leia o texto a seguir para responder a questão.
Texto
Nem aqui, nem lá: os efeitos da transnacionalidade sobre os migrantes*
Ao se mudar para um novo país, um imigrante enfrenta as dificuldades da distância de amigos e de familiares e, a curto prazo, sofre adversidades no processo de integração. Por mais que uma rede de contatos se forme aos poucos, com a distância, os obstáculos são enfrentados sozinhos, e enquanto o migrante estiver fora de seu país de origem, vai passar por uma situação comumente conhecida como “nem aqui, nem lá.”
Nem aqui, pois dificilmente o imigrante ficará 100% integrado, sempre levando consigo a cultura e os costumes do país de origem. E nem lá, pois, enquanto estiver afastado, estará distante de seu país de residência habitual, perdendo acontecimentos importantes e querendo estar próximo dos entes queridos. Assim é a vida de todos que escolhem ou que precisam continuar suas vidas longe de seus países de origem.
Quer seja um imigrante, quer seja um refugiado, os momentos difíceis são os mesmos no que diz respeito à cultura, aos entes queridos e aos momentos para se dividir. Estar com alguém do mesmo país ameniza as dificuldades, e com a tecnologia fica relativamente possível estar mais próximo, mas ainda assim, estar em outro país, longe dos costumes e da vida habitual, mexe com todos aqueles que emigram.
Como nação, as pessoas geralmente dividem um sentimento de identidade e de pertencimento, envolvendo uma consciência nacional. O Brasil, tendo sempre sido um país que acolheu e acolhe diversas nacionalidades, fez da heterogeneidade algo natural.
No entanto, para que essa identidade coletiva seja formada, geralmente há um conjunto de dialetos, de línguas, de religião nacional, de cidadania, de serviço militar, de sistema educacional, hinos e bandeiras que precisam ser usados como ferramentas para criar algo mais homogêneo. É preciso olhar para a sociedade que está recebendo e perceber suas características. Mas como os imigrantes podem perceber as mudanças que estão ocorrendo no processo migratório? É uma dinâmica que muitas vezes leva ao “nem aqui, nem lá”. Através da assimilação, os imigrantes aos poucos deixariam de lado sua cultura do país de origem e se tornariam parte do país que os recebeu. Com a integração, no entanto, ambas as culturas se acomodam: os recém-chegados se adaptam gradualmente, mas há também transformações no país que decide hospedar.
Desse modo, o “nem aqui, nem lá”, um efeito da transnacionalidade, é um processo simultâneo que mexe com os imigrantes nos países de destino e seu envolvimento com a sociedade local. O que pode minimizar esse choque são comunidades que promovam a incorporação desses imigrantes, para que haja esforços mútuos das nacionalidades envolvidas e essas saiam ganhando com um ambiente mais diverso e plural.
Ao mesmo tempo, a transnacionalidade permite que esses indivíduos mantenham identidades múltiplas, contatos e afiliações. Esse fenômeno tem efeitos positivos e negativos, tanto para aqueles que se mudam para outro país, como para os que ficam. Como impactos negativos, pode ser mencionado que geralmente pessoas transnacionais têm que lidar com um sentimento de não pertencimento, quando inicialmente é difícil se estabelecer em um lugar onde eles tentam fazer parecer como um lar. Além disso, alguns expatriados podem viver numa “bolha nacional” fora de seu país de origem, não dispostos a integrar, nem de aprender a língua ou fazer alguns esforços para se adaptar à nova cultura. Como pontos positivos, os transnacionais têm a possibilidade de enviar remessas e de dividir conhecimentos e experiências culturais com os que ficaram para trás.
Migrantes transnacionais têm que lidar com desafios diferentes quando se movem. Embora pudesse ser dito que seja mais fácil migrar agora por conta da tecnologia e lugares mais heterogêneos, ainda é difícil passar por um processo de integração, algo que depende dos esforços dos imigrantes, pois a integração é uma via de mão dupla, que pode ser amenizada quando a população local é mais aberta ao diverso e ao acolhimento.
*Migrante: o que muda de lugar, de região ou de país. (DICIONÁRIO ON LINE). Disponível em: www.dicio.com.br/migrante/. Acesso em: 30 jan. 2020 (adaptado).
Assinale a alternativa CORRETA.
Em: “Nem aqui, nem lá: os efeitos da transnacionalidade sobre os migrantes”, o uso dos dois-pontos sugere uma:
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