Questões de Português - Gramática - Sintaxe - Sujeito
Leia o texto a seguir para responder a questão.
Nobel da Paz premia jornalistas por trabalho pela liberdade de expressão
A honraria foi concedida à filipina Maria Ressa e ao russo Dmitry Muratov
O Prêmio Nobel da Paz de 2021 foi concedido nesta sexta- -feira, 8, aos jornalistas Maria Ressa e Dmitry Muratov. Segundo o comitê responsável, a dupla ganhou a honraria “por sua corajosa luta pela liberdade de expressão nas Filipinas e na Rússia”.
Maria Ressa, de 58 anos, é filipina e diretora executiva do Rappler, um veículo crítico ao presidente Rodrigo Duterte. Já o russo Dmitry Muratov, de 59 anos, lidera o jornal independente Novaya Gazeta. Os dois vão dividir o prêmio de 10 milhões de coroas suecas (cerca de 6,3 milhões de reais).
“O jornalismo livre, independente e baseado em fatos atua na proteção contra abuso de poder, mentiras e propaganda de guerra”, disse Berit Reiss-Andersen, presidente do Comitê Norueguês do Nobel, ao anunciar o prêmio em Oslo. “Sem liberdade de expressão e de imprensa será difícil promover com sucesso a fraternidade entre as nações, o desarmamento e uma ordem mundial melhor”.
Ressa é a primeira filipina a receber um Nobel individualmente. Em 2021, ela também recebeu o Prêmio Mundial de Liberdade de Expressão da Unesco.
O Comitê afirmou que a Novaya Gazeta é “o jornal mais independente da Rússia, hoje, com uma atitude fundamentalmente crítica em relação ao poder”. Desde sua criação, em 1993, o meio de comunicação publicou artigos críticos sobre temas como corrupção, violência policial, prisões ilegais e fraudes eleitorais. Pelo seu trabalho, seis repórteres do jornal foram mortos, mas apesar dos assassinatos e ameaças, o editor- -chefe Muratov recusou-se a abandonar sua política independente.
“O jornalismo baseado em fatos e a integridade profissional do jornal o tornaram uma importante fonte de informação sobre aspectos censuráveis da sociedade russa raramente mencionados por outros meios de comunicação”, disse o prêmio sobre o veículo comandado por Muratov.
O governo do russo Vladimir Putin se pronunciou após o anúncio do prêmio, mas preferiu ignorar as críticas às suas práticas. O porta-voz de Moscou, Dmitri Peskov, afirmou que Muratov trabalha consistentemente de acordo com seus próprios ideais e que o jornalista é “corajoso e talentoso”.
https://veja.abril.com.br/mundo,11/10/ 2021.
Analise os trechos a seguir, verificando os tipos de sujeitos presentes.
I. O governo do russo Vladimir Putin se pronunciou após o anúncio do prêmio.
II. O jornalismo livre, independente e baseado em fatos atua na proteção contra abuso de poder, mentiras e propaganda de guerra.
III. Ressa e Rappler também documentaram como as redes sociais estão sendo usadas para espalhar notícias falsas, assediar adversários e manipular o discurso público.
IV. O meio de comunicação publicou artigos críticos sobre temas como corrupção, violência policial, prisões ilegais e fraudes eleitorais.
Assinale a alternativa que possui a classificação correta dos sujeitos, de cima para baixo.
Texto para responder a questão.
Grupos teatrais da Amazônia resgatam histórias dos povos da floresta
Autora: Juliana Domingos de Lima, da Ecoa (fragmento)
Quando um grupo de teatro terminou sua apresentação em uma comunidade de indígenas huni kuin, povo que habita o Acre e o sul do Amazonas, o que se ouviu não foram as tradicionais palmas, mas gritos de saudação. O público soou um alegre “ííííí”, se levantou, deu os braços e dançou. Assim como os atores, maquiados e trajados em um figurino especial, eles também haviam se pintado e se vestido para compartilhar daquele momento.
O “teatro de floresta”, aquele que é feito na floresta ou que encena histórias dos povos da floresta, desafia as convenções do teatro ocidental tradicional e se aproxima da premissa do teatro de rua ao incorporar os sons, cheiros, intervenções de animais e outros seres da floresta.
“O teatro de floresta é vivo, porque a floresta é viva. Como a floresta, ele está em constante transformação”, disse a artista acreana Dani Mirini, que estuda o tema em seu mestrado na Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro). “Pra mim, ele é esse teatro formado já há um tempão aqui, quando chega a hora da noite e o seringueiro ou o ribeirinho que não têm uma televisão vão se reunir ao redor da fogueira e contar histórias de como foi a caça, como foi a pesca, como foi a agricultura, de como era há um tempo atrás, como eles chegaram ali”.
O grupo que se apresentou para os huni kuins, chamado Vivarte, já vem de uma caminhada de mais de 20 anos. Em 1998, Maria Rita Costa da Silva, mãe de Mirini, era professora de história e artes na escola Zuleide Pereira, na zona rural de Rio Branco, capital acreana. A maioria de seus alunos eram filhos de seringueiros. Percebendo que muitos tinham vergonha dessa origem, a professora resolveu criar uma peça de teatro com as histórias contadas pelos pais e avós dos estudantes. [...].
https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias, 04/10/2021.
Analise as afirmações a seguir, a partir do texto e de conhecimentos pessoais prévios.
I. A atuação do teatro de floresta demonstra que a arte pode ser representada e executada de diversas formas e em lugares inusitados. E ratifica que o senso estético é intrínseco a todo ser humano.
II. No período “A maioria de seus alunos eram filhos de seringueiros” o autor faz concordância do verbo com o objeto indireto a fim de revelar o público-alvo do teatro.
III. No trecho “O teatro de floresta é vivo, porque a floresta é viva. Como a floresta, ele está em constante transformação”, disse a artista acreana Dani Mirini”, o pronome grifado é elemento coesivo e retoma a expressão “teatro de floresta”.
IV. O teatro de floresta tem contribuído para os filhos de seringueiros reconhecerem e valorizarem sua identidade cultural marcada por experiências junto à natureza.
V. No excerto “Assim como os atores, maquiados e trajados em um figurino especial, eles também haviam se pintado e se vestido para compartilhar daquele momento”, o período sublinhado apresenta sujeito tipo composto.
É correto o que se afirma em:
Após a leitura atenta do texto apresentado a seguir, responda à questão proposta.
Sobre a importância da ciência
Parece paradoxal que, no início deste milênio, durante o que chamamos com orgulho de “era da ciência”, tantos ainda acreditem em profecias de fim de mundo. Quem não se lembra do bug do milênio ou da enxurrada de absurdos ditos todos os dias sobre a previsão maia de fim de mundo no ano 2012?
Existe um cinismo cada vez maior com relação à ciência, um senso de que fomos traídos, de que promessas não foram cumpridas. Afinal, lutamos para curar doenças apenas para descobrir outras novas. Criamos tecnologias que pretendem simplificar nossas vidas, mas passamos cada vez mais tempo no trabalho. Pior ainda: tem sempre tanta coisa nova e tentadora no mercado que fica impossível acompanhar o passo da tecnologia.
Os mais jovens se comunicam de modo quase que incompreensível aos mais velhos, com Facebook, Twitter e textos em celulares. Podemos ir à Lua, mas a maior parte da população continua mal nutrida.
Consumimos o planeta com um apetite insaciável, criando uma devastação ecológica sem precedentes. Isso tudo graças à ciência? Ao menos, é assim que pensam os descontentes, mas não é nada disso.
Primeiro, a ciência não promete a redenção humana. Ela simplesmente se ocupa de compreender como funciona a natureza, ela é um corpo de conhecimento sobre o Universo e seus habitantes, vivos ou não, acumulado através de um processo constante de refinamento e testes conhecido como método científico.
A prática da ciência provê um modo de interagir com o mundo, expondo a essência criativa da natureza. Disso, aprendemos que a natureza é transformação, que a vida e a morte são parte de uma cadeia de criação e destruição perpetuada por todo o cosmo, dos átomos às estrelas e à vida. Nossa existência é parte desta transformação constante da matéria, onde todo elo é igualmente importante, do que é criado ao que é destruído.
A ciência pode não oferecer a salvação eterna, mas oferece a possibilidade de vivermos livres do medo irracional do desconhecido. Ao dar ao indivíduo a autonomia de pensar por si mesmo, ela oferece a liberdade da escolha informada. Ao transformar mistério em desafio, a ciência adiciona uma nova dimensão à vida, abrindo a porta para um novo tipo de espiritualidade, livre do dogmatismo das religiões organizadas.
A ciência não diz o que devemos fazer com o conhecimento que acumulamos. Essa decisão é nossa, em geral tomada pelos políticos que elegemos, ao menos numa sociedade democrática. A culpa dos usos mais nefastos da ciência deve ser dividida por toda a sociedade. Inclusive, mas não exclusivamente, pelos cientistas. Afinal, devemos culpar o inventor da pólvora pelas mortes por tiros e explosivos ao longo da história? Ou o inventor do microscópio pelas armas biológicas?
A ciência não contrariou nossas expectativas. Imagine um mundo sem antibióticos, TVs, aviões, carros. As pessoas vivendo no mato, sem os confortos tecnológicos modernos, caçando para comer. Quantos optariam por isso?
A culpa do que fazemos com o planeta é nossa, não da ciência. Apenas uma sociedade versada na ciência pode escolher o seu destino responsavelmente. Nosso futuro depende disso.
Marcelo Gleiser é professor de física teórica no Dartmouth College (EUA).
Fonte: www.ufrgs.br /blogdabc/sobre-importancia-da-ciencia/ (postado em 18/10/2010). Acesso em 5 de abril de 2020.
Assinale a alternativa que apresenta o núcleo do sujeito do seguinte período: “Apenas uma sociedade versada na ciência pode escolher o seu destino responsavelmente”.
A peste bubônica era transmitida essencialmente pelos parasitas, principalmente as pulgas dos ratos. Era uma doença contra a qual os organismos europeus não tinham defesas. Veio da Ásia pela rota da seda. Foi da Crimeia, onde entrepostos genoveses estavam instalados, que um ou mais navios trouxeram o germe da peste para o Mediterrâneo, e o sul da Itália foi atingido no início de 1347. A seguir, a doença introduziu-se em Avignon, por Marselha. Ora, Avignon, em 1348, era a nova Roma. De Avignon, a doença espalhou-se, de uma maneira fulminante, por quase toda parte. Temos a impressão de que, durante o verão de 1348, entre os meses de junho e setembro, um terço da população europeia sucumbiu. Imagine, atualmente, a região parisiense: doze milhões de habitantes; um terço, ou seja, quatro milhões de mortos em três meses! Não se sabia mais onde colocá-los. Um dos problemas era enterrá-los. Não havia mais madeira para fazer caixões.
Georges Duby. Ano 1000, ano 2000. São Paulo: Editora da Unesp, 1998, p. 81-88 (com adaptações).
Considerando o texto e a imagem apresentados e os múltiplos aspectos que eles suscitam, julgue o item que se segue.
No texto, o sujeito elíptico das formas verbais “Era” (segundo período) e “Veio” (terceiro período) e o emprego da palavra “doença”, em “a doença introduziu-se em Avignon” (quarto período), constituem mecanismos de coesão textual que remetem à “peste bubônica” (primeiro período).
TEXTO
É proibido achar
Chego em casa à noite, exausto. A mesa vazia. Nada sobre o fogão. Nem no forno. Nem na
geladeira. Não há jantar. Pior! Os ovos, sempre providenciais, acabaram. Sou forçado a me contentar
com um copo de leite e bolachas. No dia seguinte, revolto-me diante da empregada.
— Passei fome!
[5] — Ih! Achei que o senhor não vinha jantar!
Solto faíscas que nem um fio desencapado ao ouvir o verbo “achar” em qualquer conjugação.
É um perigo achar. Não no sentido de expressar uma opinião, mas de supor alguma coisa. Tenho
trauma, é verdade! Tudo começou aos 9 anos de idade. Durante a aula, fui até a professora e pedi:
— Posso ir ao banheiro?
[10] Ela não permitiu. Agoniado, voltei à carteira. Cruzei as pernas. Cruzei de novo. Torci os pés.
Impossível escrever ou ouvir a lição. Senti algo morno escorrendo pelas pernas. Fiz xixi nas calças!
Alguém gritou:
— Olha, ele fez xixi!
Dali a pouco toda a classe ria. E a professora, surpresa:
[15] — Ih… eu achei que você pediu para sair por malandragem!
Vítima infantil, tomei horror ao “achismo”. Aprendi: sempre que alguém “acha” alguma coisa,
“acha” errado. Meu assistente, Felippe, é mestre no assunto.
— Não botei gasolina no carro porque achei que ia dar! — explica, enquanto faço sinais na
estrada tentando carona até algum posto.
[20] Inocente não sou. Traumatizado ou não, também já achei mais do que devia. Quase peguei
pneumonia na Itália por supor que o clima estaria ameno e não levei roupa de inverno. Palmilhei
mercadinhos de cidades desconhecidas por imaginar que hotéis ofereceriam pasta de dente. Deixei de
ver filmes e peças por não comprar ingressos com antecedência ao pensar que estariam vazios. Fiquei
encharcado ao apostar que não choveria, apesar das previsões do tempo. Viajei quilômetros faminto
[25] por ter certeza de que haveria um bar ou restaurante aberto à noite em uma estrada desconhecida.
Há algum tempo vi um livro muito interessante em um antiquário. Queria comprá-lo. Como ia
passar por outras lojas, resolvi deixar para depois.
— Ninguém vai comprar esse livro justo agora! — disse a mim mesmo.
Quando voltei, fora vendido. Exemplar único.
[30] — O senhor podia ter reservado — disse o antiquário.
— É, mas eu achei…
Mas eu me esforço para não achar coisa alguma. Quem trabalha comigo não pode mais achar.
Tem de saber. Mesmo assim, vivo enfrentando surpresas. Nas relações pessoais é um inferno: encontro
pessoas que mal falavam comigo porque achavam que eu não gostava delas. Já eu não me aproximava
[35] por achar que não gostavam de mim! Acompanhei uma história melancólica.
Dois colegas de classe se encontraram trinta anos depois. Ambos com vida amorosa péssima,
casamento desfeito. Com a sinceridade que só a passagem do tempo permite, ele desabafou:
— Eu era apaixonado por você naquela época. Mas nunca me abri. Achei que você não ia querer
nada comigo. Ela suspirou, arrasada.
[40] — Eu achava você o máximo! Como nunca se aproximou, pensei que não tinha atração por
mim!
Os dois se encararam arrasados. E se tivessem namorado? Talvez a vida deles fosse diferente!
É óbvio, poderiam tentar a partir de agora. Mas o que fazer com os trinta anos passados, a bagagem de
cada um?
[45] Quando alguém me diz:
— Eu acho que…
Respondo:
— Não ache, ninguém perdeu nada.
Adianta? Coisa nenhuma! Vivo me dando mal porque alguém achou errado! Sempre que posso,
[50] insisto:
— Se não sabe, pergunte! É o lema que adotei: melhor que achar, sempre é verificar!
CARRASCO, Walcyr. Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/cidades/cronica-proibido-achar/. Acesso em: 07 set. 2019.
Assinale a sequência que identifica CORRETAMENTE as funções dos termos destacados:
I. Chego em casa à noite, exausto.
II. Olha, ele fez xixi!
III. “... tomei horror ao ‘achismo’”
IV. “... haveria um restaurante aberto à noite...”
V. “Acompanhei uma história melancólica”
VI. “Eu achava você o máximo!”
Leia e responda.
1 – Com a eloquência de sua oratória, fez o nobre deputado defesa da Reforma da Previdência.
2 – Não se dorme bem com o calor insuportável em uma grande metrópole durante o verão tropical brasileiro.
3 – Tempestade forte, transbordamento de rios e deslizamento de encostas castigaram a cidade do Rio de Janeiro em 2019.
Tem-se, respectivamente,
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