Questões de Literatura - Literatura brasileira - Escolas Literárias - Modernismo
De tudo isso, eis o saldo positivo: os simbolistas trouxeram à linguagem poética nacional maior flexibilidade, matizes mais variados, fluidez; possibilitaram-lhe fixar o imponderável, sensações profundas, novas ideias. E abriram caminhos. Mas em meados de 1910 convivem com os parnasianos, ambos desgastados e vazios, numa fase de transição para algo novo, que em breve irá explodir violentamente.
Fonte: (PROENÇA FILHO, Domício. Estilos de época na literatura. São Paulo: Atica, 2001, p. 280. Grifo nosso)
A expressão "algo novo", em destaque no texto, refere-se à emergência do
A partir da leitura do texto, responda a questão.
TEXT
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
ANDRADE, Oswald. Obras completas, Volumes 6-7. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972.
A respeito do poema de Oswald de Andrade, enquanto representante de uma estética literária, podemos afirmar CORRETAMENTE que:
É característica comum ao Modernismo e ao Romantismo no Brasil a
Texto
Da solidão
Há muitas pessoas que sofrem do mal da solidão.
Basta que em redor delas se arme o silêncio, que não se
manifeste aos seus olhos nenhuma presença humana, para
que delas se apodere imensa angústia: como se o peso do
[5] céu desabasse sobre sua cabeça, como se dos horizontes
se levantasse o anúncio do fim do mundo.
No entanto, haverá na terra verdadeira solidão?
Não estamos todos cercados por inúmeros objetos, por
infinitas formas da Natureza e o nosso mundo particular
[10] não está cheio de lembranças, de sonhos, de raciocínios,
de ideias, que impedem uma total solidão?
Tudo é vivo e tudo fala, em redor de nós, embora
com vida e voz que não são humanas, mas que podemos
aprender a escutar, porque muitas vezes essa linguagem
[15] secreta ajuda a esclarecer o nosso próprio mistério. Como
aquele Sultão Mamude, que entendia a fala dos pássaros,
podemos aplicar toda a nossa sensibilidade a esse
aparente vazio de solidão: e pouco a pouco nos sentiremos
enriquecidos.
[20] Pintores e fotógrafos andam em volta dos objetos
à procura de ângulos, jogos de luz, eloquência de formas,
para revelarem aquilo que lhes parece não só o mais
estático dos seus aspectos, mas também o mais
comunicável, o mais rico de sugestões, o mais capaz de
[25] transmitir aquilo que excede os limites físicos desses
objetos, constituindo, de certo modo, seu espírito e sua
alma.
Façamo-nos também desse modo videntes:
olhemos devagar para a cor das paredes, o desenho das
[30] cadeiras, a transparência das vidraças, os dóceis panos
tecidos sem maiores pretensões. Não procuremos neles a
beleza que arrebata logo o olhar, o equilíbrio de linhas, a
graça das proporções: muitas vezes seu aspecto – como o
das criaturas humanas – é inábil e desajeitado. Mas não é
[35] isso que procuramos, apenas: é o seu sentido íntimo que
tentamos discernir. Amemos nessas humildes coisas a
carga de experiências que representam, e a repercussão,
nelas sensível, de tanto trabalho humano, por infindáveis
séculos.
[40] Amemos o que sentimos de nós mesmos, nessas
variadas coisas, já que, por egoístas que somos, não
sabemos amar senão aquilo em que nos encontramos.
Amemos o antigo encantamento dos nossos olhos infantis,
quando começavam a descobrir o mundo: as nervuras das
[45] madeiras, com seus caminhos de bosques e ondas e
horizontes; o desenho dos azulejos; o esmalte das louças;
os tranquilos, metódicos telhados... Amemos o rumor da
água que corre, os sons das máquinas, a inquieta voz dos
animais, que desejaríamos traduzir.
[50] Tudo palpita em redor de nós, e é como um dever
de amor aplicarmos o ouvido, a vista, o coração a essa
infinidade de formas naturais ou artificiais que encerram
seu segredo, suas memórias, suas silenciosas experiências.
A rosa que se despede de si mesma, o espelho onde pousa
[55] o nosso rosto, a fronha por onde se desenham os sonhos
de quem dorme, tudo, tudo é um mundo com passado,
presente, futuro, pelo qual transitamos atentos ou
distraídos. Mundo delicado, que não se impõe com
violência: que aceita a nossa frivolidade ou o nosso
[60] respeito; que espera que o descubramos, sem anunciar
nem pretender prevalecer; que pode ficar para sempre
ignorado, sem que por isso deixe de existir; que não faz da
sua presença um anúncio exigente " Estou aqui! estou
aqui! ". Mas, concentrado em sua essência, só se revela
[65] quando os nossos sentidos estão aptos para descobrirem.
E que em silêncio nos oferece sua múltipla companhia,
generosa e invisível.
Oh! se vos queixais de solidão humana, prestai
atenção, em redor de vós, a essa prestigiosa presença, a
[70] essa copiosa linguagem que de tudo transborda, e que
conversará convosco interminavelmente.
MEIRELES, Cecília. Da solidão. In: MEIRELES, Cecília. Janela Mágica. São Paulo: Global, 2016, pp. 71-74.
No texto, o eu lírico demonstra sentir-se
A Semana de Arte Moderna de 1922, considerada como um marco do modernismo brasileiro, foi um momento com grande relevância à história da arte no Brasil devido ao interesse em romper com a tradição nas artes e à busca por uma nova estética na arte nacional. No contexto das artes plásticas, a artista ________________ não esteve presente no evento, pois vivia em Paris; todavia, ao retornar ao Brasil, tornou-se uma das artistas mais importantes do movimento. Juntamente com ________________, foi responsável pelo lançamento do Movimento Pau-Brasil e do Manifesto Antropofágico. A obra apresentada a seguir intitulada ________________, de 1928, é um dos trabalhos que representam essa fase da artista, que foi marcada pelo uso de cores fortes e elementos visuais presentes em sonhos e em seu imaginário.
Fonte: Disponível em: http://www.(...).com.br/porfolios/(...)-1928-1930/. Acesso em: 24 jun. 2023.
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas.
Leia o fragmento do texto “O Modernismo e o Brasil depois de 30”, extraído da obra História concisa da literatura brasileira, de Alfredo Bosi:
O termo contemporâneo é, por natureza, elástico e costuma trair a geração de quem o emprega. Por isso, é boa praxe dos historiadoresjustificar as datas com que balizam o tempo, frisando a importância dos eventos que a elas se acham ligados. 1922, por exemplo, presta-se muito bem à periodização literária: a Semana foi um acontecimento e uma declaração de fé na arte moderna. Já o ano de 1930 evoca menossignificadosliterários prementes por causa do relevo social assumido pela Revolução de Outubro. Mas, tendo esse movimento nascido das contradições da República Velha que ele pretendia superar, e, em parte, superou; e tendo suscitado em todo o Brasil uma corrente de esperanças, oposições, programas e desenganos, vincou fundo a nossa literatura lançando-a a um estado adulto e moderno perto do qual as palavras de ordem de 1922 parecem fogachos de adolescente.
(BOSI, Alfredo. O Modernismo e o Brasil depois de 30. In: ______. História concisa da literatura brasileira. 52. ed. São Paulo: Cultrix, 2017. p. 409. Grifos na fonte. Adaptado.)
A respeito do Modernismo brasileiro, analise as afirmativas a seguir:
I - Busca empenhada pela construção de uma identidade nacional que se caracteriza como traço marcante da 1a Fase do Modernismo.
II - O Modernismo no Brasil surgiu no século XX e, conforme as particularidades dos momentos internos do movimento, está dividido em três fases principais.
III - A 3ª fase modernista é a mais radical de todas, caracterizada pelo abandono de qualquer forma de convenção, e empenhada no processo de renovação.
IV - Na prosa, a Geração de 1930 escolhe como cerne de seus temas o desnudamento da realidade da sociedade brasileira coetânea, apontando para os problemas decorrentes das desigualdades sociais.
Em relação às proposições analisadas, assinale a única alternativa cujos itens estão todos corretos:
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