FMP 2013
60 Questões
Texto I
As periferias das cidades brasileiras parecem
umas com as outras: casas sem reboco, grades de
segurança, fios elétricos emaranhados, vira-latas
e criançada na rua. Há 13 anos faço programas de
saúde para a televisão. Procuro gravá-los nos bairros
mais distantes, por uma razão óbvia: lá vivem os que
mais precisam de informações médicas.
Esta semana, como parte de uma série sobre primeiros
socorros, gravamos a história de um menino
de 2 anos que abriu sozinho a porta do forno, subiu
nela e puxou do fogo o cabo de uma panela cheia de
água fervente. A queimadura foi grave, passou duas
semanas internado no hospital do Tatuapé, em São
Paulo. Situada na periferia de Itaquera, a casa ocupava
a parte superior de uma construção de dois andares.
Subi por uma escada metálica inclinada com
degraus tão estreitos que precisei fazê-lo com os pés
virados de lado. [...]
VARELLA, Drauzio. Carta Capital. Ano XVII, n. 692. 11 abr. 2012, p. 49. Adaptado.
O Texto I apresenta a visão do médico Drauzio Varella acerca da relação existente entre saúde e condições econômicas.
Segundo ele,
Texto I
As periferias das cidades brasileiras parecem
umas com as outras: casas sem reboco, grades de
segurança, fios elétricos emaranhados, vira-latas
e criançada na rua. Há 13 anos faço programas de
saúde para a televisão. Procuro gravá-los nos bairros
mais distantes, por uma razão óbvia: lá vivem os que
mais precisam de informações médicas.
Esta semana, como parte de uma série sobre primeiros
socorros, gravamos a história de um menino
de 2 anos que abriu sozinho a porta do forno, subiu
nela e puxou do fogo o cabo de uma panela cheia de
água fervente. A queimadura foi grave, passou duas
semanas internado no hospital do Tatuapé, em São
Paulo. Situada na periferia de Itaquera, a casa ocupava
a parte superior de uma construção de dois andares.
Subi por uma escada metálica inclinada com
degraus tão estreitos que precisei fazê-lo com os pés
virados de lado. [...]
VARELLA, Drauzio. Carta Capital. Ano XVII, n. 692. 11 abr. 2012, p. 49. Adaptado.
“Há 13 anos faço programas de saúde para a televisão” (L. 4-5).
Nesse trecho do Texto I, a palavra destacada poderia ser substituída, sem prejuízo de sentido, pelo seguinte sinônimo:
Texto II
Muitos de nós sentimos um leve incômodo quando
deparamos com um sapato virado de cabeça para
baixo. É muito comum pensarmos na possibilidade
de que algo ruim pode acontecer com alguém da nossa
família. Embora achemos ridículo e deixemos o
sapato virado do mesmo jeito, o próximo pensamento
que pode nos assaltar é o de culpa, uma vez que não
demos a devida importância que tal pessoa merece.
Afinal, estamos valorizando mais o raciocínio lógico
do que o significado de um simples calçado de sola
para o ar. Por fim, com um resignado “tá bom, não
custa nada”, acabamos desvirando o sapato e explicamos
para nós mesmos, a título de consolo, que
isso não passa de “desencargo de consciência.” [...]
SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Mentes e manias: TOC: transtorno obsessivo-compulsivo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011, p. 23. Adaptado.
No Texto II, em “acabamos desvirando o sapato” (L. 12), a função sintática da expressão em negrito é a mesma da expressão destacada em
Texto II
Muitos de nós sentimos um leve incômodo quando
deparamos com um sapato virado de cabeça para
baixo. É muito comum pensarmos na possibilidade
de que algo ruim pode acontecer com alguém da nossa
família. Embora achemos ridículo e deixemos o
sapato virado do mesmo jeito, o próximo pensamento
que pode nos assaltar é o de culpa, uma vez que não
demos a devida importância que tal pessoa merece.
Afinal, estamos valorizando mais o raciocínio lógico
do que o significado de um simples calçado de sola
para o ar. Por fim, com um resignado “tá bom, não
custa nada”, acabamos desvirando o sapato e explicamos
para nós mesmos, a título de consolo, que
isso não passa de “desencargo de consciência.” [...]
SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Mentes e manias: TOC: transtorno obsessivo-compulsivo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011, p. 23. Adaptado.
A relação de sentido que se estabelece entre calçado e sapato é a mesma que se verifica no par
Texto III
As comemorações do centenário de nascimento do escritor baiano Jorge Amado extrapolam as páginas dos livros. Além de novas edições de sua obra, adaptações para o cinema, a TV e o teatro, exposições e shows estão programados para celebrar o homem capaz de transitar com naturalidade pelos salões da Academia Brasileira de Letras e pelos terreiros de candomblé de sua terra natal. [...]
O Globo, Prosa & Verso, 14 abr. 2012, p. 1. Adaptado.
A respeito de Jorge Amado, considere as afirmações a seguir.
I - Jorge Amado é um dos mais signifi cativos representantes da chamada Segunda Geração Modernista, iniciada em 1930.
II - Jorge Amado, ao lado de Graciliano Ramos, José Lins do Rego e Rachel de Queiroz, produziu obras fi ccionais de temática regionalista nordestina.
III - Em sua literatura, Jorge Amado frequentemente retratou o pobre, o excluído e o marginalizado, como, por exemplo, no romance Capitães da Areia
Está correto o que se afirma em
Texto IV
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
ANDRADE, Oswald de. Obras completas: poesias reunidas. 5. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978. p. 125.
Considere as afirmações a seguir concernentes ao Texto IV.
I - O Texto IV é um poema parnasiano, pois, como se percebe, o poeta não utiliza o recurso da rima.
II - O Texto IV realça diferenças existentes entre a língua ensinada na escola e aquela efetivamente utilizada pelos brasileiros no cotidiano.
III - O Texto IV exalta a miscigenação observada na sociedade brasileira.
Está correto APENAS o que se afirma em