INSPER 2016/1 Análise Verbal e de Comunicação Escrita
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Texto para a questão
Estranhos sinais
A internet estimulou a escrita como nunca na história, mas há quem duvide até que ponto os internautas, premidos pela experiência digital, mesmo quando têm familiaridade com a escrita, de fato captam as sutilezas do que leem. Não por acaso, renasce a tendência tipográfica de criação de sinais de pontuação alternativos, projetados para escancarar a intenção do redator e poupar leitores do esforço desmesurado de interpretação impedindo que deixem passar alguma conotação relevante camuflada na platitude das palavras.
Mesmo autores de gênio, como Luis Fernando Veríssimo, passam cada vez mais pelo constrangimento de explicar a leitores incautos a ironia de seus textos.
Assombrado com a repercussão de uma crônica, Veríssimo escreveu em O Globo (15/10/2002): "Peço desculpa a quem não entendeu a intenção da coluna. (...) Talvez tenha faltado o aviso: Atenção: ironia. De qualquer jeito, culpa minha." (...)
Segundo o excerto, os sinais de pontuação alternativos
Texto para a questão
Estranhos sinais
A internet estimulou a escrita como nunca na história, mas há quem duvide até que ponto os internautas, premidos pela experiência digital, mesmo quando têm familiaridade com a escrita, de fato captam as sutilezas do que leem. Não por acaso, renasce a tendência tipográfica de criação de sinais de pontuação alternativos, projetados para escancarar a intenção do redator e poupar leitores do esforço desmesurado de interpretação impedindo que deixem passar alguma conotação relevante camuflada na platitude das palavras.
Mesmo autores de gênio, como Luis Fernando Veríssimo, passam cada vez mais pelo constrangimento de explicar a leitores incautos a ironia de seus textos.
Assombrado com a repercussão de uma crônica, Veríssimo escreveu em O Globo (15/10/2002): "Peço desculpa a quem não entendeu a intenção da coluna. (...) Talvez tenha faltado o aviso: Atenção: ironia. De qualquer jeito, culpa minha." (...)
Na passagem “... passam cada vez mais pelo constrangimento de explicar a leitores incautos”, a palavra em negrito pode ser substituída, sem prejuízo para o sentido do texto, por
Nessa charge, o recurso utilizado para produzir humor é a
O Rock in Rio é uma mistura de parque de diversões com shopping a céu aberto. Para muitos, a música importa menos que a balada – com exceção dos fãs de metal e rock mais pesado, sempre obsessivos.
O festival já entrou para o calendário turístico da cidade e atrai dezenas de milhares de turistas de todo o mundo, que não se importam se estão vendo o Metallica ou o Elton John e esgotam os ingressos antes de anunciada a escalação completa de bandas. É o tal "evento manada", em que ninguém sabe se todo mundo vai porque é bom ou se é bom porque todo mundo vai.
Folha de S. Paulo, 28/09/2015
Ao analisar o sucesso do festival carioca, o autor emprega a expressão “evento manada”.
Para explicá‐la, ele adota uma estratégia discursiva que apresenta a estrutura do
Nada além
O amor bate à porta
e tudo é festa.
O amor bate a porta
e nada resta.
Cineas Santos. Disponível em: http://www.jornaldepoesia.jor.br/cin01.html. Acesso em 03/08/2015.
Em relação ao jogo de ideias presente no par “bate à porta” e “bate a porta” nos versos acima, é correto afirmar que o emprego do acento grave está associado a
Coitada da Norma, tão culta…
– E a Norma, hein?
– O que é que tem?
– Você não soube? Anda mal falada.
– A Norma? Depois de velha? Mas ela é tão culta!
– Pois é. E com aquela pose toda, a mania de ditar regrinhas de bom comportamento, de corrigir todo mundo…
– Mas o que foi que aconteceu?
– Ora, o que aconteceu é que caiu a máscara da madame, né? Descobriram finalmente como ela é autoritária, elitista
e preconceituosa. E pior, arbitrária, totalmente desconectada da realidade.
– Puxa, eu sempre achei a Norma tão correta…
– Correta demais, aí é que está. Era para desconfiar, acho que demorou. Parece que até aqueles amigos que ela se
orgulhava de ter no ministério andam virando a cara para ela.
– Ah, coitada. Eu sinto pena.
– Pois eu acho ótimo. Nunca fiquei à vontade na presença da dona, sabia? Muitas vezes aconteceu de eu ter alguma
coisa importante para falar e ficar com medo. Preferia nem abrir a boca.
– Isso é verdade, a Norma sempre foi difícil.
– Tá vendo? Nem você, que é meio puxa‐saco, está disposto a defender a megera!
– Estou sim, defendo sim. E você? Fica aí esculachando, mas até que está se expressando direitinho, do jeito que ela
gosta.
– Eu?
– Você.
– Ah, você não viu nada, meu amigo. A gente vamos barbarizar!
Disponível em: http://veja.abril.com.br/blog/sobre‐palavras/cronica/coitada‐da‐norma‐tao‐culta‐2/. Acesso em 03/09/2015
O diálogo mantido pelos personagens permite uma reflexão acerca das variedades linguísticas.
Considerando o contexto em que foi empregada, a passagem “A gente vamos barbarizar!” indica que