Questões de Português - Análise Gráfica
“A associação de sistemas múltiplos de subordinação tem sido descrita de vários modos: discriminação composta, cargas múltiplas ou como dupla ou tripla discriminação. A interseccionalidade é uma conceituação do problema que busca capturar as consequências estruturais e dinâmicas da interação entre dois ou mais eixos da subordinação. Ela trata especificamente da forma pela qual o racismo, o patriarcalismo, a opressão de classe e outros sistemas discriminatórios criam desigualdades básicas que estruturam as posições relativas de mulheres, raças, etnias, classes e outras”.
CRENSHAW, Kimberlé W. “Documento para o Encontro de Especialistas em Aspectos da Discriminação Racial Relativos ao Gênero”. Estudos Feministas, ano 10, nº 1/2002.
O texto da professora e jurista estadunidense Kimberlé Crenshaw define o conceito de interseccionalidade para o estudo das múltiplas discriminações.
A partir dessa definição, é possível dizer que os dados do Dieese sobre o mercado de trabalho brasileiro em 2021 indicam que
De acordo com o Censo Escolar 2021, havia no Brasil 7,8 milhões de estudantes no Ensino Médio. Tal realidade está expressa no gráfico abaixo.
De acordo com o gráfico, a maior parte dos estudantes brasileiros:
O gráfico a seguir mostra o aumento do número de pessoas vacinadas com a segunda dose da vacina contra o vírus SARSCoV-2 e o número de óbitos por Covid-19, em um determinado espaço de tempo.
Analisando os dados fornecidos pelo gráfico, é correto afirmar que
Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a distribuição da participação das despesas no total do rendimento das famílias é a seguinte:
Peso mensal das modalidades de despesa no consumo das famílias (%)
Considerando o contexto apresentado anteriormente e imaginando que uma família tenha rendimento mensal de R$ 4.200,00, é correto afirmar sobre o valor do gasto relativo aos itens “vestuário” e “comunicação” dessa família:
Texto
O que a cobertura do massacre em Suzano nos ensina (Adaptado).
Redação 03 abril 2019.
O Brasil acordou atordoado na manhã de 13 de março. Dois jovens entraram encapuzados e com armas na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano (SP), de onde eram ex-alunos. Dispararam contra estudantes e professores, mataram oito pessoas, deixaram muitos feridos e, em seguida, tiraram a própria vida. Jornais e emissoras de TV dirigiram-se para o local e realizaram uma cobertura em tempo real que ora exibia imagens do horror e o pânico dos familiares ora tentava produzir explicações simplistas para o que acabara de ocorrer. Mas a cobertura midiática do massacre de Suzano careceu de autocrítica.
No dia do crime na escola, o Jornal Nacional da TV Globo chegou a mostrar o endereço da casa dos familiares dos atiradores. Na Folha de S. Paulo (14/3), o colunista Nelson de Sá, destacou que é urgente no Brasil um debate sobre um tipo de cobertura mais responsável sobre crimes dessa natureza. É isso que vem sendo feito nos Estados Unidos, desde o Massacre de Columbine, em 1999. Lá, explica o jornalista, parece ter ficado claro que os protagonistas dessas tragédias não são os assassinos, mas suas vítimas.
O Estadão (13/3) tratou de fazer um comparativo com outros massacres, como o de Realengo (RJ), há oito anos, quando um jovem assassinou 12 crianças em uma escola e depois se suicidou, ou ainda o caso de um adolescente de 14 anos que matou a tiros dois colegas e feriu outros quatro em uma sala de aula do Colégio Goyases, em Goiânia (GO), em outubro de 2017.
Dois dias depois da tragédia de Suzano, um atirador matou 50 pessoas e feriu mais de 40 em duas mesquitas da Nova Zelândia (15/3). Após os ataques, a primeira-ministra Jacinda Ardern anunciou o endurecimento da legislação de armas no país e pediu aos cidadãos que se desfizessem de armamentos desnecessários.
No Brasil, [...] sobre o massacre de Suzano [...], a grande imprensa não deu muita atenção ao fato de os jovens atiradores de Suzano serem frequentadores de “chans”, fóruns na internet conhecidos por criarem conteúdos de ódio. Com a proteção do anonimato, esses guetos acabam por legitimar comportamentos extremistas, racistas, fascitas e homofóbicos. Nesses espaços, após o massacre de Suzano, muitos chegaram a comemorar o episódio. Nos sites de jornalismo independente, a ameaça desses fóruns que proliferam na deep web e na dark web (internet obscura, com servidores de rede alcançáveis apenas com softwares específicos) já vinha sendo abordada.
O site Jornalistas Livres contestou as explicações simplificadoras e tentou uma abordagem ampliada (15/3) em que afirma que a violência nas escolas não é apenas uma questão do noticiário policial, mas assunto para as editorias de educação, saúde e política. Na reportagem, intitulada “O massacre que a TV não mostrou”, a professora Angela Talassa chamou a atenção para o tamanho do problema: “Agora, neste momento, estamos com esse grande movimento de psicólogos, médicos, enfermeiros, assistentes sociais, funcionários da área de saúde da prefeitura prestando socorro aos familiares e à escola. Mas é preciso dizer que precisamos dessa atenção multidisciplinar antes de uma tragédia acontecer. Amanhã, quando os corpos esfriarem e os jornalistas desaparecerem, estaremos sozinhos como sempre?”
Disponível em: https://radis.ensp.fiocruz.br/index.php/revista/curtas/740-o-que-a-cobertura-do-massacre-em-suzano-nos-ensina. Acesso em7 abr. 2019.
Assinale a alternativa em que a função da(s) palavra(s) destacada(s) no trecho transcrito está corretamente explicitada entre colchetes.
Os dados a seguir integram o Mapa da Violência – Homicídio de Mulheres, um dos mais respeitados anuários de violência do País. As estatísticas foram reunidas com base no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, que registra os atendimentos na rede do SUS.
Com base na análise dos dados, conclui-se que