Questões de Geografia - Geral - Sociedade e População - Migrações
Sobre a questão de refugiados no Brasil e no mundo, analise as proposições.
I. Alguns dos motivos que levam uma pessoa a ser refugiada são: violação dos direitos humanos, catástrofes naturais, perseguições políticas, religiosas e∕ou étnicas.
II. 52% de todos os refugiados no mundo são provenientes de três países: Síria, Ucrânia e Afeganistão.
III. A Venezuela é o país que recebe mais refugiados no mundo e oferece acolhida aos estrangeiros com nova nacionalidade.
Com base nas afirmativas, assinale a alternativa CORRETA.
TEXTO I
Oriunda da Romênia, Genny Gleizer aportou no Brasil em 1932. Assim como milhares de judeus do Leste Europeu, sua vinda para o Brasil ocorreu em um momento de ascensão do antissemitismo na Europa que tornava precárias suas vidas. O Brasil se colocava como uma possibilidade na busca por condições de sobrevivência e desenvolvimento.
ANTÃO, A. C. C. B. Gênero, imigração e política: o caso da judia comunista Genny Gleizer no Governo Vargas (1932-1935). Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz, 2017 (adaptado).
TEXTO II
A presença judaica no Brasil foi criando aos poucos certas desconfianças que se refletiram em órgãos da imprensa e em círculos intelectuais e políticos. Em parte, essa imagem negativa adviria da onda nacionalista surgida no final dos anos 1910, que concebia imigrantes como concorrentes dos trabalhadores brasileiros, ou como seres improdutivos, exploradores da mão de obra e da riqueza autóctone. Além disso, as elites políticas da época acreditavam que os estrangeiros eram portadores das doutrinas anarquista e comunista, estranhas à “índole do povo brasileiro”. Esses “indesejáveis” seriam um mal externo que corromperia a nação.
MAIO, M. C.; CALAÇA, €. E. Um balanço da bibliografia sobre o antissemitismo no Brasil. In: GRINBERG, K. (Org.). Os judeus no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005 (adaptado).
Conforme descrito nos textos, o tratamento dispensado aos grupos mencionados se fundamentava em
A rejeição dos venezuelanos que emigraram em massa nos últimos anos cresce em toda a América Latina, em um contexto econômico sombrio e de pandemia do novo coronavírus. As saídas dos venezuelanos de seu país começaram após a eleição de Nicolás Maduro, após a morte de Hugo Chávez em 2013, e se intensificaram entre 2014 e 2015, com uma crise econômica que arruinou o poder de compra e fez com que mais de cinco milhões de venezuelanos abandonassem a Venezuela em busca de melhores condições de vida.
Internet: <www.correiobraziliense.com.br/mundo/2021/05/49247 47-odio-a-imigrantes- venezuelanos-se-espalha-pela-america-latina.html>. Acesso em: 8/2021 (com adaptações).
Considerando o assunto tratado no texto, assinale a opção correta, a respeito da migração na América Latina e de xenofobia.
"Com o avanço científico e tecnológico da Terceira Revolução Industrial, a articulação entre as cidades se estreitou de tal forma que hoje não existem mais lugares distantes. Elas estão conectadas não só pelos meios de transportes rápidos, mas, sobretudo pelo que a revolução da eletrônica permite, ou seja, fax, internet, telefonia, televisão a cabo etc., criando, em consequência, um meio técnico-científico-informacional que permite a unificação de regiões e espaços geográficos de forma sem precedentes na história".
ADAS, M. ADAS, S. Panorama Geográfico do Brasil: contradições, impasses e desafios socioespaciais. São Paulo: Moderna, 2006, p.219
Considerando a citação, pode-se concluir que as cidades se distribuem espacialmente formando rede urbana, pois:
A presença de uma corrente migratória, por si só, não explica a condição de vida dos migrantes. Esta será somente a aparência de um fenômeno mais profundo, estruturado em relações socioeconômicas, muitas vezes, perversas. Desde a década de 1990, o mundo tem acompanhado um endurecimento nas leis de imigração, principalmente nos países desenvolvidos, tendo, como consequências diretas dessas políticas migratórias, o aumento das migrações clandestinas e as solicitações de refúgio.
ROSS, Jurandyr L. (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2014. Adaptado.
Com base no texto e nos seus conhecimentos sobre os deslocamentos populacionais no mundo, é correto afirmar que um dos motivos para o aumento do número de refugiados na atualidade é:
Texto I
Nem aqui, nem lá: os efeitos da transnacionalidade sobre os migrantes*
Ao se mudar para um novo país, um imigrante enfrenta as dificuldades da distância de amigos e de familiares e, a curto prazo, sofre adversidades no processo de integração. Por mais que uma rede de contatos se forme aos poucos, com a distância, os obstáculos são enfrentados sozinhos, e enquanto o migrante estiver fora de seu país de origem, vai passar por uma situação comumente conhecida como “nem aqui, nem lá.”
Nem aqui, pois dificilmente o imigrante ficará 100% integrado, sempre levando consigo a cultura e os costumes do país de origem. E nem lá, pois, enquanto estiver afastado, estará distante de seu país de residência habitual, perdendo acontecimentos importantes e querendo estar próximo dos entes queridos. Assim é a vida de todos que escolhem ou que precisam continuar suas vidas longe de seus países de origem.
Quer seja um imigrante, quer seja um refugiado, os momentos difíceis são os mesmos no que diz respeito à cultura, aos entes queridos e aos momentos para se dividir. Estar com alguém do mesmo país ameniza as dificuldades, e com a tecnologia fica relativamente possível estar mais próximo, mas ainda assim, estar em outro país, longe dos costumes e da vida habitual, mexe com todos aqueles que emigram.
Como nação, as pessoas geralmente dividem um sentimento de identidade e de pertencimento, envolvendo uma consciência nacional. O Brasil, tendo sempre sido um país que acolheu e acolhe diversas nacionalidades, fez da heterogeneidade algo natural.
No entanto, para que essa identidade coletiva seja formada, geralmente há um conjunto de dialetos, de línguas, de religião nacional, de cidadania, de serviço militar, de sistema educacional, hinos e bandeiras que precisam ser usados como ferramentas para criar algo mais homogêneo. É preciso olhar para a sociedade que está recebendo e perceber suas características. Mas como os imigrantes podem perceber as mudanças que estão ocorrendo no processo migratório? É uma dinâmica que muitas vezes leva ao “nem aqui, nem lá”. Através da assimilação, os imigrantes aos poucos deixariam de lado sua cultura do país de origem e se tornariam parte do país que os recebeu. Com a integração, no entanto, ambas as culturas se acomodam: os recém-chegados se adaptam gradualmente, mas há também transformações no país que decide hospedar.
Desse modo, o “nem aqui, nem lá”, um efeito da transnacionalidade, é um processo simultâneo que mexe com os imigrantes nos países de destino e seu envolvimento com a sociedade local. O que pode minimizar esse choque são comunidades que promovam a incorporação desses imigrantes, para que haja esforços mútuos das nacionalidades envolvidas e essas saiam ganhando com um ambiente mais diverso e plural.
Ao mesmo tempo, a transnacionalidade permite que esses indivíduos mantenham identidades múltiplas, contatos e afiliações. Esse fenômeno tem efeitos positivos e negativos, tanto para aqueles que se mudam para outro país, como para os que ficam. Como impactos negativos, pode ser mencionado que geralmente pessoas transnacionais têm que lidar com um sentimento de não pertencimento, quando inicialmente é difícil se estabelecer em um lugar onde eles tentam fazer parecer como um lar. Além disso, alguns expatriados podem viver numa “bolha nacional” fora de seu país de origem, não dispostos a integrar, nem de aprender a língua ou fazer alguns esforços para se adaptar à nova cultura. Como pontos positivos, os transnacionais têm a possibilidade de enviar remessas e de dividir conhecimentos e experiências culturais com os que ficaram para trás.
Migrantes transnacionais têm que lidar com desafios diferentes quando se movem. Embora pudesse ser dito que seja mais fácil migrar agora por conta da tecnologia e lugares mais heterogêneos, ainda é difícil passar por um processo de integração, algo que depende dos esforços dos imigrantes, pois a integração é uma via de mão dupla, que pode ser amenizada quando a população local é mais aberta ao diverso e ao acolhimento.
*Migrante: o que muda de lugar, de região ou de país. (DICIONÁRIO ON LINE). Disponível em: www.dicio.com.br/migrante/. Acesso em: 30 jan. 2020 (adaptado).
Texto II
Depoimentos de migrantes que atualmente residem no Estado do Tocantins
Considerando o texto I, que aborda a migração de pessoas entre países, e o texto II, que apresenta depoimentos de pessoas que migraram dentro do Brasil, assinale a alternativa INCORRETA quanto aos desafios enfrentados por aqueles que migram.
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