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No país da biodiversidade, faltam recursos para gerir os nossos parques
Quem já visitou algum parque brasileiro certamente se surpreendeu com tamanha exuberância cênica desses
locais. Não por acaso, nossos parques conservam uma rica biodiversidade − uma das maiores do mundo − cuja
excepcionalidade projetou algumas dessas áreas ao patamar de patrimônio natural da humanidade. Enquanto a
natureza nos dá motivos de sobra para enaltecer nossos parques, a realidade de escassez e limitação de recursos
[5] para a gestão e manutenção dessas áreas tem comprometido grande parte do seu potencial gerador de
desenvolvimento, saúde e bem-estar − para não mencionar a vulnerabilidade a que sua fauna e flora ficam
expostas.
Esse retrato de limitações foi capturado na edição recém-lançada da pesquisa Diagnóstico de Uso Público em
Parques Brasileiros: A Perspectiva da Gestão, produzida pelo Instituto Semeia junto a equipes gestoras de 370
[10] parques de todas as regiões, biomas e níveis governamentais do país. O sinal de alerta dessa escassez foi
declarado por 67% dos respondentes, que afirmaram não contar com subsídios − humanos e financeiros −
necessários para a realização de suas atividades no parque.
Ainda de acordo com a pesquisa, grande parte (49%) das equipes que administram essas áreas conta somente
com até 10 funcionários, ao passo que 9% possuem apenas um colaborador. Na prática, isso quer dizer que, no
[15] caso dos parques nacionais, há um único responsável, em média, por quase 11 mil hectares − o que equivale a
cerca de 11 mil campos de futebol. Já na esfera estadual, seria um funcionário para, aproximadamente, 2 mil
hectares e, na municipal, um funcionário para 58 hectares.
Quando o assunto é a gestão financeira desses espaços, além da escassez de recursos, o cenário é também
de falta de informação: 40% dos respondentes declaram não ter acesso aos dados orçamentários das unidades
[20] em que atuam. Entre os que têm acesso a esses números, seja de forma parcial ou total, o valor médio do
orçamento em 2019 para os parques federais foi de R$ 790 mil, para os municipais, de R$ 800 mil, e os estaduais,
R$ 9,6 milhões.
Para se ter uma ideia, o National Park Service (órgão norte-americano responsável por 421 unidades
distribuídas em 34 milhões de hectares) teve em 2019 um orçamento de USD 2,4 bilhões. No mesmo ano, o
[25] orçamento do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) foi de USD 142,6 milhões (em
reais, 791 milhões), para administrar uma área cinco vezes maior (se considerarmos unidades de conservação
terrestres e marinhas).
Tudo isso se reflete nas condições de visitação e no uso público dos parques brasileiros. Mais da metade declara
não contar com infraestrutura básica para receber visitantes − como banheiros e estacionamento, por exemplo. E,
[30] entre as unidades que receberam visitantes em 2019 (79%), apenas 7% afirmam contar com uma estrutura que
garante plenamente as necessidades básicas de visitação, enquanto somente 11% consideram que a manutenção
das estruturas está em excelente estado.
Esses dados evidenciam uma triste contradição: se, por um lado, nossos parques possuem belezas naturais
únicas, equipes altamente qualificadas e experientes, além de um potencial turístico promissor, por outro, tudo isso
[35] se arrefece com a precariedade observada na implementação e manutenção das atividades de uso público na
maioria deles. Basta pensar que, em 2019, o Brasil foi listado pelo Fórum Econômico Mundial como 2º lugar em
recursos naturais, mas figura somente na 32ª colocação do ranking global de competitividade turística.
Alcançar um patamar condizente à altura do nosso capital natural é mais do que possível. Para isso, faz-se
necessário fortalecer os órgãos gestores dessas áreas e avançar numa agenda mais moderna, empreendedora e
[40] sustentável voltada à gestão desses espaços. E, nesse sentido, as parcerias e concessões podem ser uma
alternativa possível − já experimentadas em alguns parques brasileiros internacionalmente reconhecidos como
Igraçu e Chapada dos Veadeiros, por exemplo − para apoiar as equipes gestoras a potencializar a visitação, o
turismo e a conservação. Afinal de contas, quanto mais os brasileiros conhecerem o seu patrimônio natural, maior
será a conscientização sobre o valor e a necessidade de cuidar dessas áreas.
Disponível em: https://exame.com/blog/opiniao/no-pais-da-biodiversidade-faltam-recursos-para-gerir-os-nossos-parques/. Acesso em 02 de maio de 2021). Texto adaptado para esta prova.
No que se refere aos sentidos do texto, é incorreto o que se afirma em:
No país da biodiversidade, faltam recursos para gerir os nossos parques
Quem já visitou algum parque brasileiro certamente se surpreendeu com tamanha exuberância cênica desses
locais. Não por acaso, nossos parques conservam uma rica biodiversidade − uma das maiores do mundo − cuja
excepcionalidade projetou algumas dessas áreas ao patamar de patrimônio natural da humanidade. Enquanto a
natureza nos dá motivos de sobra para enaltecer nossos parques, a realidade de escassez e limitação de recursos
[5] para a gestão e manutenção dessas áreas tem comprometido grande parte do seu potencial gerador de
desenvolvimento, saúde e bem-estar − para não mencionar a vulnerabilidade a que sua fauna e flora ficam
expostas.
Esse retrato de limitações foi capturado na edição recém-lançada da pesquisa Diagnóstico de Uso Público em
Parques Brasileiros: A Perspectiva da Gestão, produzida pelo Instituto Semeia junto a equipes gestoras de 370
[10] parques de todas as regiões, biomas e níveis governamentais do país. O sinal de alerta dessa escassez foi
declarado por 67% dos respondentes, que afirmaram não contar com subsídios − humanos e financeiros −
necessários para a realização de suas atividades no parque.
Ainda de acordo com a pesquisa, grande parte (49%) das equipes que administram essas áreas conta somente
com até 10 funcionários, ao passo que 9% possuem apenas um colaborador. Na prática, isso quer dizer que, no
[15] caso dos parques nacionais, há um único responsável, em média, por quase 11 mil hectares − o que equivale a
cerca de 11 mil campos de futebol. Já na esfera estadual, seria um funcionário para, aproximadamente, 2 mil
hectares e, na municipal, um funcionário para 58 hectares.
Quando o assunto é a gestão financeira desses espaços, além da escassez de recursos, o cenário é também
de falta de informação: 40% dos respondentes declaram não ter acesso aos dados orçamentários das unidades
[20] em que atuam. Entre os que têm acesso a esses números, seja de forma parcial ou total, o valor médio do
orçamento em 2019 para os parques federais foi de R$ 790 mil, para os municipais, de R$ 800 mil, e os estaduais,
R$ 9,6 milhões.
Para se ter uma ideia, o National Park Service (órgão norte-americano responsável por 421 unidades
distribuídas em 34 milhões de hectares) teve em 2019 um orçamento de USD 2,4 bilhões. No mesmo ano, o
[25] orçamento do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) foi de USD 142,6 milhões (em
reais, 791 milhões), para administrar uma área cinco vezes maior (se considerarmos unidades de conservação
terrestres e marinhas).
Tudo isso se reflete nas condições de visitação e no uso público dos parques brasileiros. Mais da metade declara
não contar com infraestrutura básica para receber visitantes − como banheiros e estacionamento, por exemplo. E,
[30] entre as unidades que receberam visitantes em 2019 (79%), apenas 7% afirmam contar com uma estrutura que
garante plenamente as necessidades básicas de visitação, enquanto somente 11% consideram que a manutenção
das estruturas está em excelente estado.
Esses dados evidenciam uma triste contradição: se, por um lado, nossos parques possuem belezas naturais
únicas, equipes altamente qualificadas e experientes, além de um potencial turístico promissor, por outro, tudo isso
[35] se arrefece com a precariedade observada na implementação e manutenção das atividades de uso público na
maioria deles. Basta pensar que, em 2019, o Brasil foi listado pelo Fórum Econômico Mundial como 2º lugar em
recursos naturais, mas figura somente na 32ª colocação do ranking global de competitividade turística.
Alcançar um patamar condizente à altura do nosso capital natural é mais do que possível. Para isso, faz-se
necessário fortalecer os órgãos gestores dessas áreas e avançar numa agenda mais moderna, empreendedora e
[40] sustentável voltada à gestão desses espaços. E, nesse sentido, as parcerias e concessões podem ser uma
alternativa possível − já experimentadas em alguns parques brasileiros internacionalmente reconhecidos como
Igraçu e Chapada dos Veadeiros, por exemplo − para apoiar as equipes gestoras a potencializar a visitação, o
turismo e a conservação. Afinal de contas, quanto mais os brasileiros conhecerem o seu patrimônio natural, maior
será a conscientização sobre o valor e a necessidade de cuidar dessas áreas.
Disponível em: https://exame.com/blog/opiniao/no-pais-da-biodiversidade-faltam-recursos-para-gerir-os-nossos-parques/. Acesso em 02 de maio de 2021). Texto adaptado para esta prova.
Sabemos que a coesão nominal se manifesta pelo uso de artigos, pronomes e expressões associadas entre si. Ao retomar informações, tal fator de textualidade pode categorizá-las e avaliá-las, expressando o ponto de vista do locutor em relação ao que é dito. Considerando os seguintes casos de coesão nominal no texto:
I. No primeiro parágrafo do texto, a coesão nominal é garantida pelo uso de pronomes demonstrativos, como se verifica em "desses locais" (linhas 1 e 2), que retoma "algum parque brasileiro" (linha 1), e também em "dessas áreas" (linha 3), que retoma "nossos parques" (linha 2).
II. Os parágrafos 2, 6 e 7 do texto são introduzidos por expressões anafóricas, a saber: "Esse retrato de limitações" (linha 8), "Tudo isso" (linha 28) e "Esses dados" (linha 33). Tais expressões formadas com pronomes demonstrativos retomam, respectivamente, informações contidas nos parágrafos antecedentes.
III. A expressão "tamanha exuberância cênica" (linha 1), ao referirse a "parque brasileiro" (linha 1), não expressa nenhum ponto de visto do locutor e, portanto, configura-se como uma expressão totalmente neutra de avaliações.
Está correto o que se afirma em:
No país da biodiversidade, faltam recursos para gerir os nossos parques
Quem já visitou algum parque brasileiro certamente se surpreendeu com tamanha exuberância cênica desses
locais. Não por acaso, nossos parques conservam uma rica biodiversidade − uma das maiores do mundo − cuja
excepcionalidade projetou algumas dessas áreas ao patamar de patrimônio natural da humanidade. Enquanto a
natureza nos dá motivos de sobra para enaltecer nossos parques, a realidade de escassez e limitação de recursos
[5] para a gestão e manutenção dessas áreas tem comprometido grande parte do seu potencial gerador de
desenvolvimento, saúde e bem-estar − para não mencionar a vulnerabilidade a que sua fauna e flora ficam
expostas.
Esse retrato de limitações foi capturado na edição recém-lançada da pesquisa Diagnóstico de Uso Público em
Parques Brasileiros: A Perspectiva da Gestão, produzida pelo Instituto Semeia junto a equipes gestoras de 370
[10] parques de todas as regiões, biomas e níveis governamentais do país. O sinal de alerta dessa escassez foi
declarado por 67% dos respondentes, que afirmaram não contar com subsídios − humanos e financeiros −
necessários para a realização de suas atividades no parque.
Ainda de acordo com a pesquisa, grande parte (49%) das equipes que administram essas áreas conta somente
com até 10 funcionários, ao passo que 9% possuem apenas um colaborador. Na prática, isso quer dizer que, no
[15] caso dos parques nacionais, há um único responsável, em média, por quase 11 mil hectares − o que equivale a
cerca de 11 mil campos de futebol. Já na esfera estadual, seria um funcionário para, aproximadamente, 2 mil
hectares e, na municipal, um funcionário para 58 hectares.
Quando o assunto é a gestão financeira desses espaços, além da escassez de recursos, o cenário é também
de falta de informação: 40% dos respondentes declaram não ter acesso aos dados orçamentários das unidades
[20] em que atuam. Entre os que têm acesso a esses números, seja de forma parcial ou total, o valor médio do
orçamento em 2019 para os parques federais foi de R$ 790 mil, para os municipais, de R$ 800 mil, e os estaduais,
R$ 9,6 milhões.
Para se ter uma ideia, o National Park Service (órgão norte-americano responsável por 421 unidades
distribuídas em 34 milhões de hectares) teve em 2019 um orçamento de USD 2,4 bilhões. No mesmo ano, o
[25] orçamento do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) foi de USD 142,6 milhões (em
reais, 791 milhões), para administrar uma área cinco vezes maior (se considerarmos unidades de conservação
terrestres e marinhas).
Tudo isso se reflete nas condições de visitação e no uso público dos parques brasileiros. Mais da metade declara
não contar com infraestrutura básica para receber visitantes − como banheiros e estacionamento, por exemplo. E,
[30] entre as unidades que receberam visitantes em 2019 (79%), apenas 7% afirmam contar com uma estrutura que
garante plenamente as necessidades básicas de visitação, enquanto somente 11% consideram que a manutenção
das estruturas está em excelente estado.
Esses dados evidenciam uma triste contradição: se, por um lado, nossos parques possuem belezas naturais
únicas, equipes altamente qualificadas e experientes, além de um potencial turístico promissor, por outro, tudo isso
[35] se arrefece com a precariedade observada na implementação e manutenção das atividades de uso público na
maioria deles. Basta pensar que, em 2019, o Brasil foi listado pelo Fórum Econômico Mundial como 2º lugar em
recursos naturais, mas figura somente na 32ª colocação do ranking global de competitividade turística.
Alcançar um patamar condizente à altura do nosso capital natural é mais do que possível. Para isso, faz-se
necessário fortalecer os órgãos gestores dessas áreas e avançar numa agenda mais moderna, empreendedora e
[40] sustentável voltada à gestão desses espaços. E, nesse sentido, as parcerias e concessões podem ser uma
alternativa possível − já experimentadas em alguns parques brasileiros internacionalmente reconhecidos como
Igraçu e Chapada dos Veadeiros, por exemplo − para apoiar as equipes gestoras a potencializar a visitação, o
turismo e a conservação. Afinal de contas, quanto mais os brasileiros conhecerem o seu patrimônio natural, maior
será a conscientização sobre o valor e a necessidade de cuidar dessas áreas.
Disponível em: https://exame.com/blog/opiniao/no-pais-da-biodiversidade-faltam-recursos-para-gerir-os-nossos-parques/. Acesso em 02 de maio de 2021). Texto adaptado para esta prova.
Quanto ao emprego da pontuação, analise os casos a seguir, identificando-os como verdadeiros (V) ou falsos (F).
( ) No trecho "Quem já visitou algum parque brasileiro certamente se surpreendeu com tamanha exuberância cênica desses locais" (linhas 1 e 2), deve-se empregar uma virgula após “Quem já visitou algum parque brasileiro [,]” para fins de adequação à norma culta da língua portuguesa.
( ) No trecho "Não por acaso, nossos parques conservam uma rica biodiversidade − uma das maiores do mundo − cuja excepcionalidade projetou algumas dessas áreas ao patamar de patrimônio natural da humanidade" (linhas 2 e 3), empregou-se travessão duplo para substituir vírgulas e assinalar uma expressão intercalada.
( ) No trecho "Quando o assunto é a gestão financeira desses espaços, além da escassez de recursos, o cenário é também de falta de informação: 40% dos respondentes declaram não ter acesso aos dados orçamentários das unidades em que atuam" (linhas 18 a 20), os dois pontos introduzem uma informação explicativa.
( ) O que justifica o emprego da vírgula, após a palavra "ideia", no fragmento "Para se ter uma ideia, o National Park Service (órgão norte-americano responsável por 421 unidades distribuídas em 34 milhões de hectares) teve em 2019 um orçamento de USD 2,4 bilhões" (linhas 23 e 24) é a necessidade de separar orações que se caracterizam por enumeração.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
No país da biodiversidade, faltam recursos para gerir os nossos parques
Quem já visitou algum parque brasileiro certamente se surpreendeu com tamanha exuberância cênica desses
locais. Não por acaso, nossos parques conservam uma rica biodiversidade − uma das maiores do mundo − cuja
excepcionalidade projetou algumas dessas áreas ao patamar de patrimônio natural da humanidade. Enquanto a
natureza nos dá motivos de sobra para enaltecer nossos parques, a realidade de escassez e limitação de recursos
[5] para a gestão e manutenção dessas áreas tem comprometido grande parte do seu potencial gerador de
desenvolvimento, saúde e bem-estar − para não mencionar a vulnerabilidade a que sua fauna e flora ficam
expostas.
Esse retrato de limitações foi capturado na edição recém-lançada da pesquisa Diagnóstico de Uso Público em
Parques Brasileiros: A Perspectiva da Gestão, produzida pelo Instituto Semeia junto a equipes gestoras de 370
[10] parques de todas as regiões, biomas e níveis governamentais do país. O sinal de alerta dessa escassez foi
declarado por 67% dos respondentes, que afirmaram não contar com subsídios − humanos e financeiros −
necessários para a realização de suas atividades no parque.
Ainda de acordo com a pesquisa, grande parte (49%) das equipes que administram essas áreas conta somente
com até 10 funcionários, ao passo que 9% possuem apenas um colaborador. Na prática, isso quer dizer que, no
[15] caso dos parques nacionais, há um único responsável, em média, por quase 11 mil hectares − o que equivale a
cerca de 11 mil campos de futebol. Já na esfera estadual, seria um funcionário para, aproximadamente, 2 mil
hectares e, na municipal, um funcionário para 58 hectares.
Quando o assunto é a gestão financeira desses espaços, além da escassez de recursos, o cenário é também
de falta de informação: 40% dos respondentes declaram não ter acesso aos dados orçamentários das unidades
[20] em que atuam. Entre os que têm acesso a esses números, seja de forma parcial ou total, o valor médio do
orçamento em 2019 para os parques federais foi de R$ 790 mil, para os municipais, de R$ 800 mil, e os estaduais,
R$ 9,6 milhões.
Para se ter uma ideia, o National Park Service (órgão norte-americano responsável por 421 unidades
distribuídas em 34 milhões de hectares) teve em 2019 um orçamento de USD 2,4 bilhões. No mesmo ano, o
[25] orçamento do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) foi de USD 142,6 milhões (em
reais, 791 milhões), para administrar uma área cinco vezes maior (se considerarmos unidades de conservação
terrestres e marinhas).
Tudo isso se reflete nas condições de visitação e no uso público dos parques brasileiros. Mais da metade declara
não contar com infraestrutura básica para receber visitantes − como banheiros e estacionamento, por exemplo. E,
[30] entre as unidades que receberam visitantes em 2019 (79%), apenas 7% afirmam contar com uma estrutura que
garante plenamente as necessidades básicas de visitação, enquanto somente 11% consideram que a manutenção
das estruturas está em excelente estado.
Esses dados evidenciam uma triste contradição: se, por um lado, nossos parques possuem belezas naturais
únicas, equipes altamente qualificadas e experientes, além de um potencial turístico promissor, por outro, tudo isso
[35] se arrefece com a precariedade observada na implementação e manutenção das atividades de uso público na
maioria deles. Basta pensar que, em 2019, o Brasil foi listado pelo Fórum Econômico Mundial como 2º lugar em
recursos naturais, mas figura somente na 32ª colocação do ranking global de competitividade turística.
Alcançar um patamar condizente à altura do nosso capital natural é mais do que possível. Para isso, faz-se
necessário fortalecer os órgãos gestores dessas áreas e avançar numa agenda mais moderna, empreendedora e
[40] sustentável voltada à gestão desses espaços. E, nesse sentido, as parcerias e concessões podem ser uma
alternativa possível − já experimentadas em alguns parques brasileiros internacionalmente reconhecidos como
Igraçu e Chapada dos Veadeiros, por exemplo − para apoiar as equipes gestoras a potencializar a visitação, o
turismo e a conservação. Afinal de contas, quanto mais os brasileiros conhecerem o seu patrimônio natural, maior
será a conscientização sobre o valor e a necessidade de cuidar dessas áreas.
Disponível em: https://exame.com/blog/opiniao/no-pais-da-biodiversidade-faltam-recursos-para-gerir-os-nossos-parques/. Acesso em 02 de maio de 2021). Texto adaptado para esta prova.
Considere, primeiramente, o excerto abaixo (linhas 13 a 16) e, posteriormente, uma possível reescrita dos elementos que o compõem.
Excerto:
Ainda de acordo com a pesquisa, grande parte (49%) das equipes que administram essas áreas conta somente com até 10 funcionários, ao passo que 9% possuem apenas um colaborador. Na prática, isso quer dizer que, no caso dos parques nacionais, há um único responsável, em média, por quase 11 mil hectares − o que equivale a cerca de 11 mil campos de futebol.
Reescrita
Ainda __________ a pesquisa, grande parte (49%) das equipes que administram ______ áreas conta somente com até 10 funcionários, ____________ 9% ____________ apenas um colaborador. Na prática, isso quer dizer que, no caso dos parques nacionais, há um único responsável, em média, por quase 11 mil hectares − o que equivale a cerca de 11 mil campos de futebol.
Para que se mantenha o sentido original do excerto, a única alternativa que permite preencher adequadamente as lacunas do trecho reescrito é:
No país da biodiversidade, faltam recursos para gerir os nossos parques
Quem já visitou algum parque brasileiro certamente se surpreendeu com tamanha exuberância cênica desses
locais. Não por acaso, nossos parques conservam uma rica biodiversidade − uma das maiores do mundo − cuja
excepcionalidade projetou algumas dessas áreas ao patamar de patrimônio natural da humanidade. Enquanto a
natureza nos dá motivos de sobra para enaltecer nossos parques, a realidade de escassez e limitação de recursos
[5] para a gestão e manutenção dessas áreas tem comprometido grande parte do seu potencial gerador de
desenvolvimento, saúde e bem-estar − para não mencionar a vulnerabilidade a que sua fauna e flora ficam
expostas.
Esse retrato de limitações foi capturado na edição recém-lançada da pesquisa Diagnóstico de Uso Público em
Parques Brasileiros: A Perspectiva da Gestão, produzida pelo Instituto Semeia junto a equipes gestoras de 370
[10] parques de todas as regiões, biomas e níveis governamentais do país. O sinal de alerta dessa escassez foi
declarado por 67% dos respondentes, que afirmaram não contar com subsídios − humanos e financeiros −
necessários para a realização de suas atividades no parque.
Ainda de acordo com a pesquisa, grande parte (49%) das equipes que administram essas áreas conta somente
com até 10 funcionários, ao passo que 9% possuem apenas um colaborador. Na prática, isso quer dizer que, no
[15] caso dos parques nacionais, há um único responsável, em média, por quase 11 mil hectares − o que equivale a
cerca de 11 mil campos de futebol. Já na esfera estadual, seria um funcionário para, aproximadamente, 2 mil
hectares e, na municipal, um funcionário para 58 hectares.
Quando o assunto é a gestão financeira desses espaços, além da escassez de recursos, o cenário é também
de falta de informação: 40% dos respondentes declaram não ter acesso aos dados orçamentários das unidades
[20] em que atuam. Entre os que têm acesso a esses números, seja de forma parcial ou total, o valor médio do
orçamento em 2019 para os parques federais foi de R$ 790 mil, para os municipais, de R$ 800 mil, e os estaduais,
R$ 9,6 milhões.
Para se ter uma ideia, o National Park Service (órgão norte-americano responsável por 421 unidades
distribuídas em 34 milhões de hectares) teve em 2019 um orçamento de USD 2,4 bilhões. No mesmo ano, o
[25] orçamento do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) foi de USD 142,6 milhões (em
reais, 791 milhões), para administrar uma área cinco vezes maior (se considerarmos unidades de conservação
terrestres e marinhas).
Tudo isso se reflete nas condições de visitação e no uso público dos parques brasileiros. Mais da metade declara
não contar com infraestrutura básica para receber visitantes − como banheiros e estacionamento, por exemplo. E,
[30] entre as unidades que receberam visitantes em 2019 (79%), apenas 7% afirmam contar com uma estrutura que
garante plenamente as necessidades básicas de visitação, enquanto somente 11% consideram que a manutenção
das estruturas está em excelente estado.
Esses dados evidenciam uma triste contradição: se, por um lado, nossos parques possuem belezas naturais
únicas, equipes altamente qualificadas e experientes, além de um potencial turístico promissor, por outro, tudo isso
[35] se arrefece com a precariedade observada na implementação e manutenção das atividades de uso público na
maioria deles. Basta pensar que, em 2019, o Brasil foi listado pelo Fórum Econômico Mundial como 2º lugar em
recursos naturais, mas figura somente na 32ª colocação do ranking global de competitividade turística.
Alcançar um patamar condizente à altura do nosso capital natural é mais do que possível. Para isso, faz-se
necessário fortalecer os órgãos gestores dessas áreas e avançar numa agenda mais moderna, empreendedora e
[40] sustentável voltada à gestão desses espaços. E, nesse sentido, as parcerias e concessões podem ser uma
alternativa possível − já experimentadas em alguns parques brasileiros internacionalmente reconhecidos como
Igraçu e Chapada dos Veadeiros, por exemplo − para apoiar as equipes gestoras a potencializar a visitação, o
turismo e a conservação. Afinal de contas, quanto mais os brasileiros conhecerem o seu patrimônio natural, maior
será a conscientização sobre o valor e a necessidade de cuidar dessas áreas.
Disponível em: https://exame.com/blog/opiniao/no-pais-da-biodiversidade-faltam-recursos-para-gerir-os-nossos-parques/. Acesso em 02 de maio de 2021). Texto adaptado para esta prova.
Assinale a alternativa correta em relação aos elementos que organizam a sintaxe do texto:
No país da biodiversidade, faltam recursos para gerir os nossos parques
Quem já visitou algum parque brasileiro certamente se surpreendeu com tamanha exuberância cênica desses
locais. Não por acaso, nossos parques conservam uma rica biodiversidade − uma das maiores do mundo − cuja
excepcionalidade projetou algumas dessas áreas ao patamar de patrimônio natural da humanidade. Enquanto a
natureza nos dá motivos de sobra para enaltecer nossos parques, a realidade de escassez e limitação de recursos
[5] para a gestão e manutenção dessas áreas tem comprometido grande parte do seu potencial gerador de
desenvolvimento, saúde e bem-estar − para não mencionar a vulnerabilidade a que sua fauna e flora ficam
expostas.
Esse retrato de limitações foi capturado na edição recém-lançada da pesquisa Diagnóstico de Uso Público em
Parques Brasileiros: A Perspectiva da Gestão, produzida pelo Instituto Semeia junto a equipes gestoras de 370
[10] parques de todas as regiões, biomas e níveis governamentais do país. O sinal de alerta dessa escassez foi
declarado por 67% dos respondentes, que afirmaram não contar com subsídios − humanos e financeiros −
necessários para a realização de suas atividades no parque.
Ainda de acordo com a pesquisa, grande parte (49%) das equipes que administram essas áreas conta somente
com até 10 funcionários, ao passo que 9% possuem apenas um colaborador. Na prática, isso quer dizer que, no
[15] caso dos parques nacionais, há um único responsável, em média, por quase 11 mil hectares − o que equivale a
cerca de 11 mil campos de futebol. Já na esfera estadual, seria um funcionário para, aproximadamente, 2 mil
hectares e, na municipal, um funcionário para 58 hectares.
Quando o assunto é a gestão financeira desses espaços, além da escassez de recursos, o cenário é também
de falta de informação: 40% dos respondentes declaram não ter acesso aos dados orçamentários das unidades
[20] em que atuam. Entre os que têm acesso a esses números, seja de forma parcial ou total, o valor médio do
orçamento em 2019 para os parques federais foi de R$ 790 mil, para os municipais, de R$ 800 mil, e os estaduais,
R$ 9,6 milhões.
Para se ter uma ideia, o National Park Service (órgão norte-americano responsável por 421 unidades
distribuídas em 34 milhões de hectares) teve em 2019 um orçamento de USD 2,4 bilhões. No mesmo ano, o
[25] orçamento do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) foi de USD 142,6 milhões (em
reais, 791 milhões), para administrar uma área cinco vezes maior (se considerarmos unidades de conservação
terrestres e marinhas).
Tudo isso se reflete nas condições de visitação e no uso público dos parques brasileiros. Mais da metade declara
não contar com infraestrutura básica para receber visitantes − como banheiros e estacionamento, por exemplo. E,
[30] entre as unidades que receberam visitantes em 2019 (79%), apenas 7% afirmam contar com uma estrutura que
garante plenamente as necessidades básicas de visitação, enquanto somente 11% consideram que a manutenção
das estruturas está em excelente estado.
Esses dados evidenciam uma triste contradição: se, por um lado, nossos parques possuem belezas naturais
únicas, equipes altamente qualificadas e experientes, além de um potencial turístico promissor, por outro, tudo isso
[35] se arrefece com a precariedade observada na implementação e manutenção das atividades de uso público na
maioria deles. Basta pensar que, em 2019, o Brasil foi listado pelo Fórum Econômico Mundial como 2º lugar em
recursos naturais, mas figura somente na 32ª colocação do ranking global de competitividade turística.
Alcançar um patamar condizente à altura do nosso capital natural é mais do que possível. Para isso, faz-se
necessário fortalecer os órgãos gestores dessas áreas e avançar numa agenda mais moderna, empreendedora e
[40] sustentável voltada à gestão desses espaços. E, nesse sentido, as parcerias e concessões podem ser uma
alternativa possível − já experimentadas em alguns parques brasileiros internacionalmente reconhecidos como
Igraçu e Chapada dos Veadeiros, por exemplo − para apoiar as equipes gestoras a potencializar a visitação, o
turismo e a conservação. Afinal de contas, quanto mais os brasileiros conhecerem o seu patrimônio natural, maior
será a conscientização sobre o valor e a necessidade de cuidar dessas áreas.
Disponível em: https://exame.com/blog/opiniao/no-pais-da-biodiversidade-faltam-recursos-para-gerir-os-nossos-parques/. Acesso em 02 de maio de 2021). Texto adaptado para esta prova.
Considere as seguintes afirmações:
I. No enunciado “Afinal de contas, quanto mais os brasileiros conhecerem o seu patrimônio natural, maior será a conscientização sobre o valor e a necessidade de cuidar dessas áreas.” (linhas 43 e 44), os termos “quanto mais” e “maior” trazem uma ideia de proporcionalidade.
II. No enunciado “se, por um lado, nossos parques possuem belezas naturais únicas, equipes altamente qualificadas e experientes, além de um potencial turístico promissor, por outro, tudo isso se arrefece com a precariedade observada na implementação e manutenção das atividades de uso público na maioria deles.” (linhas 33 a 36), o termo “se”, nos dois casos, traz a ideia de condição ao período.
III. No enunciado “Para isso, faz-se necessário fortalecer os órgãos gestores dessas áreas e avançar numa agenda mais moderna, empreendedora e sustentável voltada à gestão desses espaços.” (linhas 38 a 40), a expressão “para isso” desempenha uma função coesiva responsável pela progressão sintático-semântica do texto.
IV. No enunciado “Enquanto a natureza nos dá motivos de sobra para enaltecer nossos parques...“ (linhas 3 e 4), a conjunção “enquanto” poderia ser substituída pela locução conjuntiva “uma vez que”, sem prejuízo ao sentido do texto, já que ambas trazem uma ideia de causa ao enunciado.
Está correto apenas o que se afirma em: