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O sentimento que deveria reger toda a humanidade é o de gratidão. Essa emoção tem sido bastante analisada pela ciência nas últimas décadas. E os estudos só comprovam os inúmeros benefícios que ela exerce em quem a prática no seu dia a dia.
Para o professor, palestrante e escritor brasileiro Wallace Liimaa, especialista em física quântica e saúde integral, vivemos em uma sociedade na qual, como mostram os estudos, quase 80% da população morre em virtude de alguma doença crônica, gerada e mantida seja por hábitos errados, seja pelo gerenciamento equivocado das emoções.
“Uma pessoa que diante de qualquer obstáculo sempre se coloca como vítima, como coitada, o sistema endócrino dela responde colocando no corpo os chamados hormônios do estresse, que são especialmente cortisol e adrenalina. Dessa forma, a pessoa vive constantemente no modo de sobrevivência, no qual ela está ali em uma situação em que vai precisar fugir ou lutar para se defender.
E nosso corpo não foi programado para se manter nesse estado de estresse continuamente, porque isso fragiliza os sistemas, mina nosso sistema imunológico. Mas, ao contrário disso, a ciência vem pesquisando que o estado de gratidão se comunica com outra reação química em nosso corpo. Agradecer por tudo o que acontece e pelas mínimas coisas, especialmente pelos desafios, nos deixa em estado de prontidão e em modo criativo. Isso porque a gratidão joga no organismo os neurotransmissores do bem-estar, que são a serotonina e a dopamina, ansiolíticos naturais. Nesse estado de tranquilidade e relaxamento, você pode pensar em soluções, em vez de problemas”, salienta Liimaa.
É importante ter em mente, igualmente, que, quando a gratidão é expressa de maneira sincera, não só atua em você, mas tende a se multiplicar para mais pessoas ao redor. “Se agradeço a você, e você recebe esse ato da maneira certa, você aumenta em um grau a sua felicidade pessoal, pois gratidão está diretamente relacionada com a felicidade”, enfatiza o antropólogo americano Darrell Champlin, autor dos livros iEu e Portal dos Sonhos.
E, como o neurologista Oliver Sacks escreveu no ensaio Shabat, o último texto de sua obra Gratidão, publicado poucas semanas antes de morrer, com a gratidão podemos “alcançar a sensação de paz dentro de nós mesmos”. Que a gente siga, então, sendo grato.
RANIERI, Gustavo. O poder da gratidão. Disponível em: https://vidasimples.co/ser/o-poder-da-gratidao/. Acesso em: mai. 2021. Adaptado.
Procurando convencer o interlocutor a respeito dos efeitos benéficos da gratidão, a voz autoral usa uma argumentação
O sentimento que deveria reger toda a humanidade é o de gratidão. Essa emoção tem sido bastante analisada pela ciência nas últimas décadas. E os estudos só comprovam os inúmeros benefícios que ela exerce em quem a prática no seu dia a dia.
Para o professor, palestrante e escritor brasileiro Wallace Liimaa, especialista em física quântica e saúde integral, vivemos em uma sociedade na qual, como mostram os estudos, quase 80% da população morre em virtude de alguma doença crônica, gerada e mantida seja por hábitos errados, seja pelo gerenciamento equivocado das emoções.
“Uma pessoa que diante de qualquer obstáculo sempre se coloca como vítima, como coitada, o sistema endócrino dela responde colocando no corpo os chamados hormônios do estresse, que são especialmente cortisol e adrenalina. Dessa forma, a pessoa vive constantemente no modo de sobrevivência, no qual ela está ali em uma situação em que vai precisar fugir ou lutar para se defender.
E nosso corpo não foi programado para se manter nesse estado de estresse continuamente, porque isso fragiliza os sistemas, mina nosso sistema imunológico. Mas, ao contrário disso, a ciência vem pesquisando que o estado de gratidão se comunica com outra reação química em nosso corpo. Agradecer por tudo o que acontece e pelas mínimas coisas, especialmente pelos desafios, nos deixa em estado de prontidão e em modo criativo. Isso porque a gratidão joga no organismo os neurotransmissores do bem-estar, que são a serotonina e a dopamina, ansiolíticos naturais. Nesse estado de tranquilidade e relaxamento, você pode pensar em soluções, em vez de problemas”, salienta Liimaa.
É importante ter em mente, igualmente, que, quando a gratidão é expressa de maneira sincera, não só atua em você, mas tende a se multiplicar para mais pessoas ao redor. “Se agradeço a você, e você recebe esse ato da maneira certa, você aumenta em um grau a sua felicidade pessoal, pois gratidão está diretamente relacionada com a felicidade”, enfatiza o antropólogo americano Darrell Champlin, autor dos livros iEu e Portal dos Sonhos.
E, como o neurologista Oliver Sacks escreveu no ensaio Shabat, o último texto de sua obra Gratidão, publicado poucas semanas antes de morrer, com a gratidão podemos “alcançar a sensação de paz dentro de nós mesmos”. Que a gente siga, então, sendo grato.
RANIERI, Gustavo. O poder da gratidão. Disponível em: https://vidasimples.co/ser/o-poder-da-gratidao/. Acesso em: mai. 2021. Adaptado.
Quanto às formas verbais usadas na composição do texto, está correto o que se afirma em
Subindo, aqui, a avenida que dá para os fundos de minha casa, cumprimentando os passantes, parando para ver os meninos jogando bola no parque e assobiando uma musiquinha cujo nome não sei, mas que, nesta manhã, não me sai da cabeça, detenho-me na Pastelaria Brasil-América, para comprar uma caixa de fósforos. Não sou muito chegado a essa pastelaria – cuja única qualidade (e, assim mesmo, questionável) é ser perto aqui de casa – porque as iscas que nela servem são de baixa qualidade e há um irmãozinho lusitano que nela trabalha que gosta de me gozar. Mas esqueci o isqueiro em casa, tenho de comprar fósforos. Encontro o mesmo irmãozinho, ele me diz o preço, eu me confundo todo com as moedas, ele me goza outra vez. “Um dia eu ainda lhe pego”, penso eu, fingindo que não ligo, mas muito mal-intencionado intimamente.
E prossigo avenida Estados Unidos acima, para pegar o metrô, que aqui se chama metro. O dia não está nem quente nem frio, há um belo sol, as sacadas dos apartamentos estão todas floridas e vou ao Rossio em missão de vagabundagem. Acho-me um cidadão lisboeta e me vejo tomado de um certo sentimento de orgulho, ao cruzar com minhas concidadãs, a maioria plenamente imbuída do mesmo espírito primaveril e, portanto, usando umas blusinhas leves por cima da pele e balançando todos os tipos de simpáticos e risonhos peitinhos, como é – o Senhor seja louvado – do hábito de tantas raparigas aqui. Respiro fundo, paro um pouco na subida, aproveito para prestar atenção na moça que de lá vem, usando um chapeuzinho e uma espécie de colete em cima da tal blusinha, a qual mal esconde os tais peitinhos. Decido que não será necessária uma discrição excessiva, consideradas as circunstâncias atmosféricas tão amenas e mais a minha exuberante lusofilia, de forma que, com tanta elegância quanto é possível aos baianos, ponho as mãos nos bolsos do casaco, detenho o passo e espero a moça passar, com interesse.
Lembrei que tinha compromissos inadiáveis: curtir as livrarias, comprar cigarros na tabacaria de um feroz comunista amigo meu, tomar uma cerveja n’A Brasileira e dedicar algum tempo a apenas me sentir maravilhosamente bem ali mesmo, naquele formigueiro da Baixa. Lembrei Dorival Caymmi, uma vez explicando, antes de a Bahia haver sido destruída como Lisboa, felizmente, não foi – e como não foi, em tantos sentidos! –, umas certas cores, uns certos ares que era imperativo ficar curtindo, em vez de trabalhar. Não há tempo para trabalhar, dizia ele, a pessoa fica muito ocupada vivendo.
Vou caminhar pela avenida da Liberdade, em ponderado passeio para o Parque Meyer. O dia fica cada vez mais luminoso, só consigo pensar em coisas boas. A velha estação dos comboios parece uma catedral, a avenida se abre como se fosse haver uma parada, eu adoro Lisboa. E, se você não aproveitar a primeira chance que tiver para vir curtir esta minha cidade, você é bobo.
RIBEIRO, João Ubaldo. O vagabundo de Lisboa. Disponível em:< https://contobrasileiro.com.br>. Acesso em: mai. 2021. Adaptado.
Considerando-se o encadeamento de ideias que compõem esse conto de João Ubaldo Ribeiro, é correto afirmar que o narrador
Subindo, aqui, a avenida que dá para os fundos de minha casa, cumprimentando os passantes, parando para ver os meninos jogando bola no parque e assobiando uma musiquinha cujo nome não sei, mas que, nesta manhã, não me sai da cabeça, detenho-me na Pastelaria Brasil-América, para comprar uma caixa de fósforos. Não sou muito chegado a essa pastelaria – cuja única qualidade (e, assim mesmo, questionável) é ser perto aqui de casa – porque as iscas que nela servem são de baixa qualidade e há um irmãozinho lusitano que nela trabalha que gosta de me gozar. Mas esqueci o isqueiro em casa, tenho de comprar fósforos. Encontro o mesmo irmãozinho, ele me diz o preço, eu me confundo todo com as moedas, ele me goza outra vez. “Um dia eu ainda lhe pego”, penso eu, fingindo que não ligo, mas muito mal-intencionado intimamente.
E prossigo avenida Estados Unidos acima, para pegar o metrô, que aqui se chama metro. O dia não está nem quente nem frio, há um belo sol, as sacadas dos apartamentos estão todas floridas e vou ao Rossio em missão de vagabundagem. Acho-me um cidadão lisboeta e me vejo tomado de um certo sentimento de orgulho, ao cruzar com minhas concidadãs, a maioria plenamente imbuída do mesmo espírito primaveril e, portanto, usando umas blusinhas leves por cima da pele e balançando todos os tipos de simpáticos e risonhos peitinhos, como é – o Senhor seja louvado – do hábito de tantas raparigas aqui. Respiro fundo, paro um pouco na subida, aproveito para prestar atenção na moça que de lá vem, usando um chapeuzinho e uma espécie de colete em cima da tal blusinha, a qual mal esconde os tais peitinhos. Decido que não será necessária uma discrição excessiva, consideradas as circunstâncias atmosféricas tão amenas e mais a minha exuberante lusofilia, de forma que, com tanta elegância quanto é possível aos baianos, ponho as mãos nos bolsos do casaco, detenho o passo e espero a moça passar, com interesse.
Lembrei que tinha compromissos inadiáveis: curtir as livrarias, comprar cigarros na tabacaria de um feroz comunista amigo meu, tomar uma cerveja n’A Brasileira e dedicar algum tempo a apenas me sentir maravilhosamente bem ali mesmo, naquele formigueiro da Baixa. Lembrei Dorival Caymmi, uma vez explicando, antes de a Bahia haver sido destruída como Lisboa, felizmente, não foi – e como não foi, em tantos sentidos! –, umas certas cores, uns certos ares que era imperativo ficar curtindo, em vez de trabalhar. Não há tempo para trabalhar, dizia ele, a pessoa fica muito ocupada vivendo.
Vou caminhar pela avenida da Liberdade, em ponderado passeio para o Parque Meyer. O dia fica cada vez mais luminoso, só consigo pensar em coisas boas. A velha estação dos comboios parece uma catedral, a avenida se abre como se fosse haver uma parada, eu adoro Lisboa. E, se você não aproveitar a primeira chance que tiver para vir curtir esta minha cidade, você é bobo.
RIBEIRO, João Ubaldo. O vagabundo de Lisboa. Disponível em:< https://contobrasileiro.com.br>. Acesso em: mai. 2021. Adaptado.
No que se refere aos recursos linguísticos usados na estruturação do texto, está correto o que se afirma em
→ Antônio Emílio Leite Couto, de onde vem o apelido Mia?
Da minha infância. Quando tinha três anos, pedi a meus pais que me chamassem assim por causa dos gatos que viviam em casa. Eles acharam graça, mas levaram a sério o meu pedido.
→ Além de escritor, sua formação é de médico e biólogo. Como está vendo as consequências da pandemia?
Nosso espanto em relação a essa nova situação não é tanto por causa do perigo imediato à saúde. O que nos assusta é que perdemos a capacidade de reconhecer o poder que a gente imaginava ter, a solução, o domínio, o controle sobre nossas vidas. De repente, um pequeno vírus revela toda a nossa fragilidade. Acho que isso deveria ser o grande aprendizado.
→ O que podemos aprender com a pandemia?
A espécie humana notou que não é o centro de tudo, mas apenas a pequena parte de algo maior. Como Darwin, quando descobriu que somos um entre muitos seres livres, ou Freud, ao perceber que não somos feitos só de consciência. Ele viu que ali havia um inconsciente, espécie de sótão escuro que não dominamos. Ou ainda como Copérnico e Galileu, quando constataram que a Terra não era o centro do universo.
→ Seria o momento de repensar nossa própria natureza como seres humanos e como espécie biológica?
Sim, temos a tendência de colocar a natureza como uma coisa divinizada, a grande Mãe que merece a nossa proteção. Não é o ponto. Esse conceito continua a nos manter fora do que importa e em posição de superioridade, “vamos salvar a natureza”. O grande ensinamento é percebermos que somos a parte de uma orquestra regida a um nível microscópico. Os seres que determinam os grandes processos da vida são as bactérias e os vírus. Somos dispensáveis e, no entanto, todo o discurso da natureza é montado sobre a floresta, o oceano, tudo que é sensível e visível para nós, tudo que está em uma escala visual. A natureza para a gente é o fulano que gosta do cão, do gato, das árvores. Mas a natureza é feita de muitas outras coisas. Seria a grande oportunidade para repensar nosso lugar, nosso papel.
→ Havia uma certa utopia de que o coronavírus traria uma conscientização, mas parece que aos poucos as coisas voltam ao velho normal. Foi ingenuidade acreditar que as pessoas mudariam?
Acho que, na verdade, vamos voltar ao “velho anormal”. Como sempre, essas crises são resolvidas à custa dos que são mais frágeis, mais fracos. Quem vai pagar a fatura são os que já estavam pagando a velha normalidade. Não sou muito otimista porque o medo, como temos hoje, nunca traz nada positivo. O medo pede uma solução simples, messiânica, salvadora.
COUTO, Antônio Emílio Leite (Mia Couto). Sofro com o que o Brasil está passando hoje. [Entrevista concedida a Felipe Machado]. Disponível em: . Acesso em: mai. 2021. Com cortes.
Mia Couto, como é conhecido, em entrevista concedida a Felipe Machado para a revista IstoÉ,
→ Antônio Emílio Leite Couto, de onde vem o apelido Mia?
Da minha infância. Quando tinha três anos, pedi a meus pais que me chamassem assim por causa dos gatos que viviam em casa. Eles acharam graça, mas levaram a sério o meu pedido.
→ Além de escritor, sua formação é de médico e biólogo. Como está vendo as consequências da pandemia?
Nosso espanto em relação a essa nova situação não é tanto por causa do perigo imediato à saúde. O que nos assusta é que perdemos a capacidade de reconhecer o poder que a gente imaginava ter, a solução, o domínio, o controle sobre nossas vidas. De repente, um pequeno vírus revela toda a nossa fragilidade. Acho que isso deveria ser o grande aprendizado.
→ O que podemos aprender com a pandemia?
A espécie humana notou que não é o centro de tudo, mas apenas a pequena parte de algo maior. Como Darwin, quando descobriu que somos um entre muitos seres livres, ou Freud, ao perceber que não somos feitos só de consciência. Ele viu que ali havia um inconsciente, espécie de sótão escuro que não dominamos. Ou ainda como Copérnico e Galileu, quando constataram que a Terra não era o centro do universo.
→ Seria o momento de repensar nossa própria natureza como seres humanos e como espécie biológica?
Sim, temos a tendência de colocar a natureza como uma coisa divinizada, a grande Mãe que merece a nossa proteção. Não é o ponto. Esse conceito continua a nos manter fora do que importa e em posição de superioridade, “vamos salvar a natureza”. O grande ensinamento é percebermos que somos a parte de uma orquestra regida a um nível microscópico. Os seres que determinam os grandes processos da vida são as bactérias e os vírus. Somos dispensáveis e, no entanto, todo o discurso da natureza é montado sobre a floresta, o oceano, tudo que é sensível e visível para nós, tudo que está em uma escala visual. A natureza para a gente é o fulano que gosta do cão, do gato, das árvores. Mas a natureza é feita de muitas outras coisas. Seria a grande oportunidade para repensar nosso lugar, nosso papel.
→ Havia uma certa utopia de que o coronavírus traria uma conscientização, mas parece que aos poucos as coisas voltam ao velho normal. Foi ingenuidade acreditar que as pessoas mudariam?
Acho que, na verdade, vamos voltar ao “velho anormal”. Como sempre, essas crises são resolvidas à custa dos que são mais frágeis, mais fracos. Quem vai pagar a fatura são os que já estavam pagando a velha normalidade. Não sou muito otimista porque o medo, como temos hoje, nunca traz nada positivo. O medo pede uma solução simples, messiânica, salvadora.
COUTO, Antônio Emílio Leite (Mia Couto). Sofro com o que o Brasil está passando hoje. [Entrevista concedida a Felipe Machado]. Disponível em: . Acesso em: mai. 2021. Com cortes.
O termo de coesão textual, que aparece destacado nos fragmentos transcritos, apresenta-se com valor prepositivo na alternativa