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Leia o excerto de O garimpeiro para responder à questão.
O jovem negociante era de conversação jovial e zombe-
teira. Para se inculcar1 de fina e polida educação, escarnecia
de tudo quanto era do sertão, e naquela ocasião, para dar
mostras de seu espírito, começou pelas cavalhadas.
[5] — Na corte ninguém iria ver cavalhadas senão para
rir-se. É um divertimento do tempo de El-Rei nosso senhor.
Que papel ridículo não fazem esses papalvos2 que ali vão
galopar enfeitados de chapéus armados, bandas, fitas e
ouropéis como figuras de entremez3 !... E a embaixada, Santo
[10] Deus! Há nada mais estúpido! Admira que ainda haja homens
sérios, que assim se atrevam a prestar-se ao debique4 em
público sobre um cavalo dançador, repetindo de boca cheia
umas asneiras que ninguém entende! É espetáculo próprio
só para bobos ou crianças. [...]
[15] — Perdão — replicou Elias com polidez — não lhe acho
razão, meu senhor, e entendo que a cavalhada é um diverti-
mento muito nobre, muito agradável, e muito útil.
— Deveras! E não me fará o favor de dizer em quê?...
— Em quê? Em muita coisa. O senhor bem sabe que
[20] as cavalhadas não são mais do que uma imagem, um simu-
lacro das antigas justas e torneios. Mas esses divertimentos
bárbaros, em que se derramava sangue, e que muitas vezes
custavam a vida aos justadores, não podem compadecer-se
com as luzes e costumes da civilização atual, e admira que,
[25] mesmo nos sanguinários tempos da média idade, fossem
tolerados entre povos cristãos. A cavalhada, porém, ficou
como uma imitação daquelas lutas cavalheirescas, que,
não custando o sangue nem a vida a ninguém, oferece um
brilhante e nobre espetáculo aos olhos do povo. A equitação é
[30] uma arte útil, necessária mesmo; ninguém o pode contestar.
A cavalhada produz estímulo e emulação entre os moços
para se exercerem nesta vantajosa e nobre arte, dando-lhes
ocasião de alardear o seu garbo e destreza em dirigir um
possante e fogoso ginete5 aos olhos do público, e às vezes
[35] também de uma amante querida, que do fundo do seu palan-
que o anima com um olhar, ou com um sorriso.
Dizendo estas últimas palavras, Elias lançou furtivamente
sobre Lúcia um olhar rápido. [...]
— Oh! meu senhor! Já lá se foi o tempo dos D. Quixote e
[40] das Dulcineias — disse o negociante.
(Bernardo Guimarães. O garimpeiro.)
1 inculcar: dar a entender.
2 papalvo: pessoa boba, tola, pateta.
3 entremez: apresentação de jograis ou bufões, realizada nos banquetes da Idade Média.
4 debique: ação ou resultado de debicar, debochar; escárnio, zombaria.
5 ginete: cavalo de boa raça, bem adestrado.
O garimpeiro, publicado em 1872, é considerado um romance regionalista.
Esta classificação pode ser comprovada, no excerto,
Leia o excerto de O garimpeiro para responder à questão.
O jovem negociante era de conversação jovial e zombe-
teira. Para se inculcar1 de fina e polida educação, escarnecia
de tudo quanto era do sertão, e naquela ocasião, para dar
mostras de seu espírito, começou pelas cavalhadas.
[5] — Na corte ninguém iria ver cavalhadas senão para
rir-se. É um divertimento do tempo de El-Rei nosso senhor.
Que papel ridículo não fazem esses papalvos2 que ali vão
galopar enfeitados de chapéus armados, bandas, fitas e
ouropéis como figuras de entremez3 !... E a embaixada, Santo
[10] Deus! Há nada mais estúpido! Admira que ainda haja homens
sérios, que assim se atrevam a prestar-se ao debique4 em
público sobre um cavalo dançador, repetindo de boca cheia
umas asneiras que ninguém entende! É espetáculo próprio
só para bobos ou crianças. [...]
[15] — Perdão — replicou Elias com polidez — não lhe acho
razão, meu senhor, e entendo que a cavalhada é um diverti-
mento muito nobre, muito agradável, e muito útil.
— Deveras! E não me fará o favor de dizer em quê?...
— Em quê? Em muita coisa. O senhor bem sabe que
[20] as cavalhadas não são mais do que uma imagem, um simu-
lacro das antigas justas e torneios. Mas esses divertimentos
bárbaros, em que se derramava sangue, e que muitas vezes
custavam a vida aos justadores, não podem compadecer-se
com as luzes e costumes da civilização atual, e admira que,
[25] mesmo nos sanguinários tempos da média idade, fossem
tolerados entre povos cristãos. A cavalhada, porém, ficou
como uma imitação daquelas lutas cavalheirescas, que,
não custando o sangue nem a vida a ninguém, oferece um
brilhante e nobre espetáculo aos olhos do povo. A equitação é
[30] uma arte útil, necessária mesmo; ninguém o pode contestar.
A cavalhada produz estímulo e emulação entre os moços
para se exercerem nesta vantajosa e nobre arte, dando-lhes
ocasião de alardear o seu garbo e destreza em dirigir um
possante e fogoso ginete5 aos olhos do público, e às vezes
[35] também de uma amante querida, que do fundo do seu palan-
que o anima com um olhar, ou com um sorriso.
Dizendo estas últimas palavras, Elias lançou furtivamente
sobre Lúcia um olhar rápido. [...]
— Oh! meu senhor! Já lá se foi o tempo dos D. Quixote e
[40] das Dulcineias — disse o negociante.
(Bernardo Guimarães. O garimpeiro.)
1 inculcar: dar a entender.
2 papalvo: pessoa boba, tola, pateta.
3 entremez: apresentação de jograis ou bufões, realizada nos banquetes da Idade Média.
4 debique: ação ou resultado de debicar, debochar; escárnio, zombaria.
5 ginete: cavalo de boa raça, bem adestrado.
Nos trechos “Há nada mais estúpido!” (2º parágrafo) e “não lhe acho razão, meu senhor” (3º parágrafo), o sujeito de cada oração é, respectivamente,
Leia o excerto de O garimpeiro para responder à questão.
O jovem negociante era de conversação jovial e zombe-
teira. Para se inculcar1 de fina e polida educação, escarnecia
de tudo quanto era do sertão, e naquela ocasião, para dar
mostras de seu espírito, começou pelas cavalhadas.
[5] — Na corte ninguém iria ver cavalhadas senão para
rir-se. É um divertimento do tempo de El-Rei nosso senhor.
Que papel ridículo não fazem esses papalvos2 que ali vão
galopar enfeitados de chapéus armados, bandas, fitas e
ouropéis como figuras de entremez3 !... E a embaixada, Santo
[10] Deus! Há nada mais estúpido! Admira que ainda haja homens
sérios, que assim se atrevam a prestar-se ao debique4 em
público sobre um cavalo dançador, repetindo de boca cheia
umas asneiras que ninguém entende! É espetáculo próprio
só para bobos ou crianças. [...]
[15] — Perdão — replicou Elias com polidez — não lhe acho
razão, meu senhor, e entendo que a cavalhada é um diverti-
mento muito nobre, muito agradável, e muito útil.
— Deveras! E não me fará o favor de dizer em quê?...
— Em quê? Em muita coisa. O senhor bem sabe que
[20] as cavalhadas não são mais do que uma imagem, um simu-
lacro das antigas justas e torneios. Mas esses divertimentos
bárbaros, em que se derramava sangue, e que muitas vezes
custavam a vida aos justadores, não podem compadecer-se
com as luzes e costumes da civilização atual, e admira que,
[25] mesmo nos sanguinários tempos da média idade, fossem
tolerados entre povos cristãos. A cavalhada, porém, ficou
como uma imitação daquelas lutas cavalheirescas, que,
não custando o sangue nem a vida a ninguém, oferece um
brilhante e nobre espetáculo aos olhos do povo. A equitação é
[30] uma arte útil, necessária mesmo; ninguém o pode contestar.
A cavalhada produz estímulo e emulação entre os moços
para se exercerem nesta vantajosa e nobre arte, dando-lhes
ocasião de alardear o seu garbo e destreza em dirigir um
possante e fogoso ginete5 aos olhos do público, e às vezes
[35] também de uma amante querida, que do fundo do seu palan-
que o anima com um olhar, ou com um sorriso.
Dizendo estas últimas palavras, Elias lançou furtivamente
sobre Lúcia um olhar rápido. [...]
— Oh! meu senhor! Já lá se foi o tempo dos D. Quixote e
[40] das Dulcineias — disse o negociante.
(Bernardo Guimarães. O garimpeiro.)
1 inculcar: dar a entender.
2 papalvo: pessoa boba, tola, pateta.
3 entremez: apresentação de jograis ou bufões, realizada nos banquetes da Idade Média.
4 debique: ação ou resultado de debicar, debochar; escárnio, zombaria.
5 ginete: cavalo de boa raça, bem adestrado.
“Para se inculcar de fina e polida educação, escarnecia de tudo quanto era do sertão” (1º parágrafo)
No excerto, a conjunção sublinhada expressa a ideia de
Leia o excerto de O garimpeiro para responder à questão.
O jovem negociante era de conversação jovial e zombe-
teira. Para se inculcar1 de fina e polida educação, escarnecia
de tudo quanto era do sertão, e naquela ocasião, para dar
mostras de seu espírito, começou pelas cavalhadas.
[5] — Na corte ninguém iria ver cavalhadas senão para
rir-se. É um divertimento do tempo de El-Rei nosso senhor.
Que papel ridículo não fazem esses papalvos2 que ali vão
galopar enfeitados de chapéus armados, bandas, fitas e
ouropéis como figuras de entremez3 !... E a embaixada, Santo
[10] Deus! Há nada mais estúpido! Admira que ainda haja homens
sérios, que assim se atrevam a prestar-se ao debique4 em
público sobre um cavalo dançador, repetindo de boca cheia
umas asneiras que ninguém entende! É espetáculo próprio
só para bobos ou crianças. [...]
[15] — Perdão — replicou Elias com polidez — não lhe acho
razão, meu senhor, e entendo que a cavalhada é um diverti-
mento muito nobre, muito agradável, e muito útil.
— Deveras! E não me fará o favor de dizer em quê?...
— Em quê? Em muita coisa. O senhor bem sabe que
[20] as cavalhadas não são mais do que uma imagem, um simu-
lacro das antigas justas e torneios. Mas esses divertimentos
bárbaros, em que se derramava sangue, e que muitas vezes
custavam a vida aos justadores, não podem compadecer-se
com as luzes e costumes da civilização atual, e admira que,
[25] mesmo nos sanguinários tempos da média idade, fossem
tolerados entre povos cristãos. A cavalhada, porém, ficou
como uma imitação daquelas lutas cavalheirescas, que,
não custando o sangue nem a vida a ninguém, oferece um
brilhante e nobre espetáculo aos olhos do povo. A equitação é
[30] uma arte útil, necessária mesmo; ninguém o pode contestar.
A cavalhada produz estímulo e emulação entre os moços
para se exercerem nesta vantajosa e nobre arte, dando-lhes
ocasião de alardear o seu garbo e destreza em dirigir um
possante e fogoso ginete5 aos olhos do público, e às vezes
[35] também de uma amante querida, que do fundo do seu palan-
que o anima com um olhar, ou com um sorriso.
Dizendo estas últimas palavras, Elias lançou furtivamente
sobre Lúcia um olhar rápido. [...]
— Oh! meu senhor! Já lá se foi o tempo dos D. Quixote e
[40] das Dulcineias — disse o negociante.
(Bernardo Guimarães. O garimpeiro.)
1 inculcar: dar a entender.
2 papalvo: pessoa boba, tola, pateta.
3 entremez: apresentação de jograis ou bufões, realizada nos banquetes da Idade Média.
4 debique: ação ou resultado de debicar, debochar; escárnio, zombaria.
5 ginete: cavalo de boa raça, bem adestrado.
A intertextualidade presente no trecho “Já lá se foi o tempo dos D. Quixote e das Dulcineias” (7º parágrafo) tem como objetivo
Leia o excerto de O garimpeiro para responder à questão.
O jovem negociante era de conversação jovial e zombe-
teira. Para se inculcar1 de fina e polida educação, escarnecia
de tudo quanto era do sertão, e naquela ocasião, para dar
mostras de seu espírito, começou pelas cavalhadas.
[5] — Na corte ninguém iria ver cavalhadas senão para
rir-se. É um divertimento do tempo de El-Rei nosso senhor.
Que papel ridículo não fazem esses papalvos2 que ali vão
galopar enfeitados de chapéus armados, bandas, fitas e
ouropéis como figuras de entremez3 !... E a embaixada, Santo
[10] Deus! Há nada mais estúpido! Admira que ainda haja homens
sérios, que assim se atrevam a prestar-se ao debique4 em
público sobre um cavalo dançador, repetindo de boca cheia
umas asneiras que ninguém entende! É espetáculo próprio
só para bobos ou crianças. [...]
[15] — Perdão — replicou Elias com polidez — não lhe acho
razão, meu senhor, e entendo que a cavalhada é um diverti-
mento muito nobre, muito agradável, e muito útil.
— Deveras! E não me fará o favor de dizer em quê?...
— Em quê? Em muita coisa. O senhor bem sabe que
[20] as cavalhadas não são mais do que uma imagem, um simu-
lacro das antigas justas e torneios. Mas esses divertimentos
bárbaros, em que se derramava sangue, e que muitas vezes
custavam a vida aos justadores, não podem compadecer-se
com as luzes e costumes da civilização atual, e admira que,
[25] mesmo nos sanguinários tempos da média idade, fossem
tolerados entre povos cristãos. A cavalhada, porém, ficou
como uma imitação daquelas lutas cavalheirescas, que,
não custando o sangue nem a vida a ninguém, oferece um
brilhante e nobre espetáculo aos olhos do povo. A equitação é
[30] uma arte útil, necessária mesmo; ninguém o pode contestar.
A cavalhada produz estímulo e emulação entre os moços
para se exercerem nesta vantajosa e nobre arte, dando-lhes
ocasião de alardear o seu garbo e destreza em dirigir um
possante e fogoso ginete5 aos olhos do público, e às vezes
[35] também de uma amante querida, que do fundo do seu palan-
que o anima com um olhar, ou com um sorriso.
Dizendo estas últimas palavras, Elias lançou furtivamente
sobre Lúcia um olhar rápido. [...]
— Oh! meu senhor! Já lá se foi o tempo dos D. Quixote e
[40] das Dulcineias — disse o negociante.
(Bernardo Guimarães. O garimpeiro.)
1 inculcar: dar a entender.
2 papalvo: pessoa boba, tola, pateta.
3 entremez: apresentação de jograis ou bufões, realizada nos banquetes da Idade Média.
4 debique: ação ou resultado de debicar, debochar; escárnio, zombaria.
5 ginete: cavalo de boa raça, bem adestrado.
No excerto “repetindo de boca cheia umas asneiras que ninguém entende!” (2º parágrafo), a expressão sublinhada possui um sentido conotativo.
A ideia comunicada por ela também pode ser expressa pelo advérbio
Leia o excerto da reportagem “A floresta em chamas” para responder à questão.
Em 1985, o biólogo Christopher Uhl e o ecólogo Robert Buschbacher, ambos norte-americanos, foram os primeiros a falar de um tal “sinergismo perturbador” entre as queimadas promovidas pela pecuária e a exploração madeireira nas florestas de Paragominas, no estado do Pará. Alguns anos depois, dois outros pesquisadores, Mark Cochrane e Daniel Nepstad, também norte-americanos, junto a uma equipe de pesquisadores, se debruçaram sobre imagens de satélite da Amazônia para comprovar suas suspeitas: o pico de “desmatamento”, registrado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em 1995 — 30 mil km2 de florestas devastadas, a maior extensão da série histórica até hoje — era, em grande parte, produto do fogo. [...]
Os grandes incêndios florestais são sempre produto de uma interação entre vários elementos. O clima é um fator importante, mas não o único. As fagulhas das queimadas intencionais para limpar uma área ou renovar um pasto são essenciais para o fogo começar. Se a floresta continuasse intacta e úmida, como sempre foi desde os seus primórdios, o fogo não avançaria sobre ela. A explicação de Uhl e Buschbacher era simples: a exploração de madeira fazia fissuras no chão e no teto da floresta, o que tornava as florestas menos úmidas e, portanto, propícias ao fogo. “O resultado é um fogo de ocorrência tão comum que raramente encontramos uma floresta explorada em Paragominas que escapou dos incêndios nos últimos anos”, escreveram eles. Os autores ressalvaram que a exploração de madeira em si não seria grande motivo para preocupação, se fosse feita de forma seletiva e cuidadosa. Mas a prática se apresentava tão desmazelada que o estrago era enorme. “As motosserras derrubavam todas as árvores passíveis de colheita, cortando muito mais do que era realmente colhido […]. O resultado final são milhares de quilômetros quadrados de floresta cicatrizados com trilhas de correntão e carregados de madeira morta no chão que vai virar combustível.” Essa era a sinergia perturbadora revelada por eles. Mesmo que a intenção fosse explorar apenas as árvores com madeira de valor comercial, mantendo a floresta “em pé”, elas terminavam muito modificadas.
(Joice Ferreira. “A floresta em chamas”. https://piaui.folha.uol.com.br, setembro de 2021.)
O pico de “desmatamento”, registrado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em 1995 — 30 mil km2 de florestas devastadas, a maior extensão da série histórica até hoje — era, em grande parte, produto do fogo. (1º parágrafo)
“O resultado é um fogo de ocorrência tão comum que raramente encontramos uma floresta explorada em Paragominas que escapou dos incêndios nos últimos anos”, escreveram eles. (2º parágrafo)
A utilização das aspas nos trechos sublinhados indica, respectivamente,