Questões de História - História do Brasil - Império
[...] Havia praticamente um consenso entre a comunidade médica do Rio de que, enquanto durou, o tráfico de escravos foi o principal responsável pela eclosão das epidemias de varíola na cidade. Pereira Rego, o mais importante higienista e historiador da saúde pública no Brasil do século XIX, associa sistematicamente a ocorrência de varíola na cidade às condições do tráfico negreiro. Para Rego, por exemplo, a única explicação possível para o fato de a varíola ter se ausentado da Corte por quatro anos seguidos, no início dos anos 30, era a cessação temporária do comércio negreiro em virtude da lei de abolição do tráfico de 1831. [...]
CHALOUB, Sidney. Cidade febril. Cortiços e epidemias na Corte imperial. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 108-109.
Segundo Sidney Chaloub, para a comunidade médica do Rio de Janeiro, na primeira metade do século XIX
O número cada vez maior de mulheres letradase interessadas pela literatura e pelas novelas, muitas divulgadas em capítulos, seções, classificadas comumente como folhetim, alçou a um gênero de ficção corrente já em 1840, fazendo parte do florescimento da literatura nacional brasileira, instigando a formação e a ampliação de um público leitor feminino, ávido por novidades, pelo apelo dos folhetins e “narrativas modernas” que encenavam “os dramas e os conflitos de uma mulher em processo de transformação patriarcal e provinciana que, progressivamente, começava a se abrir para modernizar seus costumes”. No Segundo Reinado, as mulheres foram se tornando público determinante na construção da literatura e da imprensa nacional. E não apenas público, porquanto crescerá o número de escritoras que colaboram para isso e emergirá uma imprensa feminina, editada, escrita e dirigida por e para mulheres.
ABRANTES, A Do álbum de familia à vitrine impressa; trajetos de retratos (PB, 1920), Revista Temas em Educação, r. 24, 2015 (adaptado)
O registro das atividades descritas associa a inserção da figura feminina nos espaços de leitura e escrita do Segundo Reinado ao(à)
A figura a seguir trata de um documento produzido durante o contexto histórico, o qual debate a vinda de imigrantes chineses para o Brasil nos anos 1870.
Com base na figura e nos conhecimentos sobre o Brasil durante o século XIX, considere as afirmativas a seguir.
I. Nos anos 1870, a vinda de imigrantes europeus e asiáticos para o Brasil era debatida como forma de suprir a crise da mão de obra escrava que se agravou, em parte, desde o fim do tráfico negreiro em 1850.
II. Com o fim do tráfico negreiro em 1850 e, décadas mais tarde, a abolição da escravidão em 1888, a mão de obra dos ex-escravos e seus descendentes foi absorvida pela economia, tornando a imigração secundária.
III. Apesar da tônica racista empregada pelo governo brasileiro no tocante a determinados grupos, como negros e japoneses, a imprensa do período permaneceu isenta em relação a esses discursos.
IV. O debate político sobre a transição de mão de obra no período foi marcado pela utilização de discursos racistas, enfatizando a suposta inferioridade física, moral e cultural de determinados grupos.
Assinale a alternativa correta.
Texto para a pergunta.
Bênção paterna
(...)
0 período orgânico da literatura nacional conta já três fases.
A primitiva, que se pode chamar aborígene, são as lendas e mitos da terra
selvagem e conquistada; são as tradições que embalaram a infância do povo,
e ele escutava como o filho a quem a mãe acalenta no berço com as canções
da pátria, que abandonou.
Iracema pertence a essa literatura primitiva, cheia de santidade e enlevo,
para aqueles que veneram na terra da pátria a mãe fecunda — alma mater,
e não enxergam nela apenas o chão onde pisam.
0 segundo período é histórico: representa o consórcio do povo invasor com
a terra americana, que dele recebia a cultura, e lhe retribuía nos eflúvios de
sua natureza virgem e nas reverberações de um solo esplêndido.
(...)
É a gestação lenta do povo americano, que devia sair da estirpe lusa, para
continuar no novo mundo as gloriosas tradições de seu progenitor. Esse
período colonial terminou com a independência.
A ele pertencem O guarani e As minas de prata. Há aí muita e boa
messe a colher para o nosso romance histórico; mas não exótico e raquítico
como se propôs a ensiná-lo a nós beócios, um escritor português.
A terceira fase, a infância de nossa literatura, começada com a
independência política, ainda não terminou; espera escritores que lhe deem os
últimos traços, e formem o verdadeiro gosto nacional, fazendo calar as
pretensões hoje tão acesas, de nos colonizarem pela alma e pelo coração, já
que não o podem pelo braço.
Neste período a poesia brasileira, embora balbuciante ainda, ressoa, não
já somente nos rumores da brisa e nos ecos da floresta, senão também nas
singelas cantigas do povo e nos íntimos serões da família.
(...)
0 tronco do ipê, o Til e O gaúcho, vieram dali; embora, no primeiro
sobretudo, se note já, devido à proximidade da corte, e à data mais recente, a
influência da nova cidade, que de dia em dia se modifica, e se repassa do
espírito forasteiro.
Nos grandes focos, especialmente na corte, a sociedade tem a fisionomia
indecisa, vaga e múltipla, tão natural à idade da adolescência. É o efeito da
transição que se opera; e também do amálgama de elementos diversos.
A importação contínua de ideias e costumes estranhos, que dia por dia nos
trazem todos os povos do mundo, devem por força de comover uma sociedade
nascente, naturalmente inclinada a receber o influxo de mais adiantada
civilização.
(...)
Desta luta entre o espírito conterrâneo e a invasão estrangeira, são
reflexos Lucíola, Diva, A pata da gazela, e tu, livrinho, que aí vais correr
mundo com o rótulo de Sonhos d’ouro.
José de Alencar, Sonhos d’ouro. “Bênção paterna” é o título do prefácio de José de Alencar a seu romance Sonhos d’ouro (1872). Adaptado.
Depreende-se do texto que o Romantismo, no Brasil,
Tabela 1
Produção de café no Brasil em milhões de sacas.
Tabela 2
Preço médio de um escravo (sexo masculino) no
Vale do Paraíba.
Sabendo-se que em 1850, a Lei Euzébio de Queiroz proibiu o tráfico intercontinental de escravos, e observando as tabelas acima, pode-se concluir que
Hoje o Rio de Janeiro é famoso pela bela alcunha de “Cidade Maravilhosa”, mas seu passado esconde apelidos muito menos lisonjeiros. “Porto Sujo” e “Cidade da Morte”eram os nomes que os estrangeiros usavam para se referir à capital fluminense antes da Reforma Pereira Passos. Muitos navios passaram a evitar a Baia de Guanabara por medo. Em um episódio dramático, em 1895, 333 marinheiros do navio italiano Lombardia, que tinha 340 tripulantes, contraíram febre amarela, e 234 morreram.
BIAS, M. Passado a limpo. Disponível em: www.revistadehistoria.com.br. Acesso em: 14 abr. 2015 (adaptado).
Os termos pelos quais a cidade era conhecida no passado, antes da reforma mencionada no texto, são explicados pela associação entre os seguintes fatores:
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