Questões de História - História Geral - Idade Média
O historiador francês Marc Bloch analisa em seu livro “A sociedade feudal” um dos rituais mais simbólico do período do feudalismo. “Eis dois homens à frente: um, que quer servir; o outro, que aceita, ou deseja, ser chefe. O primeiro une as mãos e, assim juntas, coloca-do, por vezes, era ainda acentuado pela genuflexão. Ao mesmo tempo, a personagem que oferece as mãos pronuncia algumas palavras, muito breves, pelas quais se reconhece “o homem” de quem está na sua frente. Depois, chefe e subordinado beijam-se na boca: símbolo de acordo e de amizade. Eram estes – muito simples e, por isso mesmo, eminentemente adequados para impressionar espíritos tão sensíveis às coisas – os gestos que serviam para estabelecer um dos vínculos mais fortes que a época feudal conheceu.”
A que ritual a narrativa se refere?
Tendo surgido durante a existência do Império Romano, a religião cristã sobreviveu ao colapso do império e se manteve cada vez mais forte durante todo o período medieval.
Considerando a crescente influência do cristianismo e da Igreja Católica na época medieval, assinale a afirmação FALSA.
Para o famoso historiador Jacques Le Goff, destacavam-se na sociedade medieval quatro personagens: os santos, os reis, os papas e os teólogos. Ele afirma que “Os santos são uma novidade, uma criação do cristianismo; os reis são uma nova figura de chefe político; os Papas lideram a Igreja cristã; os teólogos substituem os filósofos da Antiguidade. Portanto, Deus como criador da Humanidade e do mundo é o principal mote do pensamento da época.”
(Jornal O Globo, 05/04/2014. Disponível em: http://oglobo.globo.com/blogs/prosa/posts/2014/04/05/uma-entrevista-inedita-com-jacques-le-goff-morto-aos-90-anos-529991.asp, consultado em 29/04/2015).
Desta caracterização, pode-se deduzir corretamente que:
O cristianismo aparece em quase todas as fases do ritual feudo-vassálico. Primeiro, a cerimônia (mesmo que nenhum dos intervenientes, nem senhor nem vassalo, sejam clérigos) pode realizar-se numa igreja, lugar privilegiado para a en- trada em vassalagem. E até muitas vezes se sublinha que a cerimônia se processa na parte mais sagrada da igreja, o altar-mor.
O juramento que constitui um elemento essencial da fidelidade é, quase sempre, prestado sobre um objeto religioso, e até particularmente sagrado — a Bíblia ou relíquias.
(Jacques Le Goff. Para um novo conceito de Idade Média: tempo, trabalho e cultura no Ocidente, 1980. Adaptado.)
Ao caracterizar um dos rituais principais do feudalismo na Europa do Ocidente medieval, o excerto destaca
“Mas esse termo, a banalidade, diz respeito também ao território urbano e, sobretudo, suburbano. A partir do século X, mas principalmente do XI, é o grande período de urbanização – prefiro utilizar esse termo mais do que o de renascimento urbano, já que penso que, salvo exceção, não há continuidade entre a Idade Média e a Antiguidade.”
(LE GOFF, Jacques. Por amor às cidades: conversações com Jean Lebrun. São Paulo: UNESP, 1998, p. 16.)
A respeito do tema tratado no fragmento de texto acima, podemos afirmar CORRETAMENTE que:
Uma classe de vassalos do próprio imperador, que recebiam benefícios diretamente de Carlos Magno, passava a se desenvolver no campo, formando uma classe de donos de terra. Esses vassalos constituíam o núcleo do exército carolíngio. Mas o sistema se estendia para muito além da lealdade direta ao imperador. Outros vassalos recebiam benefícios de príncipes que eram, eles próprios, vassalos do soberano.
(Perry Anderson. Passagens da Antiguidade ao feudalismo, 2016. Adaptado.)
O excerto descreve um conjunto de relações sociais iniciadas no governo do rei franco Carlos Magno, que foi coroado imperador do Ocidente pelo Papa no ano de 800. Essas relações
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