Questões de Português - Gramática - Morfologia
TEXTO
Após o jantar, papai começou a contar uma história, e justo sobre a laje do Trovão. [...]
Foi nessa noite que ouvi falar pela primeira vez na “boca da noite”.
Eu nem estava prestando atenção na história que papai contava, mas, quando falou da tal “boca da noite”, tratei logo de acordar todos os meus sentidos que estavam quase dormindo.
Fiquei imaginando como era o corpo da noite... Pois se tem boca, tem que ter cabeça, nariz, orelha, cabelo, braços, pernas, mãos e pés... Será que essas partes são parecidas com as do nosso corpo? Porque, se tem boca, deve haver um corpo! [...]
- Filho, céu é uma coisa, a boca da noite é outra. O que importa é que existem dois mundos: o mundo do dia e o mundo da noite, e o que divide um mundo do outro é a boca da noite. É a boca da noite que ajuda a manter o equilíbrio da vida na Terra e de todos os viventes. Nós trabalhamos durante o dia e, depois da boca da noite, dormimos sossegados dentro dela. [...]
(WAPICHANA, Cristino. A boca da noite. Rio de Janeiro: Zit, 2016, p.71)
Na frase “Eu nem estava prestando atenção na história que papai contava, mas, quando falou da tal “boca da noite”, tratei logo de acordar todos os meus sentidos que estavam quase dormindo.”, do texto, os termos destacados são, respectivamente, classificados como:
Uma vela para Dario
Dalton Trevisan
[1] Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço
[2] esquerdo e, assim que dobrou a esquina,
[3] diminuiu o passo até parar, encostando-se à
[4] parede de uma casa. Por ela escorregando,
[5] sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva, e
[6] descansou na pedra o cachimbo.
[7] Dois ou três passantes rodearam-no e
[8] indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a
[9] boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta.
[10] O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia
[11] sofrer de ataque.
[12] Ele reclinou-se mais um pouco, estendido
[13] agora na calçada, e o cachimbo tinha apagado.
[14] O rapaz de bigode pediu aos outros que se
[15] afastassem e o deixassem respirar. Abriu-lhe o
[16] paletó, o colarinho, a gravata e a cinta.
[17] Quando lhe retiraram os sapatos, Dario roncou
[18] feio e bolhas de espuma surgiram no canto da
[19] boca.
[20] Cada pessoa que chegava erguia-se na ponta
[21] dos pés, embora não o pudesse ver. Os
[22] moradores da rua conversavam de uma porta
[23] à outra, as crianças foram despertadas e de
[24] pijama acudiram à janela. O senhor gordo
[25] repetia que Dario sentara-se na calçada,
[26] soprando ainda a fumaça do cachimbo e
[27] encostando o guarda-chuva na parede. Mas
[28] não se via guarda-chuva ou cachimbo ao seu
[29] lado.
[30] A velhinha de cabeça grisalha gritou que ele
[31] estava morrendo. Um grupo o arrastou para o
[32] táxi da esquina. Já no carro a metade do
[33] corpo, protestou o motorista: quem pagaria a
[34] corrida? Concordaram chamar a ambulância.
[35] Dario conduzido de volta e recostado à parede
[36] – não tinha os sapatos nem o alfinete de
[37] pérola na gravata.
[38] Alguém informou da farmácia na outra rua.
[39] Não carregaram Dario além da esquina; a
[40] farmácia no fim do quarteirão e, além do mais,
[41] muito pesado. Foi largado na porta de uma
[42] peixaria. Enxame de moscas lhe cobriu o
[43] rosto, sem que fizesse um gesto para espantá-
[44] las.
[45] Ocupado o café próximo pelas pessoas que
[46] vieram apreciar o incidente e, agora, comendo
[47] e bebendo, gozavam as delícias da noite. Dario
[48] ficou torto como o deixaram, no degrau da
[49] peixaria, sem o relógio de pulso.
[50] Um terceiro sugeriu que lhe examinassem os
[51] papéis, retirados – com vários objetos – de
[52] seus bolsos e alinhados sobre a camisa
[53] branca. Ficaram sabendo do nome, idade;
[54] sinal de nascença. O endereço na carteira era
[55] de outra cidade.
[56] Registrou-se correria de mais de duzentos
[57] curiosos que, a essa hora, ocupavam toda a
[58] rua e as calçadas: era a polícia. O carro negro
[59] investiu a multidão. Várias pessoas
[60] tropeçaram no corpo de Dario, que foi
[61] pisoteado dezessete vezes.
[62] O guarda aproximou-se do cadáver e não pôde
[63] identificá-lo – os bolsos vazios. Restava a
[64] aliança de ouro na mão esquerda, que ele
[65] próprio – quando vivo – só podia destacar
[66] umedecida com sabonete. Ficou decidido que o
[67] caso era com o rabecão.
[68] A última boca repetiu “Ele morreu, ele
[69] morreu”. A gente começou a se dispersar.
[70] Dario levara duas horas para morrer, ninguém
[71] acreditou que estivesse no fim. Agora, aos que
[72] podiam vê-lo, tinha todo o ar de um defunto.
[73] Um senhor piedoso despiu o paletó de Dario
[74] para lhe sustentar a cabeça. Cruzou as suas
[75] mãos no peito. Não pôde fechar os olhos nem
[76] a boca, onde a espuma tinha desaparecido.
[77] Apenas um homem morto e a multidão se
[78] espalhou, as mesas do café ficaram vazias. Na
[79] janela alguns moradores com almofadas para
[80] descansar os cotovelos.
[81] Um menino de cor e descalço veio com uma
[82] vela, que acendeu ao lado do cadáver. Parecia
[83] morto há muitos anos, quase o retrato de um
[84] morto desbotado pela chuva.
[85] Fecharam-se uma a uma as janelas e, três
[86] horas depois, lá estava Dario à espera do
[87] rabecão. A cabeça agora na pedra, sem o
[88] paletó, e o dedo sem a aliança. A vela tinha
[89] queimado até a metade e apagou-se às
[90] primeiras gotas da chuva, que voltava a cair.
TREVISAN, Dalton. Vinte Contos Menores. Rio de Janeiro: Record, 1979.
No conto, há duas classes de pessoas que interagem com Dario: os indiferentes e os solidários. Atente ao que se diz a seguir sobre estes dois grupos de personagens, e assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso.
( ) Para marcar linguisticamente a classe dos indiferentes, o contista faz uso, geralmente, de expressões com plural ou com pronome indefinido.
( ) Para descrever a classe dos solidários, o narrador emprega, algumas vezes, substantivos seguidos de artigo definido ou de adjetivos/expressões adjetivas.
( ) O contista narra inúmeras tentativas para auxiliar Dario, destacando, em relação aos indiferentes, um maior predomínio, no texto, de pessoas solidárias com a dor e o sofrimento do pobre homem.
( ) Há um tom marcadamente trágico presente no desfecho do conto, ao se mostrar, entre as pessoas solidárias, um senhor piedoso e um menino negro sem chinelos que pareciam, em pleno espaço público da rua em uma noite chuvosa, preparar os rituais da cerimônia do velório e do sepultamento do corpo de Dario.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
A distância entre mim e o caos
Martha Medeiros* – 02/09/2017
Desliguei o computador, abandonei revistas e jornais na área de serviço (mausoléu das más notícias),
escolhi um livro e fui para a sacada tentar dar ao sábado uma cara de sábado mesmo, e não de segunda-feira.
Essa mania de trabalhar nos fins de semana pode ser muito produtiva, mas é preciso saber parar e experimen-
tar a vida sem a ajuda de aparelhos.
[5] Antes de abrir o livro, olhei para fora. Moro num andar alto e a vista que tenho é bem abrangente.
Enxergo minha rua, esquinas, os prédios vizinhos, algumas casas e um parque, e também uma avenida ao
longe, um posto de gasolina e a copa das árvores de outro parque. Até dois morros eu enxergo. Nos edifícios
mais próximos, posso inclusive bisbilhotar o que acontece no interior dos apartamentos, meu momento “janela
indiscreta” sem precisar de luneta.
[10] Sendo assim, como se estivesse diante de uma tela panorâmica, passei a observar um casal lá
embaixo passeando com o cachorro, um homem empunhando uma raquete de tênis e caminhando rumo ao
clube, um carro que passou em baixa velocidade sem colidir com outro e sem atropelar ninguém, uma idosa
em pantufas e robe de chambre pendurando roupas no varal do seu pátio, uma garota adolescente cami-
nhando com fones de ouvido e cruzando com um garoto que não a assaltou, um homem sentado numa cadeira
[15] de praia na calçada, tomando seu primeiro banho de sol do segundo semestre, a persiana de uma janela
sendo aberta no prédio ao lado sem que nenhum deprimido saltasse lá de dentro, o porteiro batendo papo com
o entregador de pizza sem que nenhuma gangue o rendesse a fim de fazer um arrastão nos apartamentos.
Estava tudo dentro de uma fascinante normalidade.
Assim tem sido aqui nas redondezas. Eu caminho todos os dias pelos quarteirões, vou a pé para o
[20] estúdio de pilates, percebo orquídeas nascendo em árvores, moças passeando com carrinhos de bebê, gente
saindo com seu automóvel de dentro das garagens. É bem verdade que já escutei tiroteio de madrugada, já
escutei sirene de viatura, já escutei histórias de roubos, que é quando minha vizinhança se aproxima das notí-
cias da tevê e das queixas que transbordam no Facebook, mas ver, nunca vi.
Finalmente, abro o livro, que narra conflitos psicológicos sem nenhum derramamento de sangue,
[25] e me dou conta do silêncio da minha casa e da minha circunstância. Nem uma freada brusca, nem uma
ambulância ruidosa e apressada, nem mesmo o miado do meu gato interrompe minha concentração e minha
fé – está tudo em suspeita calmaria. A violência da vida se mantém muito bem escondida quando estou des-
conectada. Quase acredito na paz.
*Martha Medeiros é cronista. Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/martha-medeiros/noticia/2017/09/a- -distancia-entre-mim-e-o-caos-9885101.html. Acesso em 25 set. 2017.
Numere a segunda coluna abaixo, observando a classe gramatical da palavra em destaque, e assinale a alternativa correta.
1. pronome
2. advérbio
3. artigo indefinido
4. preposição
5. numeral
( ) “Essa mania de trabalhar nos fins de semana pode ser muito produtiva” (linha 3).
( ) “Enxergo minha rua, esquinas, os prédios vizinhos, algumas casas e um parque, e também uma avenida ao longe” (linhas 6-7).
( ) “Até dois morros eu enxergo” (linha 7).
( ) “[...] a persiana de uma janela sendo aberta no prédio ao lado sem que nenhum deprimido saltasse lá de dentro” (linhas 15-16).
( ) “A violência da vida se mantém muito bem escondida quando estou desconectada” (linha 27).
A ordem correta da numeração da segunda coluna, de cima para baixo, é:
TEXTO
Escalada para o inferno
Iniciava-se ali, meu estágio no inferno. A ardida solidão corroía cada passo que eu dava. Via crucis vivida aos seis anos de idade, ao sol das duas horas. Vermelhidão por todos os lados daquela rua íngreme e poeirenta. Meus olhos pediam socorro mas só encontravam uma infinitude de terra e desolação. Tentava acompanhar os passos de meu pai. E eles eram enormes. Não só os passos mas as pernas. Meus olhos olhavam duplamente: para os passos e para as pernas e não alcançavam nem um nem outro. Apenas se defrontavam com um vazio empoeirado que entrava no meu ser inteiro. Eu queria chorar mas tinha medo. Tropeçava a cada tentativa de correr para alcançar meu pai. E eu tinha medo de ter medo. E eu tinha medo de chorar. E era um sofrimento com todos os vórtices de agonia. À minha frente, até onde meus olhos conseguiram enxergar, estavam os pés e as pernas de meu pai que iam firmes subindo subindo subindo sem cessar. À minha volta eu podia ver e sentir a terra vermelha e minha vida envolta num turbilhão de desespero. Na verdade eu não sabia muito bem para onde estava indo. Eu era bestializado nos meus próprios passos. Nas minhas próprias pernas. Tinha a impressão que o ponto de chegada era aquele redemoinho em que me encontrava e que dele nunca mais sairia. Na ânsia de ir sem querer ir eu gaguejava no caminhar. E olhava com sofreguidão para os meus pés e via ainda com mais aflição que os bicos de meus sapatos novos estavam sujos daquela poeira impregnante, vasculhante, suja. Eu sempre gostei de sapatos. Eu sempre gostei de sapatos novos. Novos e luzidios. E eles estavam sujos. Cobertos de poeira. E a subida prosseguia inalterada. Tentava olhar para o alto e só conseguia ver os enormes joelhos de meu pai que dobravam num ritmo compassado. Via suas pernas e seus pés. E só. Sentia, lá no fundo, um desejo calado de dizer alguma coisa. De dizer-lhe que parasse. Que fosse mais devagar. Que me amparasse. Mas esse desejo era um calo na minha pequenina garganta que jamais seria curado. E eu prossegui ao extremo de meus limites. Tinha de acontecer: desamarrou o cadarço de meu sapato. A loucura do sol das duas horas parece ter se engraçado pelo meu desatino. Tudo ficou muito mais quente. Tudo ficou mais empoeirado e muito mais vermelho. O desatino me levou ao choro. Não sei se chorei ou se choraminguei. Só sei que dei índices de que eu precisava de meu pai. E ele atendeu. Voltou-se para mim e viu que estava pisando no cadarço. Que estava prestes a cair. Então me socorreu. Olhou-me nos olhos com a expressão casmurra. Levou suas enormes mãos aos meus pés e amarrou o cadarço firmemente com um intrincado nó. A cena me levou a um estado de cegueira anestésica tão intensa que sofri uma espécie de amnésia passageira. Estado de torpor. Quando dei por mim, já tinha chegado ao meu destino: cadeira do barbeiro. Alta, prepotente e giratória. Ele, o barbeiro, cabeça enorme, mãos enormes, enormes unhas, sorriso nos lábios dos quais surgiam grandes caninos. Ele portava enorme máquina que apontava em minha direção. E ouvi a voz do pai: pode tirar quase tudo! deixa só um pouco em cima! Ali, finalmente, para lembrar Rimbaud, ia se encerrar meu estágio no inferno.
(GONÇALVES, Aguinaldo. Das estampas. São Paulo: Nankin, 2013. p. 45-46.)
Que aspecto linguístico é responsável por criar, no Texto, uma atmosfera dramática e misteriosa? Assinale a alternativa correta:
Leia o texto para responder à questão.
Os seres humanos não podem viver sem ficções – mentiras que parecem verdades e verdades que parecem mentiras. E, graças a essa necessidade, existem criações maravilhosas como as belas artes e a literatura, que tornam mais suportável a vida das pessoas. Mas há as ficções benignas, como as que saíram dos pincéis de um Goya ou da pena de um Cervantes, e aquelas malignas, que negam sua natureza subjetiva, ideal e irreal e se apresentam como descrições objetivas, científicas da realidade.
Mais recentemente, tivemos muitas oportunidades de ver os efeitos perniciosos das ficções malignas, disseminadas por alguns gurus, que dizem respeito principalmente à economia como um todo. A mais recente é a de Paul Krugman que, em sua coluna no New York Times, anunciou o próximo “corralito” na economia espanhola, o que por acaso contribuiu para acelerar a fuga de capitais da Espanha e deve ter deixado estupefatos muitos dos seus admiradores que ainda não tinham percebido que também os ganhadores do Nobel de Economia, quando se transformam em ícones da mídia, às vezes dizem bobagens.
(Mario Vargas Llosa, “As ficções malignas”. O Estado de S.Paulo, 27.05.2012)
No trecho – A mais recente é a de Paul Krugman... –, o artigo a
Leia o texto a seguir e responda à questão.
O projeto para uma adaptação em live-action da icônica boneca criada por Ruth Handler, em 1959, passou por três estúdios: Universal, Sony e, por fim, Warner, que já em janeiro de 2019 anunciou a escalação de Margot Robbie para o elenco e a dupla Greta Gerwig e Noah Baumbach para o roteiro. Dava-se início a uma produção que até bem pouco tempo antes de sua estreia era tida como uma chacota completa, um filme vergonhosamente artificial e reafirmador de bobagens e frufrus do mundo infantilizado das bonecas, entorpecido de rosa, alienação e utopia brega. O mais gostoso nisso tudo é que a diretora Greta Gerwig pega essas características possíveis do Universo da Barbie e as transforma numa obra divertidíssima, um filme realmente importante para o cinema por pegar um brinquedo e não fazer uma propaganda de duas horas sobre ele. Parte do maior evento cinematográfico de 2023 (o Barbieheimer), este longa teve em sua campanha de marketing uma virada de chave na percepção de público que não é todo dia que encontramos. Para usar um termo reforçado pela diretora em entrevistas, estamos falando de uma obra que faz questão de exaltar a “artificialidade autêntica”.
O foco aqui é a interação entre mundos, tanto em seu aspecto estético quanto em seu aspecto ideológico, e o roteiro não vai poupar críticas e louvores ao impacto e às ideias que a famosa boneca trouxe para gerações de meninas (e de alguns meninos também), começando pelo corpo e beleza inalcançáveis e seguindo para o reforço de práticas e ideias de comportamento social que basicamente replica o padrão da “mulher dos Estados Unidos nos anos 1950“. O filme opõe esse padrão de criação e comportamento às diferentes ideias possíveis que se possa ter em relação à Barbie, mostrando-nos um mundo inteiro controlado por uma visão feminina (uma sociedade matriarcal) e o quão diferente isso é de nosso próprio mundo, controlado por uma visão masculina (uma sociedade patriarcal).
Em sua mistura de gêneros (comédia, drama, musical, fantasia dadaísta), ela coloca em cena padrões de papel social que, convenhamos, é o cerne do Universo da Barbie nos brinquedos e nas animações. O que Greta Gerwig faz de maneira aplaudível aqui é pegar exatamente essa essência do Universo cor-de-rosa e encontrar o conflito que está na cara de todos: as Barbies são as estrelas da brincadeira e os Kens. . . são só os Kens.
É por isso que o grunhido no baixio das bestas pseudo-sommeliers de testosterona nos faz rir diante da frase “Barbie é um filme anti-homem”. Isso não só é estupidez, como também inaptidão cognitiva de compreender um dos enredos mais comicamente diretos e simples sobre os problemas de relações interpessoais frente aos gêneros.
Barbie fala sobre escolhas e mudanças. Nas mãos de Gerwig, o comportamento típico das bonecas e bonecos, via imaginação, ganha forma crítica e aponta para muitos caminhos, visitando a metalinguagem, as relações político-sociais, o patriarcado e o feminismo, os sentimentos, as crises existenciais ou a aceitação de própria condição social e de gênero. A obra cumpriu a promessa de que teríamos um produto diferente do que se podia imaginar de um live-action da Barbie. É o uso assumido da artificialidade autêntica para mostrar as contradições, as sugestões de progresso e as possibilidades de um Universo com a cara dos anos 1950 que ninguém jamais tivera a coragem de mostrar o que realmente era, em todas as suas nuances e possibilidades de transformação. Até agora.
(Adaptado. SANTIAGO, Luiz. Crítica / Barbie (2023). Nada é o que parece no mundinho cor-de-rosa. Disponível em: https://www.planocritico. com/critica-barbie-2023/. 21 jul. 2023. Acesso em: 11 set. 2023.)
Com base nos recursos linguístico-discursivos presentes no texto, considere as afirmativas a seguir.
I. Os termos “filme”, “obra”, “longa” e “produção” ajudam a dar coesão ao texto, porque remetem ao mesmo elemento.
II. O uso dos pronomes “nos” e “nosso”, no segundo parágrafo, indica que o autor inclui o leitor/espectador do filme em suas considerações.
III. Os termos sublinhados em “críticas e louvores ao impacto e às ideias” e “em todas as suas nuances” possuem, ambos, preposição e artigo, o que justifica a crase, no primeiro, por ser obrigatória, e sua ausência no segundo, por ser facultativa.
IV. No último parágrafo, em “Barbie fala sobre escolhas e mudanças.”, o substantivo próprio remete à famosa boneca.
Assinale a alternativa correta.
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