Eliminarei os movimentos sinuosos, indecisos, os gestos mal definidos, os percursos inúteis. Quero apenas o ritmo e os passos absolutamente indispensáveis. Enriquecerei o meu vocabulário como fazem os poetas. A imobilidade? Serei o primeiro a utilizá-la de uma forma consciente. A estática é o equilíbrio das forças. A imobilidade pode acentuar o sentido da ação, do mesmo modo que o silêncio pode ser mais eficaz que as palavras. A dança, como as demais artes, é expressão da pessoa humana e dos seus pensamentos, deve ir para além das regras recebidas, é extensível até ao infinito.
José Sasportes. Pensar a dança: a reflexão estética de Marllamé a Cocteau. Vila da Maia, Portugal: Imprensa Nacional, Casa da Moeda, 1983, p. 51-52 (com adaptações).
Considerando o fragmento de texto acima, que é parte do diário do bailarino e coreógrafo Vaslav Nijinski (1889-1950), julgue o item a seguir.
No âmbito do teatro, um dos pontos importantes que a virada do século XIX para o século XX trouxe foi o interesse pelo “mundo das essências”, com o objetivo de dar mais vazão ao simbólico do que ao real.