Observe a imagem ao lado.
Disponível em https://medievalimago.org/2017/11/09/uta-vonballenstedt-a-misteriosa-beleza-do-medievo-saxonico/ Acesso em 07/01/2022
Vemos a estátua da marquesa Uta de Ballenstedt, feita na Alemanha do século XI, que apresenta características marcadamente não idealizadas.
Normalmente, diz-se que tais elementos, ditos realistas ou naturalistas, surgiram a partir do Renascimento (século XV), mas, diante dessa obra, é CORRETO dizer que a arte medieval
Texto 4
Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com suas setas. [...] Ali não pôde deles haver fala, nem entendimento de proveito, por o mar quebrar na costa. [...] Um deles deu-lhe um sombreiro de penas de ave, compridas, com uma copazinha pequena de penas vermelhas e pardas como de papagaio [...]. Senhor, a inocência desta gente é tal, que a de Adão não seria maior, quanto a vergonha.
CAMINHA, Pero Vaz de. Carta de achamento do Brasil. In: OLIVIERI, Antonio Carlos; VILLA, Marco Antonio (orgs.). Cronistas do descobrimento. São Paulo: Ática, 2019. p. 20-21. (Série Bom Livro).
Texto 6
O campo da História Indígena e do Indigenismo enfrenta alguns desafios. Diante de uma historiografia na qual os povos indígenas têm presença diminuta e na qual comparecem como objeto do interesse de outros agentes, elegê-los como foco das análises é, já, uma tarefa de monta. A oferta de documentos constitui uma outra batalha. Quanto mais nos distanciamos do tempo presente, menores são as chances de nos depararmos com documentos escritos produzidos por indígenas. Um e outro desafio, no entanto, conformam o rol de operações que os historiadores realizam, pois demandam o domínio dos instrumentos do ofício para trazer o indígena à cena histórica e fazê-lo “falar”
Reconhecer o protagonismo indígena, porém, desafia os historiadores desde uma outra dimensão de seu trabalho. Não se trata, apenas, de arrolar eventos nos quais os povos indígenas estiveram envolvidos, mas de assumir uma outra perspectiva nas abordagens. Tratar de protagonismo indígena requer assumir o índio como agente histórico pleno, demarcado por interesses, agendas e propósitos próprios. Exige do historiador que atente para as perspectivas indígenas, para suas trajetórias, para suas motivações. Abordar o protagonismo indígena significa considerar como relevantes as motivações e as ações indígenas, concebendo-as como resultado e resultante de escolhas, avaliações, contextos e situações que lhes são próprias, reconhecendo e incorporando a perspectiva indígena. Isso não se limita, que fique claro, ao uso de documentos nos quais as falas indígenas estejam presentes, mas no redimensionamento das abordagens, especialmente no abandono de uma postura que assume, de forma unívoca, a Europa e os processos que lá se constituíram como as matrizes da História do Brasil.
Este último movimento se mostra fundamental para a escrita da história indígena. Além disso, vem impactando a conformação do saber histórico escolar, segundo encaminham as transformações ocorridas no conteúdo curricular, estabelecidas pela alteração do artigo 26º da Lei de Diretrizes e Base da Educação. A assunção de que a História do Brasil compreende a História da África, a Cultura Afrobrasileira e a História Indígena redimensiona a memória construída acerca da formação do país e da nação. Decorrente das demandas da sociedade civil, a inclusão de tais temáticas representa não apenas uma ampliação dos temas relativos à História do Brasil, mas o reconhecimento de que vastos segmentos da sociedade brasileira não se viam representados, de fato e de direito, na História Ensinada, conformando uma memória excludente acerca da formação do país e da sociedade.
Nossa pesquisa pretendeu verificar de que forma o saber histórico escolar, por meio da literatura didática, enfrenta o desafio colocado pela sociedade civil através da legislação e das políticas públicas. [...] Nossos resultados comprovaram que, mesmo após a exigência legal de presença da história e cultura indígena como constitutiva da história do Brasil, a narrativa presente na maioria dos livros didáticos não estabelece os indígenas como protagonistas e permanece reiterando certa memória histórica sobre a origem da nação. Memória pautada na correlação desigual entre atores, em que os portugueses são protagonistas de processos que se desenrolaram ao longo de nossa história e os indígenas são descritos como coadjuvantes exóticos, passivos e atemporais dessas ações. Percebe-se que a pretensão de substituição de uma memória da tradição por uma memória reivindicada pelos direitos recém-adquiridos precisa ir além da contribuição dos dispositivos legais e da produção historiográfica específica sobre a história indígena, reestruturando internamente a narrativa escolar sobre os personagens que construíram a história nacional em sua relação com a história mundial, de modo a propiciar a constituição de identidades contemporâneas que reconheçam a possibilidade de sua própria soberania, e não apenas a subjugação ao outro.
Excertos adaptados de COELHO, Mauro Cezar; ROCHA, Helenice Aparecida Bastos. Paradoxos do protagonismo indígena na escrita escolar da História do Brasil. Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 10, n. 25, p. 464 - 488, jul./set. 2018.
Em síntese, o Texto 6 informa ao leitor que
Observe a foto a seguir, do Cemitério de Belém de São Francisco, no sertão pernambucano, e faça a leitura do texto que a acompanha.
Disponível em: https://www.petrolinanews.com.br/2015/11/ defensores-do-patrimonio-vem-fazendo-um.html Acesso em 08/01/2022.
Para Michel Duarte Ferraz, “essa necrópole já estava em pleno funcionamento em 1905 (...) Aos poucos o cemitério foi ganhando construções vultosas que lembram pequenos templos ou casas. Algumas delas - em estilos neoclássico, gótico ou eclético - são tão requintadas que deixam os visitantes a imaginar como tais obras teriam sido erguidas em pleno sertão nordestino, tão carente de recursos (humanos, materiais e tecnológicos) no final do séc. XIX e início do XX.
FERRAZ, Michel Duarte. Saudades eternas, saudades etéreas: o caso de tentativa de preservação do patrimônio cemiterial de Belém do São Francisco-PE, p. 12.
A pesquisa histórica e arqueológica sobre esse patrimônio cultural constatou a
Leia o seguinte trecho (adaptado) de uma reportagem.
Nossos ancestrais começaram a desenvolver ferramentas de pedra há 2,5 milhões de anos, pelo menos, e foram refinando esses utensílios ao longo de centenas de milhares de anos. Essas variações permitem que os pesquisadores tracem saltos na evolução humana, e agora o mesmo raciocínio pôde ser aplicado a um grupo de macaquinhos aqui no Brasil. Os macacos-prego habitam uma área remota do Parque Nacional Serra da Capivara e os cientistas observaram-nos usando fragmentos arredondados de quartzo para abrir sementes e frutos secos. O interessante é que, segundo as evidências, as criaturas vêm usando e adaptando esses utensílios há pelo menos 3 milênios.
Disponível em https://www.tecmundo.com.br/ciencia/143024-macacos-prego-idade-pedrabrasil.htm?fbclid=IwAR086wKtjWVplmew5y3stXQWdd1M5Uf0_ude55pWrjrDKyun0nTeXkqn0qM Acesso em 02/01/2022. Adaptado
Com base no que foi lido, é CORRETO afirmar que
Observe imagem a seguir e leia o texto que a acompanha.
Disponível em https://i0.wp.com/www.vortexmag.net/wpcontent/uploads/2017/12/34522580214_6986c448fd_b.jpg?resize=1024 %2C683&ssl=1 Acesso em 08/01/2022.
Entre 1509 e 1510, ao desenhar Mértola para o seu Livro das Fortalezas, Duarte de Armas, escudeiro da casa real de Dom Manuel I, fez uma anotação curiosa junto do edifício da Igreja Matriz: “Igreja que foi mesquita” — escreveu. Não escapou assim ao observador uma característica vital do templo religioso cristão que domina a vila alentejana. É um dos indícios documentais mais antigos da prática, certamente comum, de conversão de templos religiosos islâmicos.
Disponível em hrtps://rationalgeographic pt/historia/grandes- reportagens/2733-a-igreja-matriz-de-mertola-que-foi-uma-mesquita. Acesso em 10/01/2022.
A estrutura da igreja e a descrição feita pelo autor seiscentista testemunham a/o
Leia o texto a seguir.
Se tivesse que responder, com uma única palavra, à seguinte pergunta: o que é a escravatura? – responderia: é um assassinato – e meu pensamento seria imediatamente compreendido. Não teria necessidade de um longo discurso para mostrar que o poder de privar um homem de seu pensamento, de sua vontade, de sua personalidade, é o poder de vida e de morte, e que tornar um homem escravo é assassiná-lo. Por que então a essa outra pergunta – o que é a propriedade? – não posso responder da mesma forma – é um roubo – sem ter certeza de ser entendido, ainda que essa segunda proposição não seja senão a primeira transformada?
Pierre-Joseph Proudhon, O que é a propriedade? (1840).
Proudhon foi um dos principais expoentes do pensamento socialista nascente. Em O que é a propriedade?, ele realiza uma poderosa crítica a um dos pilares da doutrina política que os socialistas pretendem combater.
Assinale a alternativa que corresponda a essa doutrina política.