Avalie as afirmações a seguir a partir do texto de Bello e de conhecimentos pessoais prévios.
I. Quanto ao gênero, é uma tirinha que apresenta elementos verbais e não verbais. E os garotos falam uma variante da língua que é impossível compreender. A crítica é que apenas os menores pobres são presos.
II. Na afirmação “Agora os dimenó também vão podê ser presos”, pressupõe que antes os infratores menores de idade não eram punidos com prisão.
III. O vocábulo “dimenó” tem sentidos diferentes nas duas falas. Na primeira, se refere a menores de 18 anos. Na segunda, refere-se a pessoas com menor poder de compra, ou seja, de baixa renda.
Está correto o que se afirma em:
Texto para responder a questão.
Grupos teatrais da Amazônia resgatam histórias dos povos da floresta
Autora: Juliana Domingos de Lima, da Ecoa (fragmento)
Quando um grupo de teatro terminou sua apresentação em uma comunidade de indígenas huni kuin, povo que habita o Acre e o sul do Amazonas, o que se ouviu não foram as tradicionais palmas, mas gritos de saudação. O público soou um alegre “ííííí”, se levantou, deu os braços e dançou. Assim como os atores, maquiados e trajados em um figurino especial, eles também haviam se pintado e se vestido para compartilhar daquele momento.
O “teatro de floresta”, aquele que é feito na floresta ou que encena histórias dos povos da floresta, desafia as convenções do teatro ocidental tradicional e se aproxima da premissa do teatro de rua ao incorporar os sons, cheiros, intervenções de animais e outros seres da floresta.
“O teatro de floresta é vivo, porque a floresta é viva. Como a floresta, ele está em constante transformação”, disse a artista acreana Dani Mirini, que estuda o tema em seu mestrado na Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro). “Pra mim, ele é esse teatro formado já há um tempão aqui, quando chega a hora da noite e o seringueiro ou o ribeirinho que não têm uma televisão vão se reunir ao redor da fogueira e contar histórias de como foi a caça, como foi a pesca, como foi a agricultura, de como era há um tempo atrás, como eles chegaram ali”.
O grupo que se apresentou para os huni kuins, chamado Vivarte, já vem de uma caminhada de mais de 20 anos. Em 1998, Maria Rita Costa da Silva, mãe de Mirini, era professora de história e artes na escola Zuleide Pereira, na zona rural de Rio Branco, capital acreana. A maioria de seus alunos eram filhos de seringueiros. Percebendo que muitos tinham vergonha dessa origem, a professora resolveu criar uma peça de teatro com as histórias contadas pelos pais e avós dos estudantes. [...].
https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias, 04/10/2021.
Analise as afirmações a seguir, a partir do texto e de conhecimentos pessoais prévios.
I. A atuação do teatro de floresta demonstra que a arte pode ser representada e executada de diversas formas e em lugares inusitados. E ratifica que o senso estético é intrínseco a todo ser humano.
II. No período “A maioria de seus alunos eram filhos de seringueiros” o autor faz concordância do verbo com o objeto indireto a fim de revelar o público-alvo do teatro.
III. No trecho “O teatro de floresta é vivo, porque a floresta é viva. Como a floresta, ele está em constante transformação”, disse a artista acreana Dani Mirini”, o pronome grifado é elemento coesivo e retoma a expressão “teatro de floresta”.
IV. O teatro de floresta tem contribuído para os filhos de seringueiros reconhecerem e valorizarem sua identidade cultural marcada por experiências junto à natureza.
V. No excerto “Assim como os atores, maquiados e trajados em um figurino especial, eles também haviam se pintado e se vestido para compartilhar daquele momento”, o período sublinhado apresenta sujeito tipo composto.
É correto o que se afirma em:
Texto para responder a questão.
Grupos teatrais da Amazônia resgatam histórias dos povos da floresta
Autora: Juliana Domingos de Lima, da Ecoa (fragmento)
Quando um grupo de teatro terminou sua apresentação em uma comunidade de indígenas huni kuin, povo que habita o Acre e o sul do Amazonas, o que se ouviu não foram as tradicionais palmas, mas gritos de saudação. O público soou um alegre “ííííí”, se levantou, deu os braços e dançou. Assim como os atores, maquiados e trajados em um figurino especial, eles também haviam se pintado e se vestido para compartilhar daquele momento.
O “teatro de floresta”, aquele que é feito na floresta ou que encena histórias dos povos da floresta, desafia as convenções do teatro ocidental tradicional e se aproxima da premissa do teatro de rua ao incorporar os sons, cheiros, intervenções de animais e outros seres da floresta.
“O teatro de floresta é vivo, porque a floresta é viva. Como a floresta, ele está em constante transformação”, disse a artista acreana Dani Mirini, que estuda o tema em seu mestrado na Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro). “Pra mim, ele é esse teatro formado já há um tempão aqui, quando chega a hora da noite e o seringueiro ou o ribeirinho que não têm uma televisão vão se reunir ao redor da fogueira e contar histórias de como foi a caça, como foi a pesca, como foi a agricultura, de como era há um tempo atrás, como eles chegaram ali”.
O grupo que se apresentou para os huni kuins, chamado Vivarte, já vem de uma caminhada de mais de 20 anos. Em 1998, Maria Rita Costa da Silva, mãe de Mirini, era professora de história e artes na escola Zuleide Pereira, na zona rural de Rio Branco, capital acreana. A maioria de seus alunos eram filhos de seringueiros. Percebendo que muitos tinham vergonha dessa origem, a professora resolveu criar uma peça de teatro com as histórias contadas pelos pais e avós dos estudantes. [...].
https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias, 04/10/2021.
“Quando um grupo de teatro terminou sua apresentação em uma comunidade de indígenas huni kuin, povo que habita o Acre e o sul do Amazonas, o que se ouviu não foram as tradicionais palmas, mas gritos de saudação”.
Avalie as afirmações a seguir sobre o excerto.
I. Os povos da floresta demonstram que apreciam teatro, embora reajam de forma diferente de outros espectadores diante do espetáculo encenado.
II. O primeiro período sublinhado inicia com “quando”, que estabelece sentido de tempo em relação à apresentação realizada pelo grupo de teatro. O segundo período sublinhado, que inicia com “povo [...]” funciona como aposto, no trecho.
III. O terceiro período sublinhado inicia com um conector que estabelece relação de oposição e há elipse que retoma informação já apresentada no fragmento.
Está correto o que se afirma em:
Texto para a questão.
A infinita fiandeira
Mia Couto (do livro O fio das missangas)
A aranha ateia
diz ao aranho na teia:
o nosso amor
está por um fio.
A aranha, aquela aranha, era tão única: não parava de fazer teias! Fazia-as de todos os tamanhos e formas. Havia, contudo, um senão: ela fazia-as, mas não lhes dava utilidade. O bicho repaginava o mundo. Contudo, sempre inacabava as suas obras. Ao fio e ao cabo, ela já amealhava uma porção de teias que só ganhavam senso no rebrilho das manhãs.
E dia e noite: dos seus palpos primavam obras, com belezas de cacimbo gotejando, rendas e rendilhados. Tudo sem fim nem finalidade. Todo o bom aracnídeo sabe que a teia cumpre as fatais funções: lençol de núpcias, armadilha de caçador. Todos sabem, menos a nossa aranhinha, em suas distraiçoeiras funções.
Para a mãe-aranha aquilo não passava de mau senso. Para que tanto labor se depois não se dava a indevida aplicação? Mas a jovem aranhiça não fazia ouvidos. E alfaiatava, alfinetava, cegava os nós. Tecia e retecia o fio, entrelaçava e reentrelaçava mais e mais teia. Sem nunca fazer morada em nenhuma. Recusava a utilitária vocação da sua espécie.
– Não faço teias por instinto.
– Então, faz por quê?
– Faço por arte.
Benzia-se a mãe, rezava o pai. Mas nem com preces. A filha saiu pelo mundo em ofício de infinita teceloa. E em cantos e recantos deixava a sua marca, o engenho da sua seda. Os pais, após concertação, a mandaram chamar. A mãe:
– Minha filha, quando é que assentas as patas na parede? E o pai:
– Já eu me vejo em palpos de mim… Em choro múltiplo, a mãe limpou as lágrimas dos muitos olhos enquanto disse:
– Estamos recebendo queixas do aranhal.
– O que é que dizem, mãe?
– Dizem que isso só pode ser doença apanhada de outras criaturas.
Até que se decidiram: a jovem aranha tinha que ser reconduzida aos seus mandos genéticos. Aquele devaneio seria causado por falta de namorado. A moça seria até virgem, não tendo nunca digerido um machito. E organizaram um amoroso encontro.
– Vai ver que custa menos que engolir mosca – disse a mãe.
E aconteceu. Contudo, ao invés de devorar o singelo namorador, a aranha namorou e ficou enamorada. Os dois deram-se os apêndices e dançaram ao som de uma brisa que fazia vibrar a teia. Ou seria a teia que fabricava a brisa?
A aranhiça levou o namorado a visitar a sua coleção de teias, ele que escolhesse uma, ficaria prova de seu amor.
A família desiludida consultou o Deus dos bichos, para reclamar da fabricação daquele espécime.
Uma aranha assim, com mania de gente? Na sua alta teia, o Deus dos bichos quis saber o que poderia fazer. Pediram que ela transitasse para humana. E assim sucedeu: num golpe divino, a aranha foi convertida em pessoa. Quando ela, já transfigurada, se apresentou no mundo dos humanos logo lhe exigiram a imediata identificação. Quem era, o que fazia?
– Faço arte.
– Arte?
E os humanos se entreolharam, intrigados. Desconheciam o que fosse arte. Em que consistia? Até que um, mais-velho, se lembrou. Que houvera um tempo, em tempos de que já se perdera memória, em que alguns se ocupavam de tais improdutivos afazeres. Felizmente, isso tinha acabado, e os poucos que teimavam em criar esses pouco rentáveis produtos – chamados de obras de arte – tinham sido geneticamente transmutados em bichos. Não se lembrava bem em que bichos. Aranhas, ao que parece.
A partir do texto de Mia Couto, escritor moçambicano, e de conhecimentos pessoais prévios, avalie as afirmações a seguir.
I. A aranhinha “não parava de fazer teias”, entretanto, não sabia o que fazer com elas, por isso trabalhava em vão. E essa atitude irritava o aranhal.
II. É um texto narrativo e pertence ao gênero conto, embora tenha também característica de fábula.
III. No excerto “Aquele devaneio seria causado por falta de namorado. A moça seria até virgem, não tendo nunca digerido um machito”. O vocábulo grifado transmite ideia pejorativa direcionada à aranhinha pela ruptura de expectativa que ela provoca em relação à função das aranhas em geral.
IV. A atitude dos pais de preparar um “amoroso encontro” foi bem-sucedida, porque a aranhinha se comportou de forma obediente e conseguiu mudar o comportamento.
V.O texto é marcado pela poeticidade em que sobressaem expressões como: “que só ganhavam senso no rebrilho das manhãs”; “dos seus palpos primavam obras, com belezas de cacimbo gotejando, rendas e rendilhados” que relacionam as teias da ararinha como obras de arte.
É correto o que se afirma em:
Texto para a questão.
A infinita fiandeira
Mia Couto (do livro O fio das missangas)
A aranha ateia
diz ao aranho na teia:
o nosso amor
está por um fio.
A aranha, aquela aranha, era tão única: não parava de fazer teias! Fazia-as de todos os tamanhos e formas. Havia, contudo, um senão: ela fazia-as, mas não lhes dava utilidade. O bicho repaginava o mundo. Contudo, sempre inacabava as suas obras. Ao fio e ao cabo, ela já amealhava uma porção de teias que só ganhavam senso no rebrilho das manhãs.
E dia e noite: dos seus palpos primavam obras, com belezas de cacimbo gotejando, rendas e rendilhados. Tudo sem fim nem finalidade. Todo o bom aracnídeo sabe que a teia cumpre as fatais funções: lençol de núpcias, armadilha de caçador. Todos sabem, menos a nossa aranhinha, em suas distraiçoeiras funções.
Para a mãe-aranha aquilo não passava de mau senso. Para que tanto labor se depois não se dava a indevida aplicação? Mas a jovem aranhiça não fazia ouvidos. E alfaiatava, alfinetava, cegava os nós. Tecia e retecia o fio, entrelaçava e reentrelaçava mais e mais teia. Sem nunca fazer morada em nenhuma. Recusava a utilitária vocação da sua espécie.
– Não faço teias por instinto.
– Então, faz por quê?
– Faço por arte.
Benzia-se a mãe, rezava o pai. Mas nem com preces. A filha saiu pelo mundo em ofício de infinita teceloa. E em cantos e recantos deixava a sua marca, o engenho da sua seda. Os pais, após concertação, a mandaram chamar. A mãe:
– Minha filha, quando é que assentas as patas na parede? E o pai:
– Já eu me vejo em palpos de mim… Em choro múltiplo, a mãe limpou as lágrimas dos muitos olhos enquanto disse:
– Estamos recebendo queixas do aranhal.
– O que é que dizem, mãe?
– Dizem que isso só pode ser doença apanhada de outras criaturas.
Até que se decidiram: a jovem aranha tinha que ser reconduzida aos seus mandos genéticos. Aquele devaneio seria causado por falta de namorado. A moça seria até virgem, não tendo nunca digerido um machito. E organizaram um amoroso encontro.
– Vai ver que custa menos que engolir mosca – disse a mãe.
E aconteceu. Contudo, ao invés de devorar o singelo namorador, a aranha namorou e ficou enamorada. Os dois deram-se os apêndices e dançaram ao som de uma brisa que fazia vibrar a teia. Ou seria a teia que fabricava a brisa?
A aranhiça levou o namorado a visitar a sua coleção de teias, ele que escolhesse uma, ficaria prova de seu amor.
A família desiludida consultou o Deus dos bichos, para reclamar da fabricação daquele espécime.
Uma aranha assim, com mania de gente? Na sua alta teia, o Deus dos bichos quis saber o que poderia fazer. Pediram que ela transitasse para humana. E assim sucedeu: num golpe divino, a aranha foi convertida em pessoa. Quando ela, já transfigurada, se apresentou no mundo dos humanos logo lhe exigiram a imediata identificação. Quem era, o que fazia?
– Faço arte.
– Arte?
E os humanos se entreolharam, intrigados. Desconheciam o que fosse arte. Em que consistia? Até que um, mais-velho, se lembrou. Que houvera um tempo, em tempos de que já se perdera memória, em que alguns se ocupavam de tais improdutivos afazeres. Felizmente, isso tinha acabado, e os poucos que teimavam em criar esses pouco rentáveis produtos – chamados de obras de arte – tinham sido geneticamente transmutados em bichos. Não se lembrava bem em que bichos. Aranhas, ao que parece.
Avalie as afirmações a seguir e coloque V para as alternativas verdadeiras e F para as falsas.
I. Em fragmentos, como por exemplo: “Tecia e retecia o fio, entrelaçava e reentrelaçava mais e mais teia”, ao citar os verbos de ação de maneira repetida e reforçada, o texto enaltece o afã da aranhinha na sua luta pela produção de arte a fim de repaginar o mundo, em oposição ao trabalho utilitário das demais aranhas.
II. Os pais da aranhinha e a comunidade onde ela vivia apoiaram-na como um ser diferente, por isso arranjaram um namorado para ela, além de consultarem o Deus dos bichos. E, finalmente, ela encontrou seu lugar como artista.
III. O vocábulo “distraiçoeiras” é um neologismo criado pelo autor a fim de chamar atenção para a característica incomum da aranhinha. Essa prática é relativamente comum na escrita de textos literários.
IV. O texto de Mia Couto questiona o lugar da arte e do artista na sociedade de excessivo consumo de bens utilitários. A estratégia de colocar uma aranha como personagem destaca ainda mais a questão relacionada aos seres humanos.
V. No fragmento “A aranhiça levou o namorado a visitar a sua coleção de teias, ele que escolhesse uma, ficaria prova de seu amor”, o primeiro verbo está no pretérito perfeito do indicativo; o segundo verbo está no infinitivo pessoal; o terceiro verbo está no pretérito imperfeito do indicativo; e o último verbo está no futuro do presente do indicativo. Eles revelam que a aranha preservou o namorado e rompeu as expectativas dos pais.
VI. O autor faz escolhas linguísticas e lexicais na construção do texto. Quanto à formação de palavras escolhidas, os vocábulos “aranhiça” e “aranhal” são formados por sufixo; o vocábulo “desiludida” é formado por prefixo; e o vocábulo “infelizmente” é formado por prefixo e sufixo.
Marque a sequência correta, de cima para baixo.
A tirinha de Quino é composta por quatro sequências. A partir desse texto sobre Mafalda e de conhecimentos pessoais prévios, avalie as afirmações a seguir.
I. Mafalda revela sensibilidade e incômodo ao ver moradores de rua que não têm acesso a direitos básicos garantidos na Constituição Federal. Entretanto, ao usar o sujeito indeterminado (terceira sequência), a menina protege os omissos que não defendem/garantem os direitos das pessoas que vivem na pobreza, ao não revelar o nome nem cargo e/ou função dos possíveis responsáveis.
II. Susanita, interlocutora de Mafalda, se contradiz, porque na primeira fala (segunda sequência), ao usar um elemento coesivo de adição, ela concorda com Mafalda sobre o sentimento de compaixão em relação aos pobres. Entretanto, na segunda fala (quarta sequência), ao afirmar que deveria esconder os pobres, ela sugere a prática do higienismo social urbano.
III. No período “deviam dar casa, trabalho, proteção e bem- -estar aos pobres”, o predicado é verbo-nominal.
Está correto o que se afirma em: