Faça uma leitura atenta do fragmento de texto Pensar demais intoxica o cérebro, diz novo estudo; entenda:
Ficar sentado pensando muito por horas faz com que você também se sinta esgotado. Se você passa muito tempo “torrando os neurônios”, provavelmente já chegou a essa conclusão. Agora, pesquisadores têm novas evidências para explicar por que isso acontece.
Um estudo publicado recentemente na revista científica Current Biology, mostra que o trabalho cognitivo intenso prolongado – por volta de 4 a 5 horas –, faz com que subprodutos potencialmente tóxicos se acumulem na parte do cérebro conhecida como córtex pré- -frontal.
Isso altera seu controle sobre as decisões, fazendo com que você procure – involuntariamente – por caminhos que exijam menos esforço à medida que a fadiga cognitiva se instala, explicam os pesquisadores.
“Teorias influentes sugeriram que a fadiga é uma espécie de ilusão inventada pelo cérebro para nos fazer parar o que estamos fazendo e nos voltarmos para uma atividade mais gratificante”, diz um dos autores do estudo, o pesquisador Mathias Pessiglione, da Universidade Pitié-Salpêtrièri, em Paris, na França [...].
[...] Enquanto as máquinas podem computar continuamente, o cérebro não pode. Eles queriam descobrir o porquê [...].
Para procurar evidências disso, eles usaram a espectroscopia de ressonância magnética para monitorar a química do cérebro ao longo de um dia de trabalho. Analisaram dois grupos de pessoas: aqueles que precisavam pensar muito e aqueles que tinham tarefas cognitivas relativamente mais fáceis.
Os pesquisadores viram sinais de fadiga, incluindo dilatação reduzida da pupila, apenas no grupo que fazia trabalho pesado. Os integrantes desse grupo também mostraram, em suas escolhas, uma mudança para opções que propunham recompensas em curto prazo com pouco esforço. Criticamente, eles também tinham níveis mais altos de glutamato (neurotransmissor excitatório que possui papel fundamental no mecanismo de algumas doenças neurodegenerativas) nas sinapses do córtex pré-frontal do cérebro. [...] os autores dizem que isso apoia a noção de que o acúmulo de glutamato torna a ativação adicional do córtex pré-frontal mais cara, de modo que o controle cognitivo é mais difícil após um dia de trabalho mentalmente difícil.
Segundo Pessiglione, não há maneira de contornar essa limitação da capacidade do nosso cérebro de pensar muito. O especialista indica as “boas e velhas receitas: descansar e dormir”.
“Há boas evidências de que o glutamato é eliminado das sinapses durante o sono”, disse.
(PENSAR demais intoxica o cérebro, diz novo estudo; entenda: O Globo, Rio de Janeiro, 14 ago. 2022. Disponível em: https://globo. com.medicina.notícia. Acesso em: 15 ago. 2022. Adaptado.)
Com base nas informações apresentadas pelo texto, pode-se inferir que
I - a mudança de hábitos e estilo de vida equilibram o funcionamento saudável do cérebro.
II - a fadiga neural é uma ilusão, categoricamente, não existe.
III - a linguagem empregada no texto é, predominantemente, denotativa.
IV - existe uma relação entre a saúde do cérebro e as atividades laborais desempenhadas pelo indivíduo.
Quanto às proposições analisadas, marque a única alternativa correta segundo as afirmações do texto: