Leia com atenção o fragmento ‘XVI’ do poema ‘Via-Láctea’, de Olavo Bilac.
Lá fora, a voz do vento ulule rouca!
Tu, a cabeça no meu ombro inclina,
E essa boca vermelha e pequenina
Aproxima, a sorrir, de minha boca!
Que eu a fronte repouse ansiosa e louca
Em teu seio, mais alvo que a neblina
Que, nas manhãs hiemais, úmida e fina,
Da serra as grimpas verdejantes touca!
Solta as tranças agora, como um manto!
Canta! Embala-me o sono com teu canto!
E eu, aos raios tranqüilos desse olhar,
Possa dormir sereno, como o rio
Que, em noites calmas, sossegado e frio,
Dorme aos raios de prata do luar!…
Fonte: BILAC, Olavo. Antologia Poética – Organizado por Paulo Hecker Filho, L&PM Pocket, 1ª Edição, 1997.
Sobre esse fragmento é correto afirmar que