Leia o texto a seguir.
SONETO DO AMIGO
[1] Enfim, depois de tanto erro passado
[2] Tantas retaliações, tanto perigo
[3] Eis que ressurge noutro o velho amigo
[4] Nunca perdido, sempre reencontrado.
[5] É bom sentá-lo novamente ao lado
[6] Com olhos que contêm o olhar antigo
[7] Sempre comigo um pouco atribulado
[8] E como sempre singular comigo.
[9] Um bicho igual a mim, simples e humano
[10] Sabendo se mover e comover
[11] E a disfarçar com o meu próprio engano.
[12] O amigo: um ser que a vida não explica
[13] Que só se vai ao ver outro nascer
[14] E o espelho de minha alma multiplica...
MORAES, Vinicius de. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Ed. Nova Aguilar, 1998.
A função sintática da expressão sublinhada em "E o espelho de minha alma multiplica..." ( linha 14) é