Para responder à questão, leia o texto.
TEXTO: NUTRIÇÃO
Consultório de uma nutricionista.
MÉDICA: Fiz uma dieta pra você seguir à risca. É muito importante não fugir disso, pelo menos na primeira semana.
Mulher lê a dieta. Não entende.
MULHER: Não entendi. Pode pão à vontade?
MÉDICA: Pão é ótimo. Não leu no jornal de hoje?
MULHER: Saiu no jornal?
MÉDICA: Deixa eu só ver no G1 se continua fazendo bem. Continua. Pode comer. Quando começar a fazer mal eu te ligo.
Mulher lê a dieta.
MULHER: Tá escrito que eu preciso evitar brócolis?
MÉDICA: A todo custo. Acabei de receber um inbox no Face avisando que o brócolis caiu.
MULHER: Não era anticancerígeno?
MÉDICA: Sim, mas parece que tá dando Alzheimer. Então tem que botar na balança.
MULHER: Mas ovo pode?
MÉDICA: Ovo à vontade.
MULHER: Você acha que isso deve mudar?
MÉDICA: Não. O ovo parece que veio pra ficar (chega um SMS) Ih, não. Caiu. Por causa do colesterol. Não. É colesterol bom. Então pode. Eu tenho um grupo de WhatsApp só pro ovo.
MULHER: Não tem nada que seja definitivo? Tipo a linhaça?
MÉDICA: Linhaça tá superultramegaproibido a partir das duas da tarde.
MULHER: Faz mal comer depois das duas?
MÉDICA: Faz mal comer sempre. É que descobriram isso hoje, às duas.
MULHER: E abacate?
MÉDICA: Abacate mata.
MULHER: Então não.
MÉDICA: ...os germes...
MULHER: Então sim?
MÉDICA: ...responsáveis pela cura do câncer.
MULHER: Então não.
MÉDICA: Mas pela cura do câncer bom.
MULHER: Tem câncer bom?
MÉDICA: Não. Esse que é o problema.
MULHER: Então abacate não?
MÉDICA: Jamais. Não poderia. Deixar de poder. A não ser que venha a poder mesmo.
MULHER: Vou botar que não.
MÉDICA: Melhor.
(DUVIVIER, Gregorio. Put some farofa. São Paulo: Companhia das Letras, 2014, p.121- p.122.)
Assinale a frase que NÃO apresenta marca de oralidade.