Fruta Estranha
Árvores do sul produzem uma fruta estranha
Sangue nas folhas e sangue nas raízes
Corpos negros balançando na brisa do sul
Fruta estranha pendurada nos álamos
Cena pastoril do valente sul
Os olhos inchados e a boca torcida
Essência de magnólias, doce e fresca
Então o repentino cheiro de carne queimando
Aqui está a fruta para os corvos arrancarem
Para a chuva recolher, para o vento sugar
Para o sol apodrecer, para as árvores derrubarem
Aqui está a estranha e amarga colheita
“Strange Fruit” – Billie Holiday, 1939
” (...)As raízes do jazz estão plantadas em meio àqueles pobres que, embora extremamente oprimidos, são menos dados à organização coletiva e à conscientização política, e que encontram a sua liberdade se esquivando da opressão e não fazendo frente a ela: são os pobres trabalhadores pré-industriais sem qualificação. Sendo pobres e oprimidos, eles cantam e tocam músicas a respeito da pobreza e da opressão como se fosse algo corriqueiro”
(HOBSBAWM, Eric. História Social do Jazz. São Paulo: Paz e Terra, 1996, p.282)
A partir da letra da música Strange Fruit e do excerto acima, podemos concluir que o jazz se manifesta como música de