Questões de Filosofia - Temática - Filosofia Política
A filósofa Hannah Arendt, em sua análise sobre o Mal, expõe dois tipos de pessoas e de ações. Ela toma como exemplo dois personagens da segunda guerra mundial para exemplificar tipos de ações praticadas contra o povo judeu. São: Adolf Hitler e Adolf Eichmann. Uma ação é a perseguição aos judeus que poderia não ser praticada por questão de crença e de princípios enraizados, mas, por motivos outros, fora da ação, apenas para obedecer a um comando, à regra determinada por um líder ou pelo Estado. Arendt identifica Adolf Eichmann, oficial de baixa patente do exército nazista, responsável por organizar a logística do transporte de judeus para os campos de concentração, como exemplo desse tipo de pessoa e de ação.
https://mundoeducacao.uol.com.br/biografias/hannah-arendt.htm
O tipo de Mal e a definição de ação praticados por Adolf Eichmann, de acordo com a filósofa Hannah Arendt, são, respectivamente,
Leia atentamente o seguinte trecho:
Foi necessário, para que se conhecesse a virtude de Moisés, que o povo de Israel estivesse escravizado no Egito; para que se conhecesse a grandeza de Ciro, que os Persas estivessem oprimidos pelos Medas; e para se conhecer o valor de Teseu, que os atenienses estivessem dispersos — assim, presentemente, querendo-se conhecer o valor de um príncipe italiano, seria necessário que a Itália chegasse ao ponto em que se encontra agora. Que estivesse mais escravizada do que os Hebreus, mais oprimida do que os Persas, mais desunida que os atenienses, sem chefe, sem ordem, batida, espoliada, lacerada, invadida, e que houvesse, enfim, suportado toda sorte de calamidades.
MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Ediouro, São Paulo, 2015. CAPÍTULO XXVI.
A partir das informações do texto, analise as seguintes afirmativas:
I Grandes líderes são reconhecidos em momentos adversos.
II Na concepção do autor, a “virtude” é a capacidade do príncipe de controlar as crises e impasses que são, por vezes, impostas pela história.
III Podemos entender o conceito de “virtude”, para o autor, como um valor fundamental para lidar com a imprevisibilidade.
IV Em momentos de austeridade, como conflitos armados, guerras e opressão, a figura do príncipe é irrelevante para a manutenção da ordem.
V Segundo o autor, na Itália, seu país de origem, a ascensão de um líder virtuoso se deu unicamente pelos Tratados de Paz.
Assinale a alternativa que indica quais das afirmações são CORRETAS.
Ao mostrar que a natureza humana é comum e que a reta razão é compreensível por todos, o jurista holandês Hugo Grotius (1583-1645) defende a hipótese de que o gênero humano nasce provido de direitos e deveres naturais que decorrem da própria capacidade de raciocínio, da própria racionalidade. Para isso, Grotius evoca um estado de natureza pacífico anterior a qualquer história para se opor ao atual estado social dos homens. Se há uma natureza primitiva anterior, o que inaugura a alta civilização é o Estado moderno.
(Ricardo Monteagudo. Filosofia política, 2012. Adaptado.)
A hipótese mencionada no excerto, sobre a constituição de formas de governos, fundamenta-se em uma visão
“Hobbes parte do estado de natureza, no qual não existiria lei, não existiria indústria humana, não existiria nada, e o homem é o lobo do próprio homem; e pelo fato de o homem ser antissocial por natureza, só se torna possível ele viver em sociedade com um Estado extremamente forte. Com Locke, a coisa é diferente. Locke diz que o homem não é um ser rebelde à vida política. No estado de natureza, mesmo com ausência de Estado, mesmo com ausência de leis, existe uma vida econômica que torna possível a integração dos indivíduos entre si. Então o Estado nasce para complementar, para tornar possível essa sociabilidade originária, que é a sociabilidade de mercado”.
TEIXEIRA, F. J. S. Liberalismo clássico e neoliberalismo: Duas faces da mesma moeda?. Curso on line, aula 02, em 12.09.2022. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=TA9MUFoRtOo&t=2009s. Acesso em: 9 out. 2022. (Texto adaptado)
Essas duas concepções políticas são
Leia o texto “Maquiavel, do diabo à ética”, de Renato Janine Ribeiro, para responder à questão.
Num dia de dezembro de 1513, um homem escreve a um amigo. Está no campo, banido. Foi preso e torturado. Mas não se queixa. Conta que passa o dia com os camponeses, gritando, jogando. À noite, porém, troca de roupa. Veste os melhores trajes. Lê os autores antigos e, espanto!, dialoga com eles. Ouve suas opiniões, suas ideias. (Essa passagem é sempre citada, quando que se quer explicar a Renascença.) Quase no final, informa que gastou algumas semanas escrevendo um livrinho, De principatibus (Dos principados), “onde me aprofundo tanto quanto posso nas cogitações desse tema...”.
Gastou nisso umas poucas semanas, que definirão para a posteridade o seu nome — Nicolau Maquiavel. A elas Maquiavel deverá a glória: seu nome gerará um adjetivo que todos conhecem. De uns trinta grandes filósofos, apenas dois — ele e Platão — chegaram a tanto. Mesmo quem nunca os leu tem noção do que é amor platônico ou ação maquiavélica. Não importa que nós, professores de filosofia, provemos que os adjetivos convêm mal aos dois filósofos. Eles pegaram. O renome de Maquiavel é maior que ele próprio.
Mas é um mau renome, uma má fama, infâmia. O Príncipe foi lido, bem cedo, como um livro de conselhos aos governantes, para quem os fins justificariam os meios (essa frase, aliás, não é de Maquiavel). Ele defenderia o despotismo e a amoralidade dos príncipes. Há aqui, porém, um problema. Maquiavel escreveu O Príncipe de um jato só, enquanto se dedicou vários anos a outro projeto — os Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio, um longo comentário ao historiador de Roma antiga.
Ora, os Discursos são uma obra republicana. E, se Maquiavel foi torturado a mando dos Médici1, que acabavam de retomar Florença, isso se deveu a ter sido ele um dos líderes da República florentina. O Maquiavel mais extenso é republicano — e sobre ele temos um livro notável de Newton Bignotto, Maquiavel republicano (1991). Mas talvez o autor d’O Príncipe seja o Maquiavel mais intenso: essas semanas no campo emancipam a política da moral cristã.
(Revista Cult, no 74, 2003.)
1Médici: dinastia política italiana.
O termo sublinhado em “que definirão para a posteridade” (2º parágrafo)
pertence à mesma classe de palavra do termo sublinhado em:
A um príncipe, portanto, não é necessário ter de fato todas as qualidades, mas é indispensável parecer tê-las. Aliás, ousarei dizer que, se as tiver e utilizar sempre, serão danosas, enquanto, se parecer tê-las, serão úteis. Assim, deves parecer clemente, fiel, humano, íntegro, religioso — e sê-lo, mas com a condição de estares com o ânimo disposto a, quando necessário, não o seres, de modo que possas e saibas como tornar-te o contrário.
MAQUIAVEL, N. O príncipe. São Paulo: Martins Fontes, 2004 (adaptado).
Segundo o autor, a conquista e a conservação do poder político exigem a
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