Questões de Português - Gramática - Pontuação
Como é bom reencontrar os leitores da Revista da Cultura por meio de uma publicação com outro visual, conteúdo de qualidade e interesses ampliados! ]cultural[, este nome simples, e eu diria mesmo familiar, nasce entre dois colchetes voltados para fora. E não é por acaso: são sinais abertos, receptivos, propícios à circulação de ideias. O DNA da publicação se mantém o mesmo, afinal, por longos anos montamos nossas edições com assuntos saídos das estantes de uma grande livraria — e assim continuará sendo. Literatura, sociologia, filosofia, artes... nunca será difícil montar a pauta da revista porque os livros nos ensinam que monotonia é só para quem não lê.
HERZ, P. Jcultural, n. 1, jun. 2018 (adaptado).
O uso não padrão dos colchetes para nomear a revista atribui-lhes uma nova função e está correlacionado ao(a)
A cada meio minuto, em algum lugar do planeta, uma pessoa morre vítima de câncer de pulmão. A mais
mortal entre todas as neoplasias malignas sempre desafiou a medicina. De evolução silenciosa, mas rápida,
sua detecção precoce ainda é rara. No Brasil, sete em cada dez casos são descobertos em estágios avançados,
quando as chances de cura são menores e as intervenções mais agressivas. Até chegar ao diagnóstico, 40%
[5] dos pacientes passam por ao menos três médicos, que, por falta de treinamento, não suspeitam da doença.
Tem mais. Pela estreita relação do câncer com o tabagismo, frequentemente, os doentes se culpam por sua
condição, o que tende a atrasar ainda mais o diagnóstico e o tratamento.
Graças aos avanços nos conhecimentos sobre oncogenética e ao aperfeiçoamento das tecnologias
diagnósticas e terapêuticas, esse cenário começa a mudar. No rastreamento do grupo de alto risco,
[10] tomografias computadorizadas conseguem diagnosticar a doença em estágios iniciais e reduzir em 20% a
taxa de mortalidade. A análise genômica dos tumores permite aos médicos determinar o melhor tratamento
para cada doente. O cuidado integrado, conduzido por um time de especialistas de diferentes áreas, refina a
abordagem do câncer de pulmão e garante o bem-estar do paciente, ao longo de toda a sua jornada.
“O trabalho coordenado de uma equipe multidisciplinar reduz o tempo de diagnóstico”, diz oncologista de
[15] instituição sediada em Salvador. A sintonia entre oncologistas, pneumologistas, paliativistas, radioterapeutas,
enfermeiros e psicólogos, entre outros profissionais, evita procedimentos desnecessários e redundantes.
Economizam-se recursos e ganha-se celeridade.
Com a descoberta das bases genéticas dos tumores malignos, a personalização torna-se realidade,
sobretudo no manejo do câncer de pulmão. Ferramentas ultramodernas, como os painéis genômicos por
[20] sequenciamento de nova geração, fornecem um retrato detalhado do DNA da célula tumoral na busca pelas
alterações associadas à gênese da doença de cada paciente. “Nos centros de excelência, os NGS não são mais
um luxo, já fazem parte do dia a dia dos consultórios”, diz outro especialista na área. Os tumores de pulmão
estão entre as neoplasias com o maior número de mutações associadas – dez no total. Identificado o defeito
genético, é possível prever não só a evolução do câncer e seu risco de metástase bem como antecipar a
[25] resposta do paciente a determinada terapia. Lançados na virada dos anos 1990 para 2000, os medicamentos
da chamada terapia alvo agem como mísseis teleguiados, projetados para agir nos genes e/ou proteínas
envolvidos na proliferação das células cancerosas.
Se não é encontrada alguma mutação genética específica, o que contraindicaria a terapia alvo, é possível
recorrer à imunoterapia. Atualmente, também por meio de análise gênica do tumor, os especialistas
[30] conseguem moldar em laboratório as células de defesa do paciente de modo a programá-las a atacar
estruturas específicas na superfície das células tumorais.
Altamente precisos, os novos tratamentos são mais eficazes e oferecem menos efeitos colaterais em
comparação aos tratamentos convencionais, em especial a quimioterapia. “A terapia alvo e a imunoterapia
têm um impacto muito positivo na qualidade de vida dos pacientes”, afirma a Dra. Carolina Kawamura. Ou
[35] seja, os pacientes não só vivem mais, como vivem bem. “Hoje em dia, o desfecho de qualidade de vida tem
sido muito avaliado também”, explica a médica. “Os benefícios de um tratamento, por mais eficaz que ele
seja, são questionáveis se não oferecerem qualidade de vida.”
A melhor arma contra o câncer de pulmão, no entanto, continua sendo não fumar. A imensa maioria dos
pacientes é ou era tabagista – o que torna o mais mortal dos tumores um dos mais preveníveis. Classificado
[40] pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como epidemia, o consumo de tabaco está associado a 22% das
9,6 milhões de mortes anuais, por qualquer tipo de neoplasia, hoje, no mundo. Sem contar quem, apesar
de não fumante, está sob ameaça direta da doença, por causa do cigarro alheio –1,2 milhão de mortes, em
decorrência do tabagismo passivo. Combinados, os hábitos saudáveis e a oncologia de precisão têm tudo
para barrar a escalada de casos de câncer de pulmão.
Folha de São Paulo, 29/09/2022
Sem contar quem, apesar de não fumante, está sob ameaça direta da doença, por causa do cigarro alheio
–1,2 milhão de mortes, em decorrência do tabagismo passivo (l. 41-43)
No trecho, a expressão delimitada pelo travessão indica, com o conjunto da frase, uma relação de:
As alternativas abaixo compõem um texto.
Assinale a que apresenta um erro de pontuação.
Viver no Brasil está insuportável. Sempre penso duas vezes antes de fazer esta afirmativa. Tenho trabalho. Tenho um teto seguro e, apesar de tudo, planos para o futuro.
Tenho também olhos extremamente atentos a tudo que se passa ao meu redor. Penso que é impossível ter uma vida tranquila, em paz, em meio a tanta miséria, violência e desrespeito. Sinto que vivemos em uma atmosfera que nos leva ao cansaço, ao abatimento, à exaustão. No noticiário, todo dia é a mesma coisa. Tudo se repete. Falas e ações cuja única finalidade é reafirmar a destruição e o desprezo pela vida humana, como política de governo, estampam as principais manchetes. Como sobreviver à inflação, aos aumentos incessantes no supermercado, na farmácia, nos postos de combustíveis?
Nessa luta para não “morrer de Brasil”, na noite de quinta-feira, atravessei a cidade e fui em busca de um refresco ao som da bateria do bloco Volta Belchior, que há alguns anos, durante o carnaval, faz um cortejo nas proximidades do tradicional bairro de Santa Tereza, em Belo Horizonte, entoando músicas do cantor e compositor cearense, morto em abril de 2017.
Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/opiniao/por-umanoite-belchior-me-salvou-do-brasil/. Acesso em: 19 mar. 2022.
A expressão entre aspas no último parágrafo tem como objetivo
Leia o texto a seguir para responder à questão.
MAS
(Conjunção adversativa: no sentido de contudo, entretanto, todavia - Do latim magis)
A conjunção “mas” tem uma função específica: criar o oposto, a possibilidade do contrário. Ela conduz sempre para a alternativa. Ela sempre abre uma nova janela, ou um novo cenário até então não presumido.
“Mas” é [...] uma conjunção de grande alento. É uma clara indicação de que, por mais que nos desviemos ou percamos o rumo, o amor está sempre pronto e acessível a nós para que seja reparado o que parecia insoluvelmente sem reparo.
Sempre há um “mas”. [...] Até para a morte, a mais implacável das insolúveis realidades, há um “mas”. [...] Ora, se até para a morte existe um “mas”, por que entrar em desespero diante das adversidades da vida?
Disponível em: https://igrejabatistabarao.org.br/ palavras/92539/21-pequeno-dicionario-de-certas-palavras. Acesso em: 22 fev. 2022.
No trecho: “Até para a morte, a mais implacável das insolúveis realidades, há um ‘mas’.”, o termo em destaque é um aposto explicativo porque
Leia o texto para responder a questão
O médico que não estava lá
Na semana passada, foi publicada a Resolução Nº 2.314 do Conselho Federal de Medicina, que define e regulamenta a telemedicina, designando-a como o exercício da medicina mediado por Tecnologias Digitais, de Informação e de Comunicação. […] Agora, aquilo que gerava insegurança em alguns médicos e pacientes e causava furor em visionários e entusiastas de várias startups ficou muito mais claro e seguro para todas as partes envolvidas.
Havia várias ressalvas ao uso da telemedicina, seja por desconhecimento, seja por ainda permanecerem arraigados os velhos preceitos da academia médica. Contudo, veio a pandemia e nos vimos obrigados a mudar conceitos e a quebrar preconceitos. […]
O fascinante é que a telemedicina não consiste somente na realização de uma consulta por meio de um software de conferência on-line. Ela abrange da conexão de sua casa com o serviço de saúde de sua referência ou com seu home care até projetos de hospitais híbridos. Isso mesmo. Assim como o trabalho em regime híbrido, dividido entre casa e empresa, o futuro prevê hospitais híbridos.
Um estudo piloto realizado […] procurou validar o conceito desse tipo de serviço. O paciente tem alta antes do habitual, seguindo rigorosos critérios para tal, e fica em sua casa, onde está instalado um totem conectado diretamente à equipe hospitalar multiprofissional que lhe presta assistência. O sistema permite transferência de dados vitais, relato de sintomas, retirada de dúvidas, confirmação do uso correto das medicações etc. Caso necessário, é ativada uma cadeia de ações, incluindo acesso venoso, entrega e administração de medicação, fisioterapia e enfermagem na casa do paciente. […]
Não há dúvida, até o momento, de que tocar o paciente é insubstituível. Ao palpar o pulso, em poucos segundos se percebe se está cheio enquanto já se observa sua frequência cardíaca, se a pele está fria e pegajosa, se a perfusão e circulação estão adequadas, se a pessoa está ofegante. No entanto, isso também está sendo revisto, com startups engajadas na criação de dispositivos que permitem exame físico a distância. As novas tecnologias não irão substituir os médicos. Da mesma forma, nenhum aplicativo conseguirá transformar alguém com formação deficitária em um ótimo médico com o teclar de alguns dados. Elas irão somar, como sempre fizeram. Mas os médicos que não quiserem usá-las correm o risco de serem substituídos por aqueles que as utilizam e de se tornarem obsoletos.
BUENO, B. V. K. O médico que não estava lá. Disponível em: https://veja.abril.com.br/coluna/letra-de-medico/o-medico-quenao-estava-la/ Acesso 09 mai 2022. Adaptado.
Observe os seguintes trechos, retirados do texto:
I. “O sistema permite transferência de dados vitais, relato de sintomas, retirada de dúvidas, confirmação do uso correto das medicações etc.”
II. “Assim como o trabalho em regime híbrido, dividido entre casa e empresa, o futuro prevê hospitais híbridos.”
Em relação ao uso das vírgulas, nos dois casos, assinale a alternativa CORRETA:
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